segunda-feira, 5 de março de 2012

A força dos Mórmons


Como o mormonismo, uma das religiões que mais crescem no mundo, pode ajudar o candidato republicano Mitt Romney a ser o escolhido para enfrentar Barack Obama nas eleições dos EUA

Mariana Queiroz Barboza
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CAMPANHA
Romney quer usar o poder de mobilização dos
mórmons para ser o candidato republicano
No final do ano passado, comentários desairosos feitos por um pastor do Texas lançaram luz sobre a fé do ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney, favorito entre os candidatos do Partido Republicano para concorrer à Presidência dos Estados Unidos. Desde então, os adversários de Romney têm explorado o tema politicamente, seja nos debates televisivos, seja em eventos públicos de campanha. Vitorioso em seis de dez prévias disputadas até agora (as duas últimas na terça-feira 28), líder nas pesquisas de opinião e maior arrecadador de recursos (US$ 56 milhões só em 2011), Romney é mórmon. Não fuma, não bebe, oferece 10% de seus rendimentos à Igreja (US$ 4,1 milhões nos últimos dois anos) e até trabalhou como bispo 30 anos atrás em Boston. Há quem diga, entre os concorrentes a uma vaga na corrida à Casa Branca, que a maioria dos pastores americanos rejeitaria o candidato republicano por não considerar o mormonismo uma religião cristã. Porém, as últimas pesquisas feitas nos Estados Unidos mostram que as discussões em torno da fé de Romney têm conferido projeção à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (LDS, na sigla em inglês), uma das religiões que mais crescem no mundo. “Este é sem dúvida o momento mórmon, mas não é e nem será a última vez que o mormonismo se destaca com tanta proeminência nos Estados Unidos”, disse à ISTOÉ David Campbell, ele próprio mórmon e professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de Notre Dame.

O candidato republicano não é o único a colocar o mormonismo no centro dos debates nacionais. Além dele, a autora da saga “Crepúsculo”, Stephenie Meyer, o escritor Steven R. Covey, que ganhou notoriedade entre os americanos pelos livros sobre negócios, e o musical da Broadway “The Book of Mormon”, grande vencedor do Tony Awards no ano passado, discutiram publicamente a religião. Para o professor Campbell, o interesse pelos mórmons vem, principalmente, do fato de esta ser uma religião nascida em solo americano. A Igreja LDS foi fundada no início do século 19 por Joseph Smith, em Nova York. Segundo a crença, Deus e Jesus Cristo apareceram para o profeta e lhe deram instruções para restaurar a Cristandade, já que as Igrejas da época estariam corrompidas.
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APOIO
“Vai, Mitt Romney! Os mórmons são demais!”, diz o cartaz das crianças
Os mórmons somam 6 milhões de adeptos nos Estados Unidos (são 14 milhões no mundo todo) e representam uma força política poderosa num país em que o voto não é obrigatório. A favor de Romney pesam o poder de mobilização dos mórmons e sua capacidade de propagar as ideias da religião. Ao contrário de algumas crenças, cujos praticantes não são tão convictos assim, os mórmons são unidos e fervorosos na defesa de sua fé. Mas eles também enfrentam preconceitos. Segundo uma pesquisa do Pew Research Center, que entrevistou 1.019 mórmons americanos entre outubro e novembro de 2011, metade deles disse enfrentar discriminação e 60% pensam que os americanos sabem pouco ou nada sobre a religião. Vistos por muitos como uma seita (o jornal The New York Times classificou a LDS como uma “Igreja com alma de corporação”), não raro os mórmons vêem seu nome associado à poligamia. O costume fez parte da Igreja no início de sua história, mas foi abandonado ainda em 1890. O Mormonismo carrega também o ônus de ter proibido que negros ascendessem no sacerdócio até o fim dos anos 1970 e até hoje condenar veementemente o homossexualismo.

Quando disputou a presidência, em 1960, o católico John Kennedy também enfrentou resistência de outros grupos religiosos quanto a uma possível interferência do Vaticano em sua agenda. A história provou que estavam errados. “Algumas pesquisas mostram que, após a eleição de Kennedy, os americanos se sentiram muito melhor em relação aos católicos e essa percepção nunca mais mudou”, diz o professor Campbell. Na sua análise, se o passado pode servir como guia, há motivos para crer que uma eleição de Romney seria positiva para a imagem dos mórmons. Karen Trifiletti, editora de conteúdo da More Good Foundation, entidade que divulga os preceitos mórmons, diz que é uma falsa inferência acreditar que, uma vez eleito, Romney serviria como marionete da Igreja. “Seus valores são publicamente claros”, diz Karen. “A Igreja não está dirigindo sua campanha. Esse momento é uma oportunidade para dizermos ao mundo quem somos. A curiosidade sobre nossa religião cresceu repentinamente, mas isso não é uma coincidência: Deus trabalha de formas misteriosas.”
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Como juntar R$ 1 milhão com R$ 360 por mês


Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

Juntar R$ 1 milhão. O que para muitos é um sonho distante pode se tornar um plano efetivo para quem tiver disciplina, algum capital para investir e desejo por risco. Com pouco mais de meio salário mínimo por mês, é possível atingir a quantia aplicando o dinheiro em ações de grandes empresas pelo período de 40 anos.
Essa conta é feita considerando que é preciso reajustar os depósitos mensais pela inflação. A cada mês, é deve-se aumentar um pouco o montante a ser investido de acordo com a inflação do mês anterior.  Dessa forma, ao final do período, o investidor terá o equivalente ao que hoje representa R$ 1 milhão (atualizado conforme o custo de vida até daqui a 40 anos).
A pedido do UOL, o especialista em finanças pessoais Marcos Silvestre, autor dos livros "12 meses para enriquecer: o plano da virada" e "Investimentos à prova de crise" elaborou planos de investimento para quem quer alcançar essa meta. Os cálculos mostram que um jovem de 20 anos pode atingir o valor aos 60 anos aplicando R$ 360 por mês numa carteira de ações.
Mesmo quem não tem coragem de se arriscar no mercado de ações, porém, pode realizar o sonho do milhão. Para isso, claro, será necessário um investimento mais alto. A meta pode ser alcançada aplicando-se, por exemplo, R$ 1.243 por mês em títulos públicos do governo por meio do Tesouro Direto, ou R$ 1.624 por mês na caderneta de poupança.

Quanto mais tarde se fizer planejamento, maior o esforço

Quanto mais tarde se fizer esse planejamento, no entanto, mais o esforço mensal precisará ser aumentado. Quem começar a fazer aplicações na poupança aos 30 anos só conseguirá atingir a meta do milhão aos 60 aplicando uma quantia mensal de R$ 2.309. Para quem começar a pensar no assunto aos 50, será necessário depositar R$ 7.847 na caderneta por mês.
"A marca do R$ 1 milhão é um desafio simbólico porque esta é uma soma que a maior parte das pessoas jamais possuirá como reserva financeira", diz Marcos Silvestre.
Seus cálculos mostram, porém, que se a ideia for fazer uma espécie de aposentadoria, aí a meta deverá ser mais ambiciosa. Se, ao atingir R$ 1 milhão em investimentos aos 60 anos, a pessoa decidir viver somente da renda deixando o valor aplicado no Tesouro Direto, obterá um valor mensal de R$ 2.000.
"É um valor claramente insuficiente para garantir um padrão de classe média confortável na condição de aposentado", diz Silvestre. Segundo seus cálculos, apenas uma reserva financeira líquida entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões poderia garantir uma renda "confortável".

'Liquidez da poupança é risco para aposentado', diz economista

Ainda pensando na aposentadoria, Silvestre considera que é melhor investir em planos de previdência do que em aplicações com grande liquidez, como a poupança (que permite o saque dos valores a qualquer tempo).
"A liquidez que a poupança, o Tesouro Direto e até das ações apresentam é um perigo para o aposentado, que pode passar a ser assediado por filhos, netos e amigos mal intencionados. Melhor que isso talvez seja trocar esta reserva pela garantia do recebimento mensal de um bom plano de previdência. Se for escolhida uma instituição sólida, os riscos serão pequenos perto das potenciais tentativas de 'extorsão' dos 'entes queridos'", afirma ele, que diz que há 20 anos lida com situações do tipo.
Para fazer os cálculos, o economista considerou uma rentabilidade líquida real, descontados impostos, taxas e a inflação, de 0,10% para a caderneta de poupança. Essa rentabilidade é semelhante, segundo ele, àquela obtida em um plano de previdência conservador (cuja carteira contém menos de 10% dos investimentos em ações).
Para aplicações no Tesouro Direto, foi considerada uma rentabilidade líquida real de 0,20% ao mês (também registrada por planos de previdência privada de risco moderado, com algo entre 10% e 20% de ações na carteira) e, para as ações, uma rentabilidade de 0,60% ao mês. Nesse caso, ele considerou uma previsão para ações de empresas de primeira linha, ou de planos de previdência de maior risco (até 49% de ações na carteira).

QUANTO INVESTIR POR MÊS DOS 20 ANOS ATÉ OS 60 ANOS

TIPO DE APLICAÇÃOPARA ACUMULAR
R$ 500 MIL
PARA ACUMULAR
R$ 1 MILHÃO
PARA ACUMULAR
R$ 2 MILHÕES
POUPANÇAR$ 812R$ 1.624R$ 3.248
TESOURO DIRETOR$ 621R$ 1.243R$ 2.486
AÇÕESR$ 180R$ 360R$ 720
  • Considerando-se rentabilidade líquida real mensal (descontados impostos, taxas e inflação) de 0,10% para a poupança, 0,20% para o Tesouro Direto e 0,60% para as ações

QUANTO INVESTIR POR MÊS DOS 30 ANOS ATÉ OS 60 ANOS

TIPO DE APLICAÇÃOPARA ACUMULAR
R$ 500 MIL
PARA ACUMULAR
R$ 1 MILHÃO
PARA ACUMULAR
R$ 2 MILHÕES
POUPANÇAR$ 1.155R$ 2.309R$ 4.618
TESOURO DIRETOR$ 950R$ 1.899R$ 3.799
AÇÕESR$ 394R$ 788R$ 1.576
  • Considerando-se rentabilidade líquida real mensal (descontados impostos, taxas e inflação) de 0,10% para a poupança, 0,20% para o Tesouro Direto e 0,60% para as ações

QUANTO INVESTIR POR MÊS DOS 40 ANOS ATÉ OS 60 ANOS

TIPO DE APLICAÇÃOPARA ACUMULAR
R$ 500 MIL
PARA ACUMULAR
R$ 1 MILHÃO
PARA ACUMULAR
R$ 2 MILHÕES
POUPANÇAR$ 1.844R$ 3.689R$ 7.377
TESOURO DIRETOR$ 1.625R$ 3.250R$ 6.501
AÇÕESR$ 937R$ 1.873R$ 3.747
  • Considerando-se rentabilidade líquida real mensal (descontados impostos, taxas e inflação) de 0,10% para a poupança, 0,20% para o Tesouro Direto e 0,60% para as ações

QUANTO INVESTIR POR MÊS DOS 50 ANOS ATÉ OS 60 ANOS

TIPO DE APLICAÇÃOPARA ACUMULAR
R$ 500 MIL
PARA ACUMULAR
R$ 1 MILHÃO
PARA ACUMULAR
R$ 2 MILHÕES
POUPANÇAR$ 3.924R$ 7.847R$ 15.695
TESOURO DIRETOR$ 3.691R$ 7.382R$ 14.763
AÇÕESR$ 2.857R$ 5.714R$ 11.428
  • Considerando-se rentabilidade líquida real mensal (descontados impostos, taxas e inflação) de 0,10% para a poupança, 0,20% para o Tesouro Direto e 0,60% para as ações

domingo, 4 de março de 2012

Não Dar Mais Lugar ao Inimigo de Minha Alma


JEFFREY R. HOLLAND

Do Quórum dos Doze Apóstolos



Jeffrey R. Holland
Que a alegria de nossa fidelidade ao que há de mais elevado dentro de nós seja nossa ao mantermos nosso amor e nosso casamento, nossa sociedade e nossa alma tão puros como devem ser.
Quando minha mulher e eu desembarcamos recentemente em um distante aeroporto, três belas jovens que saíam do mesmo voo vieram correndo cumprimentar-nos. Identificaram-se como membros da Igreja, o que não foi surpresa, porque geralmente são os membros que correm para cumprimentar-nos nos aeroportos. Em uma conversa inesperada, descobrimos em meio a lágrimas que as três tinham-se divorciado recentemente, que o marido de cada uma delas tinha sido infiel e que as sementes de alienação e transgressão começaram com a atração pelapornografia.
Com essa amarga introdução a este discurso, que me é muito difícil de proferir, sinto-me como o antigo profeta Jacó, que disse: “[Entristece-me] ter que usar uma linguagem tão forte (…) perante (…) muitos [que] têm sentimentos sumamente ternos e castos e delicados”.1 Mas precisamos ser firmes. Pode ter sido o pai ou o avô que existe em mim, mas as lágrimas daquelas jovens encheram de lágrimas meus olhos e os da minha mulher, e suas perguntas me fizeram questionar o mesmo que elas: “Por que há tanta decadência moral ao nosso redor, e por que tantas pessoas e famílias, inclusive dentro da Igreja, estão-se tornando vítimas dessas coisas, ficando tragicamente marcadas”?
Porém, sem dúvida, eu sabia ao menos parte da resposta para minha pergunta. Quase todos os dias, somos atacados por todos os lados por uma enxurrada de mensagens imorais de algum tipo. Os setores mais sombrios da indústria cinematográfica, televisiva e musical chafurdam cada vez mais na linguagem ofensiva e na conduta sexual imprópria. Além disso, angustio-me além do que posso expressar pelo fato de que os mesmos serviços de computadores e de Internet que me possibilitam realizar a história da família e preparar nomes para o templo permitam, sem filtros nem controle, que meus filhos ou netos acessem uma latrina global de imagens que podem deixar uma terrível cicatriz no cérebro deles para sempre.
Lembrem-se de que aquelas jovens esposas disseram que a infidelidade do marido delas começou com a atração pela pornografia, mas essa prática imoral não é apenas um problema masculino, e não são apenas os maridos que pecam. O perigo que está a um clique do mouse — inclusive o que pode acontecer nas salas de bate-papo e de encontros virtuais — não faz acepção de pessoas, homem ou mulher, jovens ou idosos, casados ou solteiros. E para garantir que a tentação esteja cada vez mais acessível, o adversário se empenha em ampliar sua cobertura — como se diz, caprichosamente — de modo a incluir celulares, videogames e aparelhos de MP3.
Se pararmos de ficar aparando os galhos do problema e atacarmos mais diretamente a raiz da árvore, certamente encontraremos a luxúria esgueirando-se furtivamente ali. Luxúria é uma palavra repulsiva e, para mim, um tema sem dúvida repugnante de abordar, mas há um bom motivo pelo qual em algumas tradições ela é considerada a mais mortal dos “sete pecados capitais”.2
Por que a luxúria é um pecado tão “mortal”? Além do impacto espiritualmente destrutivo que tem sobre a alma, acho que é um pecado porque macula o mais elevado e santo relacionamento que Deus nos concede na mortalidade: o amor que um homem e uma mulher sentem um pelo outro e o desejo que o casal tem de gerar filhos em uma família planejada para ser eterna. Alguém disse que o verdadeiro amor deve incluir o conceito de permanência. O amor verdadeiro perdura, mas a luxúria muda tão rapidamente quanto o virar de uma página de material pornográfico ou a olhada para outro objeto potencial de satisfação que passa pela pessoa, seja homem ou mulher. O amor verdadeiro é algo que nos deixa totalmente entusiasmados, tal como o que sinto por minha mulher. Queremos proclamá-lo do alto do telhado. Mas a luxúria caracteriza-se pela vergonha e pelo segredo e é quase patologicamente clandestino: quanto mais tarde da noite e escuro for, melhor; com tranca dupla na porta, por via das dúvidas. O amor nos leva instintivamente a estender a mão para Deus e para outras pessoas. A luxúria, por outro lado, afasta-se de tudo o que é divino, venerando a autoindulgência. O amor vem de braços e coração abertos. A luxúria vem apenas com um apetite insaciável.
Esses são apenas alguns dos motivos pelos quais a corrupção do verdadeiro significado do amor — seja em nossa imaginação ou com outra pessoa — é tão destrutiva. Ela destrói o que vem logo depois de nossa fé em Deus, ou seja, a fé que temos naqueles a quem amamos. Abala os pilares de confiança sobre os quais edificamos nosso amor atual ou futuro, e leva muito tempo para reconquistar essa confiança, depois de perdida. Se o problema se tornar suficientemente sério, seja em âmbito pessoal, como no caso de um membro da família, ou público, como no caso de governantes eleitos, de líderes empresariais, de astros da mídia e ídolos esportivos, bem logo o local edificado para abrigar uma sociedade moralmente responsável ostentará a placa “terreno baldio”.3
Sejamos solteiros ou casados, jovens ou idosos, falemos um pouco sobre os meios de nos protegermos da tentação. Talvez não sejamos capazes de curar todos os males da sociedade hoje, mas falemos sobre algumas ações individuais que podemos praticar.
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     Acima de qualquer coisa, comecem afastando-se de pessoas, materiais e situações que os colocarão em risco. Assim como sabem aqueles que se debatem com coisas como o alcoolismo, a atração exercida pela proximidade pode ser fatal. O mesmo acontece com as questões morais. Tal como José na presença da mulher de Potifar4, simplesmente fujam correndo, o mais rápido que puderem, de tudo e de todos que os seduzam. E, por favor, ao fugirem da tentação, nãodeixem seu endereço com ela.
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     Conscientizem-se de que pessoas escravizadas pelas cadeias de vícios reais precisarão de mais ajuda do que podem conseguir sozinhas. Vocês podem ser uma dessas pessoas. Procurem e aceitem essa ajuda. Conversem com seu bispo. Sigam o conselho dele. Peçam uma bênção do sacerdócio. Usem o auxílio dos Serviços Familiares da Igreja ou busquem ajuda profissional adequada. Orem sem cessar. Peçam que os anjos os ajudem.
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     Além dos filtros nos computadores e o refreamento das paixões, lembrem-se de que o único controle real na vida é o autocontrole. Exercitem seu controle mesmo nos momentos de natureza questionável com que se depararem. Se o programa de televisão for indecente, desliguem o aparelho. Se o filme for de mau gosto, saiam do cinema. Se estiverem desenvolvendo um relacionamento impróprio, cortem-no. Muitas dessas influências — ao menos no início — podem não ser tecnicamente más, mas têm o poder de embotar nosso julgamento, diminuir nossa espiritualidade e conduzir-nos para algo que pode ser mau. Um velho provérbio diz que uma jornada de mil milhas começa com um passo5; por isso, tenham cuidado onde pisam.
  •  
     Como ladrões na noite, pensamentos inoportunos procuram invadir nossa mente. Mas, não temos de convidá-los para entrar, servir-lhes café e bolinhos e dizer-lhes onde estão os talheres (na verdade não devem servir café de jeito nenhum!). Ponham os malandros para fora! Substituam os pensamentos lascivos por imagens de esperança e lembranças felizes, visualizem a imagem daqueles que os amam e que seriam abalados se vocês os decepcionassem. Muitos homens já foram impedidos de cometer pecados ou alguma tolice ao se lembrarem do rosto de sua mãe, de sua esposa ou de seus filhos esperando por eles em casa. Quaisquer que sejam os pensamentos que tiverem, certifiquem-se de que sejam recebidos em seu coração apenas por convite. Como disse um antigo poeta, deixe a força de vontade ser sua razão.6
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     Promovam a presença do Espírito do Senhor e estejam onde Ele está. Cuidem para que isso inclua sua própria casa ou seu apartamento, determinando o tipo de obras de arte, música e literatura que colocam ali. Se tiverem sua investidura, frequentem o templo o máximo que puderem. Lembrem-se de que o templo os arma “com o poder de Deus, coloca Sua glória sobre vocês e os coloca sobre a guarda dos anjos”.7 E quando saírem do templo, lembrem-se dos símbolos que carregam consigo e nunca os deixem de lado ou os esqueçam.
A maioria das pessoas com problemas acaba exclamando: “Onde eu estava com a cabeça?” Seja lá no que estivessem pensando, não era em Cristo. Contudo, como membros de Sua Igreja, prometemos todos os domingos tomar sobre nós Seu nome e “recordá-lo sempre”.8 Portanto, vamos esforçar-nos um pouco mais para lembrar-nos Dele, que Ele “tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; (…) foi ferido por causa das nossas transgressões, (…) e pelas suas pisaduras fomos sarados”.9 Certamente nossas ações seriam guiadas com eficiência se nos lembrássemos que toda vez que transgredimos não magoamos apenas aqueles a quem amamos, mas também magoamos a Deus. Mas, se pecarmos, por mais grave que seja o pecado, podemos ser resgatados por esse mesmo Ser majestoso, cujo nome é o único dado abaixo do céu pelo qual todo homem ou mulher pode ser salvo.10 Quando contemplarmos nossas transgressões e nossa alma for dilacerada pelo sofrimento, que nos lembremos de Alma, que, ao arrepender-se e mudar o curso de sua vida, clamou: “Ó Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim”.11
Irmãos e irmãs, amo vocês. O Presidente Thomas S. Monson e as outras Autoridades Gerais os amam. Muito mais importante, seu Pai Celestial os ama. Procurei falar hoje sobre o amor — o amor real e verdadeiro — sobre o respeito por ele e a própria representação dele em toda a sociedade humana que conhecemos; sobre a santidade do amor entre um homem e uma mulher casados e a família que o amor por fim gera. Tentei falar sobre a manifestação redentora do amor, a personificação da caridade, que vem a nós pela graça do Próprio Cristo. Por necessidade, também falei sobre o diabo, aquele ser diabólico, pai das mentiras e da luxúria, que fará tudo o que puder para dissimular o amor real, profanar e desvirtuar o amor verdadeiro quando e onde quer que ele o encontre. E falei de seu desejo de destruir-nos, se puder.
Quando enfrentamos tais tentações, devemos declarar como o jovem Néfi fez ao enfrentar as dele: “[Não darei] lugar ao inimigo de minha alma”.12Podemos rejeitar o maligno. Se quisermos isso de modo suficientemente sincero e profundo, aquele inimigo pode e será repreendido pelo poder redentor do Senhor Jesus Cristo. E ainda mais, prometo-lhes que a luz de Seu evangelho eterno pode brilhar e brilhará novamente com esplendor nos momentos em que vocês temiam que sua vida pudesse se tornar irrecuperavelmente tenebrosa. Que a alegria de nossa fidelidade ao que há de mais elevado dentro de nós seja nossa ao mantermos nosso amor e nosso casamento, nossa sociedade e nossa alma tão puros como devem ser. É minha oração em nome de Jesus Cristo. Amém.