quarta-feira, 25 de maio de 2016

Vamos Começar de Novo

Algum tempo atrás, passei por uma experiência que descrevo como “Atendimento de Alta Classe ao Cliente”. Aconteceu num sábado, num dia frio de inverno, em Toronto.
O fim de semana começou, como em muitas famílias de pais separados, com meus filhos indo visitar a mãe. Kate, minha atual esposa, e eu tivemos um fim de semana sozinhos. Sábado foi um exercício de descanso e tranquilidade. Levantamo-nos tarde e tudo nesse dia foi feito agradavelmente três ou quatro horas depois do habitual.
Depois de passear pelas lojas e galerias, chegamos a um conceituado hotel quatro estrelas, por volta de quatro horas da tarde, prontos para um almoço tardio. Os funcionários do restaurante eram muito atenciosos. Kate pediu qualquer coisa passada na manteiga e, quando o prato chegou, começou a verdadeira aventura.
Em cima do prato de Kate havia a pontinha de uma luva de borracha. Chamei a garçonete.
– O que é isto? – Kate perguntou, devidamente indignada.
– Não estou certa – respondeu a garçonete enquanto levava rapidamente o prato para a cozinha.
Em menos de um minuto a garçonete voltou acompanhada do maître. – Senhora, cometemos um erro terrível e pedimos sinceras desculpas.
Até aí tudo bem.
– Vamos começar de novo – continuou o maître. – Retire tudo da mesa – instruiu à garçonete.
A garçonete começou a retirar tudo – o vinho, os talheres, minha comida, a toalha de mesa – tudo!
– Vamos apagar as lembranças – ele disse.
A mesa foi posta novamente, o cardápio apresentado e novos pedidos de comida e bebida foram feitos. Estávamos, mais uma vez, esperando um almoço fantástico.
O maître retirou a impressão de um serviço ruim e providenciou outro excelente. Não negou a experiência anterior, mas a substituiu por uma melhor e mais rica. A comida estava boa; o atendimento de alto nível. Foi um espetáculo. E a refeição foi por conta da casa.
Richard Porter
Do livro: Espírito de Cooperação no Trabalho
Jack Canfield, Mark Victor Hansen e outros
Editora Cultrix

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O Poder da Determinação

A casinha da escola rural era aquecida por um velho e bojudo forno a carvão. Um garotinho tinha a função de ir mais cedo à escola todos os dias, para acender o fogo e aquecer o recinto antes que a professora e seus colegas chegassem.
Certa manhã, eles chegaram e encontraram a escola envolvida pelas chamas. Retiraram o garotinho inconsciente do prédio em chamas, mais morto do que vivo. Tinha queimaduras profundas na parte inferior do corpo e foi levado para o hospital do município vizinho.
De seu leito, o semiconsciente e pavorosamente queimado garotinho ouviu ao longe o médico que conversava com sua mãe. O médico dizia a ela que seu filho seguramente morreria -- o que na realidade, até seria melhor -- pois o terrível fogo devastara a parte inferior de seu corpo.
Porém o bravo garoto não queria morrer. Ele se convenceu de que sobreviveria. De alguma maneira, para surpresa do médico, ele realmente sobreviveu. Quando o risco de morte havia passado, ele novamente ouviu o médico e sua mãe falando baixinho. A mãe foi informada de que, uma vez que o fogo destruíra tantos músculos na parte inferior de seu corpo, quase que teria sido melhor que ele tivesse morrido, já que estava condenado a ser eternamente inválido e não fazer uso algum de seus membros inferiores.
Mais uma vez o bravo garoto tomou uma decisão. Não seria inválido. Ele andaria. Mas, infelizmente, da cintura para baixo, ele não tinha nenhuma capacidade motora. Suas pernas finas pendiam inertes, quase sem vida.
Finalmente, ele teve alta do hospital. Todos os dias sua mãe massageava suas perninhas, mas não havia sensação, controle, nada. Ainda assim, sua determinação de andar era mais forte do que nunca.
Quando ele não estava na cama, estava confinado a uma cadeira de rodas. Num dia ensolarado, sua mãe o conduziu até o quintal para tomar um pouco de ar fresco. Neste dia, ao invés de ficar sentado na cadeira, ele se jogou no chão. Arrastou-se pela grama, puxando as pernas atrás de si.
Arrastou-se até a cerca de estacas brancas que limitava o terreno. Com grande esforço, levantou-se apoiando-se na cerca. E então, estaca por estaca começou a arrastar-se ao longo da cerca, decidido a andar. Começou a fazer isso todos os dias até que um caminho se formou ao lado da cerca, e em volta de todo o quintal. Não havia nada que ele desejasse mais do que dar vida àquelas pernas.
Finalmente, com as massagens diárias, com sua persistência de ferro e com sua resoluta determinação, ele foi capaz de ficar em pé, depois de andar mancando, e então, de andar sozinho. Mais tarde, de correr.
Começou a caminhar para a escola, depois passou a correr para a escola, e a correr, pura e simplesmente, pela alegria de correr. Na faculdade, integrou o time de corrida com obstáculos.
Depois, no Madison Square Garden, aquele rapaz sem esperanças de sobreviver, que seguramente não andaria nunca mais, e que jamais poderia esperar correr -- aquele rapaz determinado, o Dr. Glenn Cunningham, foi o corredor mais rápido do mundo na corrida de uma milha!
Burt Dubin, do livro: Canja de galinha para a alma
(livro esgotado)
Jack Canfield e Mark Victor Hansen - Ediouro