sexta-feira, 3 de maio de 2013

As Verdades Que Mais Valem a Pena Conhecer


Presidente Boyd K. Packer

As Verdades Que Mais Valem a Pena Conhecer, 2011
Serão do SEI para os Jovens Adultos • 6 de novembro de 2011 • Universidade Brigham Young
Sinto-me muito grato pelas bênçãos que lhes permitem nos ver e ouvir do outro lado do mundo. Sinto-me ainda mais grato pelo dom do Espírito Santo, um milagre que não precisa de transmissão via satélite e que me permite visualizá-los em minha mente onde quer que estejam. Vocês são incomensuravelmente preciosos. Ansiamos pelo dia em que poderemos passar as chaves do reino a vocês.
Em vez de tomar notas, prestem atenção às impressões que receberem ao ponderarmos um assunto extremamente sagrado. Se tudo o que souberem depois desta noite forem as coisas que ouvirem, terão perdido o significado desta conversa.
Alguns chegam com dúvidas e buscam orientação. Outros se perguntam como saíram do caminho do evangelho e como podem voltar. Ao dirigir-me a todos, falo com mais ardor àquele que está buscando.

Buscar e Aceitar Orientação

Observei meus irmãos mais antigos dentre as Autoridades Gerais rodarem o mundo e depois passarem para o outro lado do véu: muitos grandes homens. O Presidente Harold B. Lee aconselhou-me a conviver com Autoridades Gerais mais antigas e aprender com a experiência deles. Segui esse conselho.
O poeta Henry Wadsworth Longfellow escreveu:
A vida de todos os grandes homens nos lembram
Que podemos tornar sublime nossa vida,
E ao partir, deixar para trás
Pegadas nas areias do tempo;
Pegadas essas que talvez outra pessoa,
Navegando pelo grande mar da vida,
Um irmão perdido e naufragado,
Ao vê-las, sinta o ânimo recobrado. 1
Essas “pegadas nas areias do tempo” continuarão sempre visíveis para guiá-los.
Quando eu era um jovem membro do Quórum dos Doze, ao sair de nossas reuniões semanais realizadas no templo, voltávamos a pé para os escritórios. Eu ficava para trás e caminhava com o Élder LeGrand Richards. Ele tinha sequelas de um acidente ocorrido na juventude e caminhava bem devagar.
As outras Autoridades Gerais diziam: “Você é muito bondoso por cuidar do irmão Richards”, e eu respondia: “Vocês não sabem por que eu faço isso!”
Ao caminharmos, eu ficava ouvindo. Ele se lembrava do Presidente Wilford Woodruff. Tinha 12 anos na última vez em que ouviu o Presidente Woodruff falar. O Élder Richards era um elo que nos ligava àquela geração. Eu absorvia cada palavra que ele proferia.
Há um encargo dado aos Doze em Doutrina e Convênios: “Os doze conselheiros viajantes são chamados para ser os Doze Apóstolos, ou seja, testemunhas especiais do nome de Cristo no mundo todo”. 2
Tenho o desejo insaciável de prestar testemunho do Pai e do Filho, Jesus Cristo. Cristo disse: “Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai”. 3 Ansiei contar-lhes o que sei a respeito de Cristo e do Pai — e de quem são o Pai e o Filho.
Sei que as palavras transmitidas pelo dom do Espírito Santo podem proporcionar-lhes o entendimento da “verdade de todas as coisas”. 4 Toda verdade vale a pena ser conhecida. Algumas verdades são mais úteis, mas há algumas verdades que valem mais a pena conhecer.

A Experiência nos Ajuda a Compreender o Amor de Nosso Pai Celestial por Seus Filhos

Eu perguntava a jovens missionários: “Vocês sabem o que significa a palavra pai?” Eles me diziam que era claro que sabiam. Respeitava a resposta deles, mas lá no fundo pensava: “Vocês sabem tão pouco”. Eles sabiam o que a palavra pai significa, mas seu conhecimento era imaturo.
Para vocês que são casados e têm um filho, a palavra pai assume novo significado e a palavra pai se torna mais clara para vocês.
Talvez chegue um dia em que um médico lhes diga: “Acho que seu filho não vai sobreviver”. Então, vocês aprenderão algo sobre o Pai e sobre vocês mesmos.
Estávamos casados havia nove anos quando ouvimos pela primeira vez essas palavras de um médico. “Acho que seu filho não vai sobreviver.” Como pais, olhamos para nosso filhinho bebê e fizemos a única coisa que podíamos fazer. Demos a ele um nome e uma bênção paterna no hospital. Oramos, exercemos fé e dissemos em voz alta: “Seja feita a Tua vontade”.
As horas se passaram e depois os dias. Os médicos e enfermeiras continuaram a tratar de nosso filho.
Por fim, ouvimos o médico dizer: “Acho que ele vai viver.”
Como pais, nossa compreensão e forças aumentaram, e nos achegamos um ao outro e ao Pai.
Treze anos depois, em um hospital bem maior, passamos pela mesma experiência com nosso décimo filho. Ele recebeu um nome e uma bênção paterna no hospital. Oramos, exercemos fé novamente e dissemos em voz alta: “Seja feita a Tua vontade”.
As horas passaram lentamente. Novamente fomos muito abençoados. Ele sobreviveu. As lições aprendidas vários anos antes se repetiram.
Essas experiências de vida vão ensinar a vocês o que significam as palavras pai e mãe. Depois, vocês saberão que dariam a vida para que seu filhinho pudesse viver para experimentar a vida mortal. Começarão então a compreender nosso Pai Celestial, o que significam as palavras pai e mãe.
Houve muitas ocasiões em que ansiei por aliviar o sofrimento de um filho ou apagar a dor ou a aflição de um ente querido, para simplesmente descobrir que não podia fazer isso. Mas aprendi que o fato de que eu faria isso, se pudesse, teve imensas consequências para com meu relacionamento com o Senhor.

Reconhecer Nossa Necessidade de um Mediador

Há um enigma nas escrituras sobre a justiça e a misericórdia. Foram esses dois princípios aparentemente conflitantes que abordei em outra ocasião ao ensinar uma espécie de parábola. 5 Ouçam com atenção.
Havia um homem que queria muito ter uma coisa. Aquilo lhe parecia mais importante do que tudo mais na vida. Para realizar seu desejo, incorreu em grande dívida.
Ele tinha sido avisado para não fazer uma dívida tão grande, principalmente para aquele credor. Mas parecia-lhe muito importante fazer o que ele queria fazer e ter o que desejava naquele mesmo instante. Ele tinha certeza de que conseguiria pagar mais tarde. Por isso, assinou o contrato de financiamento. Ele pagaria a dívida algum dia no futuro. Não se preocupou muito com aquilo porque a data parecia muito distante. e ele tinha o que queria naquele instante, e isso era o que lhe parecia importante.
O credor estava sempre em algum lugar no fundo de sua mente, e ele chegou a pagar algumas prestações de vez em quando, achando que o dia do acerto de contas jamais chegaria. Mas como sempre acontece, o dia chegou, e o contrato venceu. A dívida não tinha sido paga.
Seu credor apareceu e exigiu o pagamento completo. Somente então ele se deu conta de que o credor tinha não apenas o poder de tomar tudo o que ele possuía, mas também de colocá-lo na prisão por dívida.
“Não posso lhe pagar, porque não tenho condições de fazê-lo”, confessou ele.
“Então”, disse o credor, “teremos que executar o contrato, tomar suas posses, e você irá para a cadeia. Você concordou com isso. Foi sua a escolha. Você assinou o contrato, e agora ele precisa ser executado.”
“Você não poderia ser misericordioso? Não poderia prolongar o prazo ou perdoar a dívida?” suplicou o devedor. “Não haveria um meio de eu conservar meus bens e evitar a prisão? Seja misericordioso, por favor. Você certamente acredita na misericórdia, não é?”
O credor respondeu: “A misericórdia é sempre unilateral. Serviria apenas a seus interesses. Se eu lhe mostrar misericórdia, não serei pago. É justiça que exijo. Não crê na justiça?”
“Eu acreditava na justiça quando assinei o contrato”, admitiu o devedor. “Naquele momento, ela estava do meu lado, pois eu achava que me protegeria. Eu não precisava da misericórdia nem achava que um dia viria a precisar dela. A justiça, eu achava, favoreceria nós dois igualmente.”
“É a justiça que exige que você cumpra o contrato ou sofra as penalidades”, respondeu o credor. “Essa é a lei. Você concordou com isso, e é assim que tem que ser.”
Lá estavam eles: um exigindo justiça, o outro suplicando misericórdia. Nenhum poderia prevalecer a não ser à custa do outro.
“Se você não perdoar a dívida, não haverá misericórdia”, suplicou o devedor.
“Se eu fizer isso, não haverá justiça”, foi a resposta.
Aparentemente não era possível cumprir as duas leis. A misericórdia não pode roubar a justiça. 6 Cada uma delas é um ideal eterno que aparentemente contradiz a outra. Será que não existe um meio para que tanto a justiça quanto a misericórdia sejam bem servidas?
Existe, sim! A lei da justiça pode ser plenamente satisfeita e a misericórdia pode ser plenamente concedida, mas isso exige outra pessoa. E foi o que aconteceu naquela ocasião.
O devedor tinha um amigo. Ele apareceu para ajudá-lo e o conhecia muito bem. Ele sabia que o devedor tinha visão curta. Considerava-o insensato por ter-se metido naquela situação. Mesmo assim, queria ajudar porque o amava. Colocou-se entre os dois como mediador e fez uma oferta ao credor:
“Pagarei a dívida se você liberar o devedor de seu contrato para que ele possa ficar com suas posses e não ir para a prisão”.
Enquanto o credor ponderava a oferta, o mediador acrescentou: “Você pediu justiça. Embora ele não possa pagar, eu vou fazê-lo. Você terá sido tratado com justiça e não poderá pedir mais. Isso não seria justo”.
O mediador virou-se então para o devedor. “Se eu pagar sua dívida, você me aceitará como seu credor?”
“Oh, sim”, exclamou o devedor. ”Você me salvou da prisão e foi misericordioso comigo.”
“Então”, disse o mediador, “você pagará a dívida a mim, e eu estabelecerei os termos. Não será fácil, mas será possível. Vou providenciar um meio. e você não terá de ir para a prisão.”
E assim, o credor recebeu todo o pagamento. Ele foi tratado com justiça. Nenhum contrato foi quebrado. O devedor, por sua vez, recebeu misericórdia. Ambas as leis foram cumpridas. Como havia um mediador, a justiça recebeu sua porção plena, e a misericórdia foi plenamente satisfeita.
A menos que haja um mediador, a menos que tenhamos um amigo, o peso total da justiça, inexorável e impiedosa, terá, sim, que cair sobre nós. A punição plena por toda transgressão, por menor ou mais profunda que seja, será cobrada até o último centavo.
Há um Mediador, um Redentor que está disposto e é capaz de satisfazer as demandas da justiça e conceder misericórdia ao penitente, porque “ele se oferece em sacrifício pelo pecado, cumprindo, assim, todos os requisitos da lei para todos os quebrantados de coração e contritos de espírito; e para ninguém mais podem todos os requisitos da lei ser cumpridos”. 7m dia, todos estarão diante Dele “a fim de serem julgados no (…) dia do juízo final, segundo suas obras”, 8 “porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo”.9
Por meio Dele, a misericórdia pode ser plenamente concedida a cada um de nós, sem ofender a lei eterna da justiça. A misericórdia não nos será concedida automaticamente. Ela virá por meio de um convênio com Ele. Será nos termos Dele, Seus generosos termos.
Para ativar Sua misericórdia, precisamos nos arrepender. Nossas transgressões são todas acrescentadas à nossa conta, e um dia, se isso não for devidamente resolvido, a menos que tenhamos nos arrependido, estaremos em dívida e seremos condenados.

O Arrependimento Elimina a Culpa e a Decepção

Todos somos espiritualmente devedores. De um modo ou de outro, a conta vai aumentando. Se formos pagando ao longo da jornada, pouco teremos com que nos preocupar. Em breve, vocês começarão a aprender sobre a disciplina e saber que um dia de prestação de contas nos aguarda. Aprendam a manter sua conta espiritual paga a intervalos regulares, em vez de permitir que ela acumule juros e multas.
Como vocês estão sendo testados, é esperado que cometam alguns erros. Presumo que já fizeram coisas que lamentam ter feito, coisas das quais não podem sequer se desculpar e muito menos corrigir, portanto carregam um fardo. Esta é a hora de usar a palavra culpa, que pode manchar como tinta indelével e não é fácil de lavar. Um enteado da culpa é a decepção, a tristeza pela perda de bênçãos e oportunidades.
Caso estejam se debatendo com a culpa, não diferem muito do povo do Livro de Mórmon sobre os quais o profeta disse: “Em virtude de sua iniquidade, a igreja [começou] a perder a crença no espírito de profecia e no espírito de revelação; e [defrontou-se] com os julgamentos de Deus”. 10
Geralmente tentamos resolver o problema da culpa dizendo uns aos outros que isso não importa. Mas de alguma forma, lá no fundo, não acreditamos nisso. Tampouco acreditamos em nós mesmos quando dizemos isso, porque sabemos que não é verdade. Isso importa, sim!
Os profetas sempre ensinaram o arrependimento. Alma disse: “Eis que virá para redimir os que se batizarem para o arrependimento, pela fé em seu nome”. 11
Alma disse claramente a seu filho rebelde: “Ora, o arrependimento não poderia ser concedido aos homens se não houvesse um castigo tão eterno como a vida da alma, estabelecido em oposição ao plano de felicidade”. 12
Há dois propósitos básicos da vida mortal. O primeiro é o de receber um corpo, que pode ser purificado, exaltado e viver para sempre. O segundo propósito é o de sermos testados. Nesse teste, sem dúvida cometeremos erros. Mas podemos aprender com nossos erros. “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”. 13
Vocês talvez se sintam mental e fisicamente inferiores e se preocupem ou se sintam sobrecarregados com o fardo da conta espiritual que está assinalada como “vencida”. Quando encaram a si mesmos nos momentos de serena contemplação (que muitos tentam evitar), há coisas não resolvidas que os incomodam? Vocês têm algo na consciência? Ainda se sentem, em maior ou menor grau, culpados de algo, seja grande ou pequeno?
Com muita frequência, recebemos cartas de pessoas que cometeram erros trágicos e se sentem sobrecarregados. Elas suplicam: “Posso algum dia ser perdoado? Posso um dia mudar?” A resposta é sim!
Paulo ensinou aos coríntios: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes (…) dará também o escape, para que a possais suportar”. 14
O evangelho ensina que o alívio da tormenta e da culpa pode ser conquistado por meio do arrependimento. Exceto por uns poucos, muito poucos, que desertam para a perdição depois de terem conhecido a plenitude, não há mau hábito, vício, rebelião, transgressão, ofensa, seja grande ou pequena, que esteja isenta da promessa do completo perdão. Não importa o que tenha acontecido a você em sua vida, o Senhor preparou um caminho de volta, se atenderem aos sussurros do Santo Espírito.
Alguns estão dominados por um desejo compulsivo, uma tentação que se repete na mente, talvez para se tornar um hábito e, em seguida, um vício. Estamos propensos a algumas transgressões e pecados, e também à racionalização de que não temos nenhuma culpa, porque nascemos assim. Caímos na armadilha, e daí vem a dor e o tormento que só o Salvador pode curar. Se vocês tiverem o poder de parar serão redimidos.

Satanás Ataca as Famílias

O Presidente Marion G. Romney me disse certa vez: “Não basta dizer-lhes de modo que eles entendam; diga-lhes de modo que nunca venham a entender erroneamente”.
Néfi disse: “Porque minha alma se deleita na clareza, pois é desta maneira que o Senhor Deus faz suas obras entre os filhos dos homens. Pois o Senhor Deus dá luz ao entendimento”. 15
Portanto, prestem atenção! Vou falar claramente como alguém que tem o chamado e a obrigação de fazê-lo.
Vocês sabem que há um adversário. As escrituras o descrevem nestes termos: “Aquela velha serpente, que é o diabo, (…) o pai de todas as mentiras”, 16 foi expulso no princípio, 17 sendo-lhe negado um corpo mortal. Ele jurou destruir “o grande plano de felicidade”18 e tornou-se inimigo de toda a justiça. Ele concentra seus ataques na família.
Vocês vivem em uma época em que o flagelo da pornografia está varrendo o mundo. É difícil escapar. A pornografia concentra-se naquela parte de sua natureza por meio da qual vocês têm o poder de gerar vida.
O vício da pornografia leva a dificuldades, divórcio, doenças e inúmeros problemas. Não há nenhuma parte dela que seja inocente. Colecioná-la, vê-la ou carregá-la com vocês de qualquer forma é como levar uma cascavel dentro da sua mochila. Isso expõe vocês ao inevitável equivalente espiritual do bote da serpente com sua inoculação de veneno mortal. É fácil compreender, sendo o mundo como é, que vocês podem quase inocentemente ser expostos a ela, lê-la ou vê-la sem perceber as terríveis consequências. Se isso descreve sua situação, advirto-os a pararem. Parem agora mesmo!
O Livro de Mórmon ensina que todos os homens “são ensinados suficientemente para distinguirem o bem do mal”. 19 E isso inclui vocês. Vocês sabem o que é certo e o que é errado. Tenham muito cuidado para não cruzar essa linha.
Embora a maioria dos erros possa ser confessado em particular ao Senhor, existem algumas transgressões que exigem mais do que isso para se obter o perdão. Se seus erros tiverem sido graves, vocês devem falar com seu bispo. Senão, uma simples confissão, silenciosa e pessoal, será suficiente. Mas lembrem-se de que a grande manhã do perdão não chegará de uma vez. Se no começo vocês tropeçarem, não desistam. O empenho de superar o desânimo faz parte do teste. Não desistam. Como já aconselhei antes, depois de ter confessado e abandonado seus pecados, não olhem para trás.
O Senhor está sempre a seu lado. Ele está disposto a sofrer e a pagar a penalidade se vocês estiverem dispostos a aceitá-Lo como seu Redentor.

O Sofrimento do Salvador Foi por Nossos Pecados

Como mortais, não podemos compreender como Ele realizou Seu sacrifício expiatório. Mas por enquanto, o como não é tão importante quanto o porquê do sofrimento Dele. Por que Ele fez isso por vocês, por mim, por toda a humanidade? Ele fez por amor a Deus, o Pai, e a toda a humanidade. “Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” 20
No Getsêmani, Cristo afastou-se de Seus apóstolos para orar. Seja o que for que ocorreu ali está além de nossa compreensão! Mas sabemos que Ele concluiu a Expiação. Ele estava disposto a tomar sobre Si os erros, os pecados e a culpa, as dúvidas e os medos de todo o mundo. Ele sofreu por nós para que não tivéssemos que sofrer. Muitos mortais sofreram tormentos e tiveram uma morte dolorosa e terrível. Mas Sua agonia superou todas essas coisas.
Na minha idade, vim a saber o que é a dor física, e não é nada divertido! Ninguém escapa desta vida sem aprender uma coisa ou outra sobre o sofrimento. Mas o tormento pessoal que não posso suportar é quando fico sabendo que fiz outros sofrer. É nesses momentos que tenho um vislumbre da agonia que o Salvador sentiu no Jardim do Getsêmani.
Seu sofrimento foi diferente de todos os outros, antes ou depois Dele, porque Ele tomou sobre si todas as penas que já foram impostas à família humana. Imaginem! Ele não tinha dívida a pagar. Não tinha cometido nenhum erro. No entanto, o acúmulo de toda culpa, pesar e tristeza, dor e humilhação, todos os tormentos mentais, emocionais e físicos conhecidos pelo homem — ele passou por tudo isso. Houve apenas Um nos anais da história humana que foi inteiramente sem pecado, estando qualificado para pagar pelos pecados e transgressões de toda a humanidade e sobreviver, pagando o preço por eles.
Ele ofereceu Sua vida e, em essência, disse: “Porque sou eu que tomo sobre mim os pecados do mundo”. 21 Ele foi crucificado e morreu. Eles não poderiam tirar-Lhe a vida. Ele consentiu em morrer.

O Perdão Completo é Possível

Se vocês tiverem tropeçado ou até ficado perdidos por um tempo, se vocês sentiram que o adversário os têm em cativeiro, vocês podem prosseguir com fé sem mais vagar pelo mundo. Há pessoas que estão prontas para orientá-los de volta à paz e à segurança. Até mesmo a graça de Deus, conforme prometido nas escrituras, vem “depois de tudo o que pudermos fazer”. 22 A possibilidade disso, para mim, é a verdade que mais vale a pena conhecer.
Prometo que a brilhante manhã do perdão poderá vir. Então, “a paz de Deus, que excede todo o entendimento”23 entrará novamente em sua vida, como um sol que nasce, e vocês, e Ele, “nunca mais [se lembrarão] dos seus pecados”. 24 Como vocês saberão? Vocês saberão!25
É isso que vim ensinar a vocês que estão com problemas. Ele vai intervir e resolver o problema que você não pode resolver, mas vocês têm que pagar o preço. Não acontece sem isso. Ele é um governante muito bondoso no sentido de que Ele sempre vai pagar o preço necessário, mas Ele quer que vocês façam o que devem fazer, mesmo que seja doloroso.
Amo o Senhor, e amo o Pai que O enviou. Nossos fardos de desapontamento, culpa e pecado podem ser colocados diante Dele, e em Seus termos generosos, cada um dos itens da conta pode ser marcado como “totalmente pago”.
“Vinde então, e argui-me, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã”. Isto é, continua Isaías, “se quiserdes, e obedecerdes”. 26

Achegar-Nos a Ele

A escritura que diz “aprende sabedoria em tua mocidade; sim, aprende em tua mocidade a guardar os mandamentos de Deus”27 é um convite à participação e uma promessa de paz e proteção contra o adversário. “Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” 28
Não esperem que tudo corra sem problemas em toda sua vida. Até para aqueles que estão vivendo como deveriam, às vezes ocorre exatamente o oposto. Enfrentem cada um dos desafios da vida com otimismo e certeza, e então terão a paz e a fé para sustê-los agora e no futuro.
Para aqueles que ainda não têm todas as bênçãos que sentem que desejariam e precisariam ter, acredito firmemente que nenhuma experiência ou oportunidade essencial para a redenção e salvação será negada a vocês que vivem fielmente. Permaneçam dignos, tenham esperança, paciência e orem sempre. Há um modo de as coisas darem certo. O dom do Espírito Santo vai guiar e dirigir suas ações.
Se vocês forem um daqueles que lutam com a culpa, a depressão ou a frustração em decorrência de erros que cometeram ou de bênçãos que ainda não vieram, ouçam os ensinamentos consoladores encontrados no hino de encerramento, “A Ele Vem” 29que será cantado pelo coro ao final da reunião.
Eu afirmo, com meus irmãos, os Apóstolos, que sou uma testemunha especial do senhor Jesus Cristo e temos as chaves sagradas. Esse testemunho é reafirmado a cada vez que sinto dentro de mim ou em outros o efeito purificador de Seu sacrifício sagrado. Meu testemunho, e o de meus irmãos, é verdadeiro. Conhecemos o Senhor. Ele não é um estranho para Seus profetas, videntes e reveladores.
E ao encerrar, sabendo que os conheço como a juventude da Igreja — compreendo que não são perfeitos, mas que estão progredindo pela vida afora. Tenham coragem. Saibam que qualquer um que tenha um corpo tem poder sobre os que não têm. 30Foi negado a Satanás um corpo; então quando forem confrontados com a tentação, saibam que estão acima de todas essas tentações, se exercerem o arbítrio que foi dado a Adão e Eva no jardim e que foi herdado por esta geração.
Invoco uma bênção sobre vocês, para que a vida lhes seja plena, que encontrem paz. E se olharem para frente com esperança e com o desejo de fazer a vontade do Senhor — é tudo o que se espera. Em nome de Jesus Cristo. Amém.
© 2011 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Aprovação do inglês: 9/11. Aprovação da tradução: 9/11. Tradução de Truths Most Worth Knowing. Portuguese. PD50036632 059

    Notas

  1.   1. 
    Henry Wadsworth Longfellow, “A Psalm of Life” (1838), The Complete Poetical Works of Longfellow, 1922, p. 3 [tradução livre].
  2.   2. 
  3.   3. 
    João 14:7.
  4.   4. 
  5.   5. 
    Ver Boyd K. Packer, “The Mediator”, Ensign, maio de 1977, pp. 54–56; ver também “O Mediador Jesus Cristo”, A Liahona, abril de 2011, p. 56; New Era, abril de 2011, pp. 2–4.
  6.   6. 
    Ver Alma 42:25.
  7.   7. 
  8.   8. 
  9.   9. 
    I Timóteo 2:5.
  10.   10. 
  11.   11. 
  12.   12. 
  13.   13. 
    I João 1:10.
  14.   14. 
    I Coríntios 10:13.
  15.   15. 
  16.   16. 
  17.   17. 
  18.   18. 
  19.   19. 
  20.   20. 
    João 15:13.
  21.   21. 
  22.   22. 
  23.   23. 
    Filipenses 4:7.
  24.   24. 
    Jeremias 31:34.
  25.   25. 
  26.   26. 
    Isaías 1:18–19.
  27.   27. 
  28.   28. 
    I Timóteo 4:12
  29.   29. 
    Ver Hymns, nº 117 [Hinário em inglês].
  30.   30. 
    Ver Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 138.

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