Élder Ronald A. Rasband
Da Presidência dos Setenta
Da Presidência dos Setenta
Serão do SEI para Jovens Adultos • 1º de março de 2010 • Universidade Brigham Young
Meus queridos jovens amigos, é um privilégio e uma honra poder falar a
vocês neste serão do SEI. Sinto-me grato por estar no Marriott Center no
campus da Universidade Brigham Young e por falar aos que se reuniram em
todo o mundo e em muitas circunstâncias e idiomas diferentes. Obrigado
pela visita. Vocês honram o Senhor Jesus Cristo ao porem de lado outros
assuntos pessoais para reunirem-se neste momento. Sou grato por estar
aqui com minha esposa, Melanie, e vários familiares e amigos queridos.
Oro para que eu seja guiado pelo Espírito Santo e que vocês sintam no
coração que minhas palavras são relevantes aos problemas que vocês
enfrentam neste período de sua vida.
A Importância de Ter Amigos Retos
Há muitos anos, em março de 1839, o Profeta Joseph Smith, com vários de
seus companheiros, havia sido aprisionado injustamente durante meses na
Cadeia de Liberty. Muitos escritores da História da Igreja têm dito que
essa experiência foi com certeza um dos períodos mais difíceis e
sombrios em toda a vida do Profeta Joseph Smith. Suas palavras “O Deus,
onde estas? (D&C 121:1) — conforme registrado na Seção 121 de Doutrina e Convênios — fala de uma solidão desesperadora no mais desolado dos lugares.
O Senhor não apareceu ou enviou um anjo; não feriu os guardas ou
escancarou as portas da cela úmida e suja. Visto de modo simples, Ele
não mudou as circunstâncias, mas consolou e tranquilizou Joseph como
ninguém mais poderia ter consolado: “Meu filho, paz seja com tua alma;
tua adversidade e tuas aflições não durarão mais que um momento” (D&C 121:7).
Foi como se o Senhor colocasse seu braço no ombro de Joseph ao dizer
“meu filho”. Essas foram palavras preciosas e carinhosas. E depois Ele
definiu a duração das adversidades de Joseph: “não (…) mais que um
momento”. Que lição para todos nós nos lembrarmos. Nossas adversidades
serão breves — em termos eternos — e o Senhor estará bem ali.
Depois o Senhor disse: “Teus amigos apoiam-te e tornarão a saudar-te com coração caloroso e com mãos amistosas” (D&C 121:9).
Lá estava Joseph trancado na cadeia pelos mais traiçoeiros dos homens,
alguns dos quais haviam sido amigos próximos. Mas o Senhor foi claro ao
afirmar: “teus amigos apoiam-te”. Que declaração consoladora para o
Profeta Joseph Smith; e também para nós. Pensem por um minuto no
significado de ter alguém pronto para nos apoiar, alguém em quem podemos
confiar como nosso amigo nos dias de felicidade ou de dor, alguém que
nos dá valor e nos apoia, mesmo quando estamos distantes.
Nosso amigo mais querido é o próprio Jesus Cristo. Existe garantia maior
que esta: “Estarei a vossa direita e a vossa esquerda e meu Espírito
estará em vosso coração e meus anjos ao vosso redor para vos suster” (D&C 84:88). Muito frequentemente esses “anjos ao (…) redor” são nossos amigos.
Minha mensagem esta noite está centrada na importância dos amigos justos
na vida de cada um de nós. Em minha juventude, um patriarca inspirado
pôs as mãos sobre minha cabeça e, por revelação, abriu-me o entendimento
para meu potencial — quem eu realmente sou, e deu orientação para minha
vida, assim como um patriarca fez com a maioria de vocês. Foi-me dito
que eu sempre teria amigos e companheiros; que a amizade deles seria uma
bênção especial para mim, tanto temporal quanto espiritualmente. Foi-me
aconselhado escolher como meus amigos mais próximos os que fossem retos
e tivessem o desejo de guardar os mandamentos de Deus.
Essa parte de minha bênção patriarcal e esse versículo da Seção 121 têm
sido como um manto consolador protegendo-me por toda a vida. Algumas
vezes — principalmente quando estava longe de casa — tais palavras
deram-me paz e força; meus amigos apoiavam-me, apesar de estarmos a
quilômetros de distância. E nesses momentos aprendi uma das lições mais
importantes da vida; que não importava quanto tempo estivesse fora, ou
distante, sempre que meus amigos e eu nos encontramos novamente, é como
se nada tivesse mudado. Recomeçávamos a vida exatamente de onde havíamos
parado, como se o tempo não tivesse passado.
Por que estou enfatizando isso? Porque no mundo de hoje, muitos estão
dispostos a trocar essas amizades por personagens de vídeo caracteres e
mensagens rápidas de texto. Gastam o tempo identificando-se com
personalidades da televisão, que, para eles, são apenas rostos em uma
tela. Preferem apenas atividades em grupo em vez de se comprometerem em
um relacionamento significativo que pode levá-los ao selamento no templo
para a eternidade. Pensem nisso. Amizades verdadeiras têm como base o
amor de Deus e o compartilhar desse amor com os outros. Essa foi uma das
mensagens na Cadeia de Liberty.
Desde o início de minha vida, quando crescia na Estaca Cottonwood, no
Vale do Lago Salgado, os amigos têm sido uma bênção especial para mim.
Meus amigos mais próximos da juventude são meus amigos até hoje. Alguns
estão aqui esta noite. Sempre foi assim; sempre apoiamos uns aos outros.
E sou grato por ter feito novos amigos que também têm sido uma força e
uma bênção para mim.
Quando penso em amizade, penso no exemplo do Presidente Thomas S.
Monson. Considerem este ensinamento de nosso amado Profeta. Ele disse:
“Os amigos ajudam a determinar nosso futuro. Temos a tendência de sermos
como eles e de sermos encontrados aonde eles decidem ir. Lembrem-se, o
caminho que seguimos nesta vida leva ao caminho que seguiremos na
próxima.
Uma pesquisa realizada em algumas alas e estacas selecionadas da Igreja
mostrou-nos um fato muito significativo: as pessoas cujos amigos
casaram-se no templo geralmente também se casaram no templo, enquanto
que as pessoas cujos amigos não se casaram no templo também não se
casaram no templo. O mesmo também se aplica aos missionários de tempo
integral. A influência dos amigos parece ser um fator altamente
dominante, até mesmo igual ao estímulo dos pais, às instruções de sala
de aula ou a proximidade a um templo.
Os amigos que vocês escolhem os ajudam a progredir ou obstruem seu sucesso”.1 Essas são palavras a se ponderar.
Quem não escolheria o Presidente Monson como amigo? Ele doa seus
trenzinhos no Natal; ele doa as roupas que veste e os sapatos dos pés
para pessoas que não os têm; doa horas incontáveis a pessoas esquecidas
em asilos ou lutando pela vida em hospitais; e compartilha sua alegria
pela vida conosco quando mexe as orelhas. Como não gostar dele? Quando
perguntaram a um grupo de missionários que identificasse o maior
atributo do Presidente Monson, quase todos escolheram seu amor pelas
pessoas. Um deles até sugeriu que gostaria de ser vizinho do profeta,
pois sabia que se tornariam bons amigos.
Descobri que os conselhos das Autoridades Gerais são consistentes com
minha própria experiência e especialmente aplicáveis hoje. O Élder
Neal A. Maxwell disse: “Quer sejamos jovens ou idosos, precisamos ser
bons amigos, mas também precisamos escolher cuidadosamente as nossas
amizades. Se escolhermos o Senhor em primeiro lugar a
escolha dos amigos se tornará mais fácil e mais segura. Pensem no
contraste existente entre as amizades feitas na cidade de Enoque e nas
cidades de Sodoma e Gomorra! Os cidadãos da cidade de Enoque escolheram
Jesus e Seu modo de vida, tornando-se amigos eternos. Muito depende de
quem e do que escolhemos em primeiro lugar”2.
Aconselhar os Amigos
Alguns amigos são mestres sábios e confiáveis; eles são um tipo especial
de amigo, estão adiante de nós e conhecem o caminho. E eles também nos
“apoiam”. Quem foram os mestres de Joseph Smith? Penso logo em Morôni.
João Batista, Pedro, Tiago, João e Paulo, discípulos do passado, o pai e
a mãe de Joseph, o irmão Alvin — a lista é impressionante. É justo
dizer que ele se encontrava em boa companhia.
Pensem por um minuto naqueles que os aconselharam. Vocês desejam
aconselhar outros quando surgirem as oportunidades? Estão-se preparando
para compartilhar seu testemunho do evangelho e sua compreensão de como
ter sucesso em suas buscas do cotidiano?
A história e as escrituras estão repletas de exemplos de homens e
mulheres que serviram como conselheiros retos. O mais óbvio talvez seja
nosso Senhor Jesus Cristo, quando estabeleceu Sua Igreja no meridiano
dos tempos. No início de Seu ministério Ele escolheu doze homens
aparentemente comuns que abandonaram sua profissão normal e passaram
três anos na companhia Dele. Viajaram com Ele, ouviram Seus sermões,
comeram com Ele, testemunharam os milagres que Ele fez e tiveram vários
momentos de instrução individual. Que bênção ímpar foi para eles ser
pessoalmente ensinados por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Cada um
deles foi pessoalmente modificado por essa convivência privilegiada.
Outro exemplo em uma inversão incomum de papéis é Joseph Smith, que se
tornou um guia espiritual para seu irmão mais velho, Hyrum. Hyrum,
humilde e ensinável, permaneceu ao lado de Joseph. Ele estava na Cadeia
de Liberty e foi o primeiro a cair em Carthage. Hyrum escolheu o profeta
de Deus como conselheiro, e escolheu bem.
Em nossos dias, e em meu serviço como Autoridade Geral, os membros do
Quórum dos Doze têm um profundo interesse em nossa vida, generosamente
passando a nós suas experiências, ensinando-nos de modo eficiente a
cumprir nosso chamado sagrado neste ministério. Também me lembro de um
comentário feito por Brigham Young quando disse ao Profeta Joseph Smith:
“Tenho vontade de gritar, aleluia, toda vez que penso que conheci
Joseph Smith, o Profeta”.3 Sinto dessa forma a respeito de vários dos líderes atuais.
Em cada caso, uma pessoa mais experiente e confiável serve como um
eficiente guia e conselheiro a outra pessoa menos experiente, ajudando a
moldar seu entendimento e a ensinar-lhe princípios que tornaram aquela
pessoa mais eficiente, mais forte, mais sábia e mais valiosa como servo
de Deus.
Parem por um minuto agora e pensem: “Quais foram seus mestres?” O que
aprenderam com eles que mudou sua vida? Como cuidaram de vocês? Como
usarão o exemplo deles e cuidarão, vocês mesmos, de seus irmãos mais
jovens, de seus amigos e colegas, daqueles que poderão precisar e
desejar tal relacionamento?
Exemplo de um Conselho Amigo
Vou dar-lhes um exemplo de minha própria vida. Tenho sido abençoado por
um desses relacionamentos de amigo e mestre, o Élder Jon M. Huntsman,
Setenta de Área, filantropo, benfeitor e fundador das empresas do grupo
Huntsman; e meu amigo.
Conheci Jon Huntsman em 1975, quando eu tinha 24 anos de idade. Eu era o
presidente do quórum de élderes de uma ala de estudantes casados da
Universidade de Utah, e Jon Huntsman era o membro do sumo conselheiro
responsável por meu quórum. Tornamo-nos amigos e, em meu último ano na
faculdade, quando eu me preparava para concluir meus estudos na
universidade, o irmão Huntsman contratou-me como representante de vendas
de sua empresa de plásticos.
Uma de minhas primeiras contas foi a Avon, a gigante dos cosméticos, com
sede na Cidade de Nova York. Para me apresentar a esse cliente tão
importante, o irmão Huntsman acompanhou-me à Cidade de Nova York.
Empolgado com a nova carreira e ansioso para causar uma boa impressão,
usei meu melhor terno colegial marrom, uma gravata borboleta e meu
mocassim marrom. Quando nos encontramos no aeroporto, percebi que o Sr.
Huntsman me olhou de um modo peculiar, mas não disse nada!
Quando chegamos a Nova York City, ele disse que precisávamos passar em
um lugar antes de visitar a Avon. Fomos direto para a famosa loja de
roupas masculinas Brooks Brothers na sofisticada Madison Avenue.
Lembro-me das palavras de Jon no caminho: “Agora Ron, se você vai
trabalhar como vendedor em minha empresa, e se vai representar-me na
Avon, vai precisar aprender a se vestir, a agir e como servir nessa nova
função”. E disse mais: “Não se usa terno marrom no meio empresarial da
Cidade de Nova York!” Ao menos não para representar Jon Huntsman!
Jon conhecia as pessoas na Brooks Brothers e os observou enquanto
provavam em mim um belo terno cinza escuro de risca de giz. O mais belo
terno que já tinha visto e certamente o mais belo que já tivera. Depois
que tirei o terno para os ajustes, escolhemos uma camisa, algumas
gravatas, um cinto e todos os acessórios. Depois, fomos ao departamento
de calçados onde Jon me apresentou meu primeiro par de sapatos pretos
sociais.
Creio que a conta do irmão Huntsman na Brooks’ Brothers dava-lhe
privilégios especiais, pois depois de almoçarmos, ele voltou comigo à
loja e encontramos meu guarda-roupa de negócios pronto, cortesia de Jon
Huntsman.
Lembro-me de minha gratidão a Jon por me livrar do constrangimento
desnecessário de aparecer na Avon vestindo roupas colegiais. Quando
joguei — é isso mesmo — joguei meu terno marrom em uma sacola, percebi
que ele fez questão de que eu estivesse vestido de modo adequado!
Depois, seguimos para a Avon, onde o Jon me apresentou como o novo
representante de sua conta com a Huntsman. Jon estava-me ensinando muito
mais do que a importância de me adequar ao trabalho. Ele estava-me
apresentando a um modo totalmente novo de pensar, de fazer as coisas e
de me apresentar aos outros. Estava sendo meu mestre. Aquela foi a
primeira das muitas lições valiosas que aprendi com ele com o passar dos
anos.
Anos mais tarde, enquanto eu trabalhava como executivo sênior na empresa
do irmão Huntsman, assumi responsabilidades que me levaram por todo o
mundo. Ao voltar de uma dessas viagens de negócios, o irmão Huntsman,
que na época servia como presidente de estaca, perguntou-me o que eu
fazia na Igreja. Contei-lhe que servia com alegria como professor na
classe de Doutrina do Evangelho na Escola Dominical. Ele perguntou que
tipos de experiências eu tivera como líder na Igreja. Contei que estava
feliz por ter servido em várias presidências, mas que a maioria dos
chamados eram, com muita alegria, como professor.
Depois de explicar isso ao irmão Huntsman, ele me contou sobre uma
experiência semelhante em sua vida quando foi chamado para servir em uma
estaca de estudantes, primeiro no sumo conselho e depois como bispo.
Ele achou isso ideal para sua agenda apertada. De fato, como mencionei
anteriormente, foi nessa época que conheci o Jon Huntsman.
Ele disse que conhecia um irmão na Universidade de Utah que servia como
presidente de uma das estacas para casados da universidade e que poderia
chamar irmãos de todo o Vale do Lago Salgado para cargos na Igreja. O
irmão Huntsman perguntou se poderia telefonar para esse presidente da
estaca e apresentar-me a ele. Concordei e não pensei mais no assunto,
ciente de que o irmão Huntsman era muito ocupado.
Algum tempo mais tarde, recebi um telefonema de Robert Fotheringham, o
presidente da Estaca 1 da Universidade de Utah. Perguntou-me se ele e
seus conselheiros poderiam conversar comigo e minha esposa em nossa
casa. Poucos dias mais tarde, todos os três da presidência da estaca
estavam sentados em nossa sala de estar, perguntando sobre nossa
situação e verificando nosso testemunho. Depois de uma breve entrevista
de avaliação com cada um de nós, os três homens se entreolharam e o
presidente da estaca chamou-me para servir como membro do Sumo Conselho
da Estaca 1 da Universidade. Disseram que já tinham conversado com o
presidente de minha estaca de origem e que ele concordou com o chamado,
caso eles quisessem seguir adiante.
Aceitei o chamado e comecei a servir na Estaca 1 da Universidade. Como
parte de minhas responsabilidades, a irmã Rasband e nossa jovem família
desfrutamos uma maravilhosa oportunidade de desenvolver ótimos
relacionamentos centrados em Cristo com os jovens alunos casados. Depois
de servir por certo tempo no sumo conselho, fui chamado para ser o
bispo da Ala 10 na mesma estaca.
Mais tarde descobri, é claro, que o irmão Huntsman telefonou para o
Presidente Fotheringham e apenas sugeriu que conhecia alguém que poderia
servir bem no campus de uma universidade. Assim, meu querido amigo e
mestre, Jon Huntsman, ao apenas mencionar meu nome para uma possível
entrevista, providenciou outro tipo de experiência para que eu servisse
na Igreja.
Penso nos maravilhosos jovens que conheci no ambiente daquela Ala
Universitária e na oportunidade que tive de ajudar vários deles a
encontrar um emprego. Um deles está aqui conosco. E mais importante
ainda, tive o privilégio de prestar testemunho de nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo e estabelecer amizades virtuosas, algo de certa
forma semelhante ao que o irmão Huntsman fez por mim.
Mais tarde, quando a irmã Rasband e eu fomos chamados para presidir a
Missão Nova York, Nova York Norte, tivemos o privilégio de trabalhar com
muitos missionários fiéis. Pudemos ajudá-los não apenas a serem mais
eficientes em seu chamado de servos do Senhor Jesus Cristo, mas nossa
ligação continua até hoje quando os ajudamos com cartas de recomendação,
conselhos e incentivo e todo o nosso amor. Admito que não comprei um
terno novo e sapatos sociais para nenhum deles… ainda!
Como esses poucos exemplos mostram, creio firmemente nos relacionamentos de amizade e aconselhamento.
Aceitar Conselhos dos Mestres
O Élder Neal A. Maxwell, que serviu como mestre por tantos anos —
inclusive para mim — disse: “Cada um de nós, de tempo em tempo, é
ensinado e tem a oportunidade de ensinar. Em minha experiência,
afirmações verdadeiras e afetuosas que ocorrem nesses relacionamentos
sadios duram muito tempo! Vocês talvez se lembrem de três ou quatro
exemplos de como as pessoas disseram algo — talvez uma frase ou duas — e
vocês ainda se lembram. E elas continuam a tocá-los”.4
Penso na jovem mãe que sempre dizia aos filhos quando as coisas ficavam
difíceis: “Nós vamos conseguir”. Eles creram nela. Ou no missionário que
disse ao novo companheiro recém-chegado do CTM: “Conte com um milagre
todos os dias”. Ele o fez e sua fé determinou o curso da missão do novo
élder. Ou no Presidente Monson, ao concluir sua mensagem e reconhecer um
jovem oito fileiras distante num oceano de 5.000 jovens em uma reunião
de escoteiros na costa leste dos EUA. Aquele jovem era meu filho de 12
anos de idade que ele havia encontrado várias vezes. Podem acreditar,
meu filho nunca vai esquecer que o Presidente Monson o chamou pelo nome e
disse: “Chris Rasband, suba aqui e diga olá”. E que maior exemplo há
que o do Salvador que olhou para um grupo de pescadores humildes e disse
estas simples palavras: “Vinde após mim” (Mateus 4:19).
Nesta época, descrita pelo Apóstolo Paulo como de “tempos trabalhosos” (II Timóteo 3:1), registrada pelo Profeta Joseph Smith como um dia de “calamidade” (D&C 136:35), descrita por Néfi no Livro de Mórmon como um dia em que o adversário “se enfurecerá no coração dos filhos dos homens” (2 Néfi 28:20),
sugiro a todos vocês, meus caros jovens amigos, a importância de
desenvolverem amizades sadias e maravilhosas, com mestres sábios e
confiáveis.
Algumas vezes relutamos em receber conselhos. Afastamo-nos de alguém que
nos oferece sugestões. Temos a noção de que já sabemos o que precisamos
e abrimos o caminho para o orgulho. Quando isso acontece, abrimos mão
da sabedoria, das informações ou experiências que de outra forma
abençoariam nossa vida. Imaginem a diferença em meu relacionamento com o
irmão Huntsman, ou em minha carreira, se eu deixasse meu orgulho
recusar sua generosa oferta de um terno novo.
Geralmente esse é o caso em nossos relacionamentos da juventude com
nossos pais, que algumas vezes achamos antiquados, mal-informados ou
simplesmente não muito “legais”. Então às vezes é fácil dispensar seus
ensinamentos como sendo irrelevantes para nós. Muitos de nós já ouviram a
declaração: “Quando eu era um garoto de catorze anos, meu pai era tão
ignorante que eu mal podia suportar sua presença. Mas quando completei
21, fiquei surpreso com o quanto meu velho aprendeu em sete anos”.
Embora não saibamos quem escreveu esta declaração, sua mensagem é muito
instrutiva para nós. Mães e pais, avós e avôs têm muito a oferecer. Não
menosprezem o que as experiências lhes ensinaram e o amor que têm por
vocês. Talvez sejam seus mestres terrenos mais importantes. A irmã
Rasband e eu estimamos a oportunidade de sermos avós. Que alegria quando
nossos netos fazem uma pergunta ou buscam orientação sobre algum
assunto importante em sua vida.
Outros que podem oferecer conselhos importantes, mas a quem tendemos a
ignorar, são nossos sogros. Suas experiências são em geral tão
pertinentes quanto às de nossos pais. Fazemos bem em respeitar suas
opiniões e considerar seus conselhos. Muitos de vocês ainda não têm
sogros, mas tenho certeza de que os terão algum dia! Aprendam com eles e
peçam suas opiniões. Com isso vocês certamente crescerão em sabedoria.
Para cada um de vocês, ao alcance de minha voz, e àqueles que lerão esta
mensagem mais tarde, há muitos outros mestres em potencial a sua
disposição. Deixem-me sugerir alguns. Bispos, presidentes de estaca,
presidentes de missão, líderes de quórum, professores, professores do
seminário e do instituto, amigos e colegas de confiança, irmãs da
Sociedade de Socorro e outros. Tenho sido muito abençoado pelos muitos
exemplos e ensinamentos deles, e vocês também o foram! Tirem todo o
proveito de suas ideias e permitam que sua influência os inspire e
abençoe sua vida também.
Sermos Bons Amigos
Nunca é demais frisar a importância de sermos bons amigos. Nem sempre é
fácil nos tornarmos esse tipo de amigo. Ralph Waldo Emerson deu um bom
conselho ao comentar: “A única maneira de se ter um amigo é ser um
amigo”5.
E o velho clichê “dize-me com quem andas e direi quem és” ainda é
verdadeiro. Para ter amigos com padrões elevados, que defendam a virtude
e a bondade, que sejam fiéis aos convênios, vocês precisam ser esse
tipo de pessoa.
Em um mundo em que existe imundície, tanta permissividade e imoralidade,
ter bons amigos ajudará muito a garantir nossa habilidade de resistir
ao males de nossos dias. Aos que ainda estão solteiros, ter bons amigos
os colocará na posição de atrair o tipo de companheiro ou companheira
eterna que esperam encontrar. Foi esse o caso com a irmã Rasband.
Começamos como grandes amigos. O convite para o casamento veio mais
tarde.
Jesus Cristo É Nosso Modelo de Amizade
Ao falarmos sobre a amizade, pensem no que o Profeta Joseph Smith
registrou sobre os apóstolos que pregavam na Inglaterra: “Vi os Doze
Apóstolos do Cordeiro que se encontram na Terra agora, que portam as
chaves deste último ministério em terras estrangeiras, de pé, juntos em
um círculo, exaustos, com suas roupas esfarrapadas e os pés inchados,
com os olhos caídos, e Jesus pôs-se de pé no meio deles, mas não O
viram. O Salvador olhou para eles e chorou”.6
Embora não O vissem, Jesus os “apoiou”. Ciente de sua condição e
empático com suas dificuldades, foi Seu apoio amoroso que os susteve no
campo missionário e trouxe centenas e milhares de novos conversos para a
Igreja. Foi o Salvador que disse a Seus discípulos: “Sois meus amigos” (D&C 84:63). Foi o Salvador que ensinou: “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (João 15:13). E foi o Salvador que fez o convite: “Vinde a mim” (Mateus 11:28). Na amizade, assim como em todos os outros princípios do evangelho, Jesus Cristo é nosso Modelo.
Agora, meus caros jovens novos amigos, reunidos em todo o mundo,
presto-lhes meu testemunho de que este é o evangelho de Jesus Cristo.
Testifico-lhes que um elemento muito importante de sua experiência no
evangelho são os amigos que fazem e os mestres que seguem assim como me
foi prometido em minha Bênção Patriarcal quando tinha dezenove anos de
idade.
Encerro nesta noite por onde comecei, com o versículo das escrituras
dito por Deus ao Profeta Joseph Smith quando ele se encontrava na Cadeia
de Liberty, e lembro que isso pode ser dito a vocês e a mim, em
qualquer situação em que nos encontremos agora. “Teus amigos apoiam-te e
tornarão a saudar-te com coração caloroso e com mãos amistosas” (D&C 121:9).
Reafirmo a promessa feita pelo Senhor nos dias da restauração desta
Igreja. Oro para que cada um de vocês tenha o privilégio de desfrutar da
companhia de amigos e mestres justos ao crescerem juntos no evangelho
de Jesus Cristo.
Deixo-lhes esses pensamentos e palavras no Nome do Senhor Jesus Cristo, nosso amigo. Amém.
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Aprovação do inglês: 10/09. Aprovação da tradução: 10/09. Tradução de
Thy Friends Do Stand by Thee. Portuguese. PD50020993 059