quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O apoio ao mais fraco

No outono, quando se vêem bandos de aves voando, formando um grande V no céu, indaga-se o porquê de voarem desta forma. Sabe-se que quando cada ave bate as asas, move o ar para cima, ajudando a sustentar a ave imediatamente de trás. Ao voar em forma de V, o bando se beneficia com muito mais força de vôo do que uma ave voando sozinha.
Pessoas que têm a mesma direção e sentido de comunidade podem atingir seus objetivos de forma mais rápida e fácil, pois viajam beneficiando-se de um impulso mútuo.
Sempre que uma ave sai do bando, sente subitamente o esforço e a resistência necessários para continuar voando sozinha. Rapidamente, ela entra outra vez em formação para aproveitar o deslocamento de ar provocado pela ave que voa imediatamente à sua frente.
Se tivéssemos o mesmo sentido, manter-nos-íamos em formação com o que lideram o caminho para onde também desejamos seguir.
Quando a ave líder se cansa, ela muda de posição dentro da formação e outra assume a liderança.
Vale a pena nos revezarmos em tarefas difíceis, e isto serve tanto para as pessoas quanto para as aves que voam juntas. As aves de trás gritam encorajando as da frente para que mantenham a velocidade.
Finalmente quando uma ave fica doente ou, se fere, duas aves saem da formação e a acompanham para ajudá-la e protegê-la. Ficam com ela até que consiga voar novamente ou morra. Só então, levantam vôo, sozinhas, ou em outra formação.
Se tivéssemos o sentido das aves também ficaríamos da mesma forma um ao lado do outro para apoiar o mais fraco.
Livro: Códigos da Vida
Autor: Legrand
Editora: Soler Editora

Credibilidade: melhor gerenciar a sua


Difícil de construir, fácil de perder
Quando nos comunicamos, é comum ouvirmos afirmações, como por exemplo fui, fiz, farei, disse ou as negativas correspondentes. Uma das coisas que fazemos é buscar sustentação para o que ouvimos: procede, é fato, vai acontecer, éverdade? Uma razão para isso é planejamento. Por exemplo, se alguém virá ao nosso jantar e ficou de trazer o arroz, contamos que aquele prato vai chegar antes que a comida seja servida. Se marcarmos um encontro, vamos nos planejar para chegar no horário combinado. O chefe espera que o prazo que o empregado informou para conclusão da atividade seja cumprido. De fato, precisamos de um nível mínimo de certeza para planejar.
Outra possível razão para buscar sustentação para afirmações é para poder aplicar critérios em um processo de tomada de decisão. Por exemplo, se você vai contratar um empregado, vai se basear nas informações disponíveis sobre o que ele sabe fazer para avaliar sua compatibilidade com a função; a qualidade da sua decisão depende da veracidade do que ele e seu currículo dizem. Para decidir se relacionar com alguém, você usa seus modelos mentais sobre a pessoa; descobrir depois da decisão que alguma referência não estava bem sustentada abre possibilidades para desapontamentos.
Muitas vezes não temos informação suficiente para verificar uma afirmação, e temos que recorrer ao histórico de quem fala: essa pessoa tem tradição de falar a verdade, de cumprir o que promete? O padrão que identificamos na pessoa a esse respeito constitui a sua credibilidade perante nós. Como recebemos as informações através da comunicação da pessoa, de fato a credibilidade da pessoa está mais especificamente associada à sua palavra e à relação da palavra com asações.
Assim, a credibilidade da palavra é um fator extremamente importante para nos relacionarmos. Imagine uma criança que seguidamente escuta promessas do pai ou da mãe que não são cumpridas: como fica a credibilidade da palavra deles? E há um potencial agravante: as palavras não seguidas podem ser relativas a um contexto apenas, como passeios ou encontros, mas outros contextos podem ser "contaminados" pela falta de credibilidade.
Nos casos em que as pessoas não podem validar o que dizemos, teremos somente a credibilidade construída até então. Por exemplo, um marido injustamente suspeito de infidelidade dificilmente terá como provar que não fez nada; mas, se tiver boa credibilidade, suas chances são maiores.
Conseqüências adicionais
Há outros possíveis inconvenientes em fazer afirmações não devidamente sustentadas. Por exemplo, em uma padaria, uma senhora aguardava na fila do caixa com uma garotinha. Esta queria algo e pediu à mãe, que negou. A menina insistiu, a mãe negou, e isso se repetiu várias vezes. Em certo momento, a mãe finalmente cedeu e comprou o que a menina queria. Vendo aquilo, senti-me, com certa consternação, testemunhando um momento de perda de credibilidade da mãe, que confirmou - provavelmente mais uma vez - que a insistência consegue resultados junto a ela. Neste caso, haverá conseqüências também para a autoridade dessa mãe.
Essa relação entre a credibilidade e a autoridade pode ser observada também em classe: se um professor disser aos alunos que se alguém conversar será mandado para fora da classe, os alunos vão avaliar se aquilo pode acontecer realmente em função do padrão anterior do professor de fazer acontecer o que disse.
Pode também acontecer o que se quer evitar. Por exemplo, muitos filhos pedem opiniões a pai, mãe ou irmão sobre a roupa com que pretendem sair. Uma mãe que elogia incondicionalmente a roupa, talvez com receio de ferir, de fato pode causar um sofrimento maior ao não falar a verdade, se o filho for para a rua vestido inadequadamente. Talvez você já tenha visto algum concurso de cantores em que alguém canta pessimamente mas se acha ótimo, e não aceita a rejeição; acreditamos que comentários críveis dos pais e pessoas próximas devem ser os principais fatores para esse quadro.
Em casos extremos, as conseqüências podem ir além da perda da credibilidade; um caso, real, ilustrará melhor. Uma pessoa de um círculo de amigos foi convidada para um churrasco, disse que ia e não foi, nem telefonou. Depois foi convidada para uma festa, não foi e nada disse. Isso ocorreu ainda uma terceira vez. Nesse caso, a própria relação de amizade foi posta em dúvida.
Efeitos sistêmicos
O alcance das conseqüências da perda de credibilidade pode ser ainda maior, atingindo o nível social. Por exemplo, uma pessoa que descobre que vários políticos mentiram pode generalizar sua opinião para a categoria e, quando vê um político, atribui a este as características da categoria - sem que ele tenha dito uma palavra. Julgar o indivíduo pela categoria, aplicar o genérico ao específico nem sempre é apropriado e justo, mas acontece. De maneira análoga, um prestador de serviços que fala muito e faz pouco pode estar contribuindo para afetar a reputação de toda a sua classe, na medida em que muitos colegas seus façam o mesmo.
Direções para construir credibilidade
Uma importantíssima distinção que deve ser feita é que a credibilidade não é uma característica usa, mas sim de você com relação a alguém. Esse pensamento evita por exemplo que você espere que alguém acredite em você só porque é você que está falando.
Sua credibilidade também pode ser contextual: você pode ter credibilidade quando fala de sua área profissional, mas isso não assegura credibilidade quando você falar de outros temas.
Agora considere que é você que pede opinião sobre sua roupa para alguém. Qual será o valor da opinião para você se:
a) A pessoa sempre fala só coisas positivas.
b) A pessoa de vez em quando diz que algo não está bom, ou chama a atenção para pontos positivos e negativos.
O fato é que, se alguém só fala coisas positivas, você não poderá ter certeza de que, quando ela acha que algo é negativo, ela vai dizer. Ou seja, fato de alguém dizer também o negativo reforça suas opiniões positivas. Isso é exatamente o oposto do que pensam as pessoas que acham que para ter credibilidade é preciso só elogiar e saber - ou parecer - que sabe tudo.
Uma linha de opções para aumentar sua credibilidade então é dizer a verdade: se sei, digo, se não sei, digo que não sei e se acho, digo que acho. Se concordo ou não, se aprovo ou não, digo o que acho.
Há alguns condicionantes dessa direção. Por exemplo, se você deveria saber e não sabe, como no caso de um professor, então melhor buscar saber. Em algumas situações dizer a verdade, sequer afirmar algo, será irrelevante. Um exemplo é o tocador de violão que erra uma posição ou o cantor que desafina uma nota: comentar sobre o erro não só não vai contribuir como ainda vai atrapalhar o que vier depois. A melhor resposta depende do contexto: se você estiver treinando dança, por exemplo, o erro será informação para melhorar; se for uma apresentação, retomar o fluxo passa a ser o objetivo imediato.
Em relacionamentos românticos, quanto mais transparente você for, melhor será a qualidade da decisão da outra pessoa de ficar com você: ela não se surpreenderá quando algum defeito seu se manifestar; ela estará preparada. Mas transparência demais no início pode contribuir para que o relacionamento nem se consume; talvez seja interessante dosar um pouco!
Esses ajustes são normais em qualquer escolha: verificar a aplicabilidade das referências ao contexto e, se necessário, fazer adaptações.
Síntese
Podemos sintetizar essas idéias como uma disciplina, a “gerência da credibilidade”, pela qual você faz escolhas do que fazer e do que dizer de forma a construir e preservar sua credibilidade junto a outros; essa construção e manutenção são seus objetivos. Claro, não necessariamente com todos e qualquer um, mas com as pessoas relevantes. Ou potencialmente relevantes no futuro. Ou quem sabe também com aquelas para quem somos relevantes.

Por Virgílio Vasconcelos Vilela

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Sexto Sentido ou Intuição

Aquela voz interna sussurra, insistente dizendo: "Não vá, não vá..." Espontânea, surge com a rapidez de um raio. Seguro, você não tem dúvida de nada. Sua clara certeza, porém, não se alicerça no raciocínio lógico - pelo contrário, muitas vezes entra em choque direto com ele.
A impressão é que esse chamado vem da parte mais profunda do ser, de um plano diferente das sensações fornecidas pelos cinco outros sentidos. Mas, por não saber exatamente onde localizá-lo ou como funciona, o chamamos simplesmente de sexto sentido.
Intuição e sexto sentido são quase sinônimos.
"Quando um avião está em vôo, fica 95% do tempo fora da rota. O que o comandante faz é ir ajustando e corrigindo a direção da aeronave, conforme o plano de vôo. Nós também temos uma rota, um plano para essa vida. A intuição é o primeiro sinal que surge para apontar o caminho que está mais de acordo com nosso destino."
Para ouvir melhor esses sinais, é preciso tranquilizar a mente, recolher os sentidos.
Temos muitas vozes internas, que abafam nossa intuição. É preciso ficar em silêncio para reconhecer nossa voz interior, sintonizá-la com nitidez. Meditação e momentos para ficar sozinho e em silêncio ajudam muito.
Mas existem outras técnicas. Uma delas é colocar em agendas ou no computador tudo o que nos preocupa. É como ter um arquivo fora da mente, que fica mais livre e vazia. Assim podemos seguir com mais facilidade os caminhos sugeridos pela intuição - o verdadeiro nome da nossa sabedoria interior.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O Vento que Sopra pelas Flores

Há vários anos atrás, em Seattle, Washington, vivia um refugiado tibetano de 52 anos de idade. "Tenzin", é como vou chamá-lo, foi diagnosticado como portador de uma forma de linfoma das mais fáceis de curar.
Ele foi internado em um hospital e recebeu a primeira dose de quimioterapia.
Mas durante o tratamento, este homem normalmente gentil tornou-se agressivo e irritado; arrancou a agulha intravenosa de seu braço e negou-se a cooperar.
Ele então gritou com as enfermeiras e discutiu com todos ao seu redor. Os médicos e enfermeiros ficaram desconcertados. Depois, a esposa de Tenzin falou com o pessoal do hospital. Ela contou que Tenzin foi um prisioneiro político dos chineses por 17 anos, eles mataram sua primeira esposa e ele foi repetidamente torturado brutalizado durante todo o tempo em que esteve preso.
As normas e regulamentos do hospital, juntamente com a quimioterapia, fez Tenzin recordar todo o sofrimento que passou nas mãos dos chineses.
"Eu sei que vocês querem ajudá-lo," ela disse, "mas ele se sente torturado pelo tratamento, eles fazem com que ele sinta ódio internamente - da mesma maneira que os chineses fizeram ele se sentir. Ele prefere morrer do que viver com o ódio que ele está sentindo agora. e, segundo nossas crenças, é muito ruim ter tamanho ódio no coração na hora da morte. Ele precisa estar apto para rezar e limpar seu coração."
Assim, o médico dispensou Tenzin e recomendou uma equipe da clínica de repouso para visitá-lo em casa. Eu era a enfermeira encarregada de cuidar dele. Eu entrei em contato com um representante da "Anistia Internacional" para pedir-lhe conselhos. Ele me disse que a única forma de sanar o trauma da tortura era "falar a respeito". "Essa pessoa perdeu sua confiança na humanidade e sente que a esperança é impossível." Mas quando eu encoragei Tenzin a falar sobre suas experiências, ele ergueu suas mãos e me fez parar.
Ele disse, "Eu preciso aprender a amar de novo se eu quiser curar minha alma. Sua tarefa não é fazer perguntas. Sua tarefa é me ensinar a amar novamente."
Respirei profundamente e perguntei, "E como eu posso fazê-lo amar de novo?"
Tenzin respondeu prontamente, "Sente-se, tome meu chá e coma meus biscoitos." O chá tibetano é um chá preto forte, coberto com manteiga de iaque e sal. Não é fácil de bebê-lo! Mas, foi o que eu fiz.
Por várias semanas, Tenzin, sua mulher e eu nos sentamos juntos e tomamos chá. Nós também conversamos com os médicos para achar formas de tratar suas dores físicas. Mas era sua dor espiritual que deveria ser diminuída. Cada vez que eu chegava, via Tenzin sentado de pernas cruzadas em sua cama, recitando preces de seus livros. Com o passar do tempo, sua mulher foi pendurando mais e mais 'thankas', bandeirolas budistas coloridas, nas paredes.
Em pouco tempo, o quarto parecia um colorido templo religioso. Na chegada da primavera, eu perguntei o que os tibetanos faziam quando estavam doentes na primavera. Ele abriu um grande sorriso e disse, "Nós nos sentamos e aspiramos o vento que sopra pelas flores." Eu pensei que ele estava falando poeticamente, mas suas suas palavras eram literais.
Ele explicou que os tibetanos fazem isso para serem pulverizados com o pólen das novas floradas, carregadas pela brisa. Eles acreditam que esse pólen é um potente medicamento. No primeiro momento, achar muitas floradas parecia um pouco difícil.
Mas, um amigo sugeriu que Tenzin visitasse algumas floriculturas locais. Eu liguei para o gerente de uma floricultura e expliquei-lhe a situação.
Sua reação inicial foi "Você quer o quê???" Mas quando eu expliquei melhor o meu pedido, ele concordou. Então, no final-de-semana seguinte, eu busquei Tenzin, sua esposa e suas provisões para a tarde: chá preto, manteiga, sal, xícaras, biscoitos,almofadas e livros de preces. Eu os deixei na floricultura e combinei de pegá-los às 17 horas. No outro final-de-semana, visitamos uma outra floricultura. E mais outra no terceiro fim-de- semana.
Na quarta semana, eu comecei a receber convites das floriculturas para Tenzin e sua mulher para voltarem novamente. Um dos gerentes disse, "Nós temos uma nova remessa de nicotianas e lindas fuchsias.ah, sim! E temos belas dafnias. Eu sei que eles vão adorar o perfume das dafnias! E eu quase me esqueci! Temos uns novos bancos de jardim que Tenzin e sua esposa vão adorar!" No mesmo dia, outra floricultura ligou dizendo que eles tinham recebido birutas coloridas para Tenzin saber de que direção o vento estava soprando.
Logo, as floriculturas estavam competindo pelas visitas de Tenzin. As pessoas começaram a se importar com o casal tibetano.
Os empregados arrumavam os móveis de frente para o vento. Outros traziam água quente para o chá. Alguns fregueses regulares deixavam seus carrinhos de compras próximos do casal. E no final do verão, Tenzin voltou ao seu médico para novos exames e determinar o desenvolvimento da doença. Mas o doutor não achou nenhuma evidência de câncer. Ele estava abobalhado; disse à Tenzin que ele simplesmente não sabia explicar aquilo.
Tenzin levantou seu dedo e disse, "Eu sei porque o câncer se foi. Ele não podia mais viver num corpo tão cheio de amor. Quando eu comecei a sentir a compaixão das pessoas da clínica, dos empregados das floriculturas, e todas essas pessoas que queriam saber de mim, eu comecei a mudar por dentro. Agora, eu me sinto afortunado por ter a oportunidade de ser curado dessa forma. Doutor, por favor, não acredite que a sua medicina é a única cura. Às vezes, a compaixão pode também curar um câncer.
(Lee Paton)

domingo, 27 de outubro de 2013

O Samurai Idoso

Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que adorava ensinar sua filosofia para os jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda que ele ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. E, conhecendo a reputação do velho samurai, estava ali para derrotá-lo, aumentando sua fama de vencedor.
Todos os estudantes manifestaram-se contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos - ofendeu inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho mestre permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato do mestre ter aceito tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? - perguntou o velho samurai.
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre. Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega consigo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Como trabalhar com uma pessoa que você não gosta

Autora: Nathaly Bispo

Os seres humanos são orientados a viver bem e serem aceitos na sociedade desde o dia em que nascem. Essa atitude provém do contato quase que cotidiano com diversas pessoas: parentes, colegas, amigos, professores, etc.

No entanto, o convívio social também não é tarefa fácil, muitas vezes temos que “suportar” pessoas com as quais não temos nenhum tipo de afinidade. Pior do que isso é quando a rixa pessoal é confrontada numa situação de âmbito profissional.
“É muito comum haver brigas e discussões entre colegas de trabalho, porém, é mais comum ainda essas desavenças partirem de profissionais que não têm nenhum tipo de relação amigável e realmente alimentam ódio entre si. Já presenciei casos de demissão por justa causa onde os funcionários saíram ‘no tapa’ por questões que nada tiveram a ver com o trabalho”, afirma a especialista em desenvolvimento humano e organizacional, Ruth Maria Kpicioni.
É necessário ter cautela ao definir o que faz com que determinada pessoa seja vista como um desafeto e não deixar que isso atrapalhe o desempenho das funções profissionais. Estas seis dicas indicadas por Ruth podem ajudar a fazer o problema desaparecer:

1. Reformule sua perspectiva

Um bom exercício é treinar para se concentrar nas boas qualidades que essa pessoa possui. Este ato de valorização pode levá-lo a perceber quando ela está sendo agradável e ajudá-lo a ignorá-la quando for desagradável. Tente mentalmente fazer uma lista de todas as coisas boas que ela faz e intencionalmente notar essas coisas durante o dia.

2 . Não demonstre seu desafeto

Existe alguma maneira de ignorar ou evitar a pessoa que está fazendo mal? Fingir que não é afetado pelo comportamento ruim pode ser uma boa atitude para cessá-lo – especialmente se ele está agindo de maneira que é intencionalmente destinada a ferir você.

3 . Não tenha medo de dizer o que está errado

Confrontar a pessoa que não gosta e dizer o que exatamente o incomoda nela, pode fazê-la repensar a forma como age. “Na maioria das vezes, as pessoas são completamente alheias à como o seu comportamento atinge os demais, e trazer isso a tona pode ser o incentivo pra elas mudarem suas ações”, indica a especialista Ruth.

4. Seja gentil

Tente conectar-se com a pessoa para desenvolver uma relação mais próxima. Às vezes, conhecer alguém um pouco melhor e estender a mão em sinal de amizade pode fazer a pessoa começar a abrir caminho para você.

5. Seja rude

Há ocasiões em que a única maneira de conseguir que alguém perceba o que está errado é sendo grosseiro. “Tenha cuidado, no entanto, porque se o problema acabar tendo que ir a uma autoridade superior, é importante que a pessoa não tenha qualquer munição contra você”, explica Ruth Kpicioni.
A especialista acrescenta que se o profissional tentar essa abordagem, ele tem que deixar claro o porquê disso. Por exemplo, “Eu critiquei sua ideia na reunião, porque é assim que você sempre faz comigo. Se não gostou de como se sentiu, talvez não devesse fazer isso com os outros”.

6. Denuncie como último recurso

Ninguém quer ser rotulado de “fofoqueiro”, mas algumas situações são simplesmente impossíveis de se conviver. Se todas as alternativas de empatia falhar, uma intervenção é necessária para cessar o comportamento, caso ele realmente esteja prejudicando o ambiente profissional.
“Tenha uma conversa com seu superior direto, use argumentos para explicar como o desafeto com tal profissional está afetando seu desempenho, e consequentemente, a organização. Um mau relacionamento entre pessoas da mesma equipe pode reduzir o pensamento criativo, a produtividade e a moral da equipe em relação às demais, esses motivos são suficientes para o gestor intervir”, finaliza a especialista em desenvolvimento humano e organizacional.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Acreditar e Agir

Um viajante caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu destino.
Suspirou profundamente enquanto tentava fixar o olhar no horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada, era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo duas palavras. Num dos remos estava entalhada a palavra acreditar e no outroagir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes originais dados aos remos. O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava escrito agir e remou com todo vigor. Novamente o barco girou em sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos, movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os lados, navegou através das águas do lago, chegando calmamente à outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:
- Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta que desejamos atingir.
- Para que o barco da autoconfiança navegue seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois remos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade agir e acreditar.

Uma história sobre o medo de voar, do tipo James Bond

Em abril de 1999, recebi um telefonema de um pesquisador de um programa nacional de TV a respeito de maneiras alternativas para curar as pessoas. A questão era se eu podia ajudar alguém a livrar-se de seu medo de voar. Eu nunca fizera isso antes, mas como sabia que era possível fazê-lo, concordei.
Minha expectativa era de que alguém viesse à minha casa, que eu trabalharia calmamente com essa pessoa, que uma câmara de vídeo seguiria o processo, e que eu teria todo o tempo necessário para fazer isso.
A realidade, no entanto, era muito diferente de minha expectativa. O homem com medo de voar era um popular apresentador de TV. Seu medo havia começado quando, há cinco anos atrás, ele estivera voando sobre o deserto de Nevada, nos Estados Unidos, e o avião foi tomado por uma turbulência de ventos. Ele pensou que morreria ali.
A História
A fim de tornar o evento o mais visual e comercial possível, eles propuseram voar num aviãozinho de sobrevoar a cidade (com propulsores) desde Antuérpia, Bélgica, até Londres, Inglaterra, levando o homem, enquanto ele ainda estava com seu medo de voar.
Haveria um membro da equipe de resgate da Cruz Vermelha sentado ao lado dele, medindo continuamente o ritmo das batidas de seu coração. Uma câmera filmaria sua face, expressando o medo, um especialista em som registraria (imagino) as batidas de seus dentes.
Em Londres, eu teria uma hora e meia para fazer uma intervenção a fim de ajudá-lo a livrar-se do medo. O teste seria feito imediatamente após isso. Já que não havia mais nenhum vôo de volta para a Bélgica, nós voaríamos para a Alemanha, onde seríamos apanhados por carros que nos levariam para a Bélgica.
A Realidade
Eu encontrei o rapaz no aeroporto, e ele estava realmente com medo. Quando o avião ainda estava em terra, as batidas de seu coração chegaram a 130/minuto. Ao decolarmos, subiu para 159/minuto e durante todo o tempo de vôo oscilou entre 130 e 159.
Quando aterrissamos no Aeroporto da Cidade de Londres, ele literalmente gritou: "Eu ainda estou vivo, eu ainda estou vivo." Infelizmente para mim, tivemos um atraso e, quando finalmente encontramos um lugar tranqüilo, que era um pouquinho maior do que um toalete, tínhamos apenas 45 minutos para fazer o que fosse possível.
Fiz a técnica de harmonização, para acalmá-lo e prepará-lo para a intervenção. (veja meu artigo na Anchor Point de Março de 1977, pp. 7-13).
Depois, comecei com âncoras de colapso, usando exemplos de polaridade. No modelo de mundo dele, o oposto ao seu medo era: sentar-se no terraço de sua casa, olhando para o jardim, sentindo-se calmo e no controle da situação.
Como o tempo estava correndo, usei uma técnica que nunca havia usado antes, a EMDR (reprogramação da dessensibilização do movimento dos olhos). Eu havia tomado conhecimento da eficiência desta técnica, que alguém me havia explicado uma vez, mas devo admitir que a estudei durante o vôo para Londres.
Quando começamos a fazer a ponte ao futuro (i.e., verificar se o seu sentimento negativo retornaria ou não em uma situação futura) o produtor bateu na porta para pedir-nos que interrompêssemos e corrêssemos para o portão de embarque para a Alemanha.
No avião, um pouquinho antes de decolar, terminamos a ponte ao futuro.
O Resultado
Eu sabia que tudo era muito anti-ecológico, e sabia também que normalmente nenhuma pessoa pode ser colocada na situação de seu problema imediatamente após a intervenção; mas não havia alternativa. Fiquei imaginando de que maneira ele reagiria.
O homem da Cruz Vermelha mediu as batidas de seu coração novamente, e elas estavam em 129/minuto no ponto mais crucial da decolagem. Eu calibrei o rapaz, e notei que ele estava muito mais calmo do que antes e, para meu alívio, as batidas de seu coração baixaram facilmente para 80/minuto. Ao ver isso, as batidas do meu coração subiram a 100, de alegria.
O homem da Cruz Vermelha não conseguia acreditar no que estava vendo em seu medidor, e sentou-se abanando a cabeça, cheio de admiração.
Numa entrevista, enquanto ainda voando, ele repetiu que, antes de iniciarmos a experiência, ele não acreditava que poderia ser curado e que, na verdade, ele nem sequer queria participar da experiência mas que, finalmente, havia concordado.
Ele sorriu, fez piadas, e disse que se sentia como que sentado em seu terraço, e que dificilmente poderia confiar em seus sentimentos.
Quatro dias mais tarde, sentamo-nos no estúdio para comentar a experiência, e ela foi ao ar.
A estação de TV recebeu milhares de cartas, e eu preparei algumas páginas com exercícios fáceis de PNL. Como sou um treinador em PNL mas não tenho a prática de terapeuta, fiz uma lista de mestres e terapeutas de PNL na Bélgica, a quem as pessoas poderiam procurar para curar suas fobias. Fiz, também, uma relação de livros.
Publicado na Anchor Point, Novembro, 1999.
Publicado no Golfinho nº 60 JAN/2000
Tradução de Hélia Cadore – e-mail: lcadore@uol.com.br

domingo, 20 de outubro de 2013

Antes de Desanimar, Pense Antes

Antes de você desanimar porque fracassou em alguma coisa, pense que somente alcança o sucesso quem insiste, apesar de tudo.
Fred Astaire, o famoso ator que encantou as telas do cinema dançando, ao fazer seu primeiro teste para o cinema, recebeu as informações de que não sabia atuar. Era careca, dizia o relatório, e ainda dançava pouco.
O professor de Enrico Caruso dizia que ele não tinha voz e não era capaz de cantar. Acreditando nisso, os pais de Enrico queriam que ele fosse engenheiro. Ele não desistiu e se tornou famoso cantor de ópera, admirado até os dias atuais.
Winston Churchill foi reprovado na sexta série. Somente se tornou primeiro ministro da Inglaterra depois dos 60 anos. Sua vida foi cheia de derrotas e fracassos. Mas ele nunca desistiu. Chegou a dizer um dia: "eu deixaria a política para sempre, se não fosse a possibilidade de um dia vir a ser Primeiro-Ministro." Conseguiu.
E talvez poucos saibam: ele foi prêmio Nobel de literatura em 1953, por suas memórias da segunda guerra mundial.
Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por falta de idéias. Você pode imaginar tal coisa? Antes de construir a Disneylândia, foi à falência diversas vezes. Nunca desanimou.
Richard Bach teve recusada a sua história de dez mil palavras por 18 editoras. Era a história de uma gaivota que planava. Uma gaivota chamada Fernão Capelo Gaivota. Porque ele não desistiu, em 1970 a Macmillan publicou a história e em 5 anos vendeu mais de 7 milhões de exemplares, só nos Estados Unidos.
Rodin era considerado por seu pai como um idiota. Seu tio dizia que ele era um caso perdido. Por três vezes ele foi reprovado na admissão à escola de artes. Descrito como o pior aluno da escola, Rodin não desistiu e deu ao mundo maravilhas da escultura como o pensador, o beijo e filho pródigo. Chegou a ficar afastado do mundo das artes por dez anos, quando teve uma de suas obras recusada para exposição. Contudo, em 1900, em Paris, foi lhe destinado um pavilhão inteiro para a mostra de 168 trabalhos seus. Ao morrer, o hotel em Paris, onde viveu seus últimos nove anos de vida, se transformou em museu Rodin, tendo ele legado suas obras ao estado.
Assim acontece com todos os que perseguem os seus sonhos, não se permitindo desanimar por fracassos, derrotas ou julgamentos precipitados. Portanto, se você está a ponto de desanimar, pare um pouco e pense. Logo haverá de descobrir que ainda há muitas tentativas a serem feitas. Há muita gente a ser procurada, muitos dias a serem vividos e muitas conquistas a alcançar. Não há limites para quem acredita que pode atingir os seus objetivos, que pode concretizar os seus projetos.
Charles Darwin, conta sua biografia, que ele era considerado por todos seus mestres e por seu próprio pai, um garoto comum e intelectualmente bem abaixo do padrão médio. Por que não se permitiu desanimar, se transformou no pai da teoria da evolução.
Pense nisso e tente outra vez. E outra mais. Não se deixe abater por críticas, por experiências mal sucedidas. Vá em frente. Tente de novo e verá que os seus esforços alcançarão êxito.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

É preciso saber dizer...

Demonstrar o amor é uma forma de deixar a vida transbordar dentro do próprio coração.
A maioria das pessoas estabelece datas especiais para manifestar o seu amor pelo outro: é o dia do aniversário, o natal, o aniversário de casamento, o dia dos namorados.
Para elas, expressar amor é como usar talheres de prata: é bonito, sofisticado, mas somente em ocasiões muito especiais.
E alguns não dizem nunca o que sentem ao outro.
Acreditam que o outro sabe que é amado e pronto.
Não é preciso dizer.
Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de apêndice e foi levada às pressas para o hospital.
Operada de emergência, necessitou receber várias transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento de sua saúde.
O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestioná-la, lhe disse: pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível para voltar para o seu lar e o seu marido.
Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo:
- O meu marido não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isto.
Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua mulher não queria ficar curada.
Que ela estava sofrendo de profunda carência afetiva que estava comprometendo a sua cura.
A resposta do marido foi curta, mas precisa:
- Ela tem de ficar boa.
Finalmente, como último recurso para a obtenção do restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de sangue direta.
O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de sangue adequado para ela.
Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível.
O marido, traduzindo na voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa:
- Querida, eu vou fazer você ficar boa.
- Por que? perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos.
- Porque você representa muito para mim. Você é a minha vida!
Houve uma pausa.
O pulso dela bateu mais depressa.
Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele.
- Você nunca me disse isso.
- Estou dizendo agora.
Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do médico sobre a causa principal da cura da sua esposa.
Não foi a transfusão em si mesma, mas o que acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse.
As palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida.
É importante saber dizer: amo você!
O gesto carinhoso, a palavra gentil autêntica, a demonstração afetiva num abraço, numa delicada carícia funcionam como estímulos para o estreitamento dos laços indestrutíveis do amor.
É urgente que, no relacionamento humano, se quebre a cortina do silêncio entre as criaturas e se fale a respeito dos sentimentos mútuos, sem vergonha e sem medo.
A pessoa cuja presença é uma declaração de amor consegue criar um ambiente especial para si e para os que privam da sua convivência.
Quem diz ao outro: eu amo você, expressa a sua própria capacidade de amar, mas também, afirmando que o outro é amado, se faz amar e cria amor ao seu redor.
Não basta amar o outro.
É preciso que ele saiba que é amado!

Autor desconhecido

domingo, 13 de outubro de 2013

Blurring: brasileiros são os que mais misturam vida pessoal e profissional

 Uma pesquisa realizada no final de setembro pelo Instituto Ipsos apontou que os brasileiros estão entre os que mais misturam a vida pessoal e profissional. O estudo mostrou que 74% dos brasileiros carregam seus computadores, smartphones e tablets durante as férias ou fins de semana, contra 47% dos britânicos ou 50% dos alemães.

Também foi apontado que 92% dos chineses e 83% dos brasileiros pensam que o “blurring”, termo em inglês que define a mistura entre vida profissional e pessoal, facilita o trabalho. Nos demais países, a opinião foi compartilhada por cerca de 70% dos pesquisados.
Para Christian Barbosa, especialista no Brasil em administração de tempo e produtividade e CEO da Triad OS, um dos fatores que contribui para as pessoas trabalharem por mais horas são as interrupções, que derivam da falta de planejamento do profissional e ocasionam as horas extras. Além disso, outra postura comum é que o brasileiro costuma dar o seu famoso ‘jeitinho’ até mesmo na hora de trabalhar, e muitos costumam deixar as tarefas para entregar na última hora.
“O trabalho é infinito, ele sempre vai estar lá com coisas novas, oportunidades e demandas inesperadas. Em compensação, nosso tempo é finito. Ou seja, se você não limitar seu trabalho ele vai roubar todo o tempo que você tem. São proporções totalmente díspares”, observa o especialista.

Como trabalhar de forma equilibrada

Segundo a consultora Roseli Penteado, o ideal é separar tempo para cada uma das atividades, e não misturá-las. O planejamento e as soluções criativas podem resolver este problema, mas é necessário que o profissional se conscientize de que todos possuem dificuldade em encontrar a conciliação entre as partes. “É importante também não aceitar esta dificuldade de separar sua vida pessoal da profissional como desculpa para deixar as coisas que você mais gosta de lado. O sucesso profissional não é a única prioridade da sua vida”, garante Roseli.
Abaixo, o especialista Christian Barbosa indica algumas ações que podem tornar as jornadas de trabalho versus pessoal mais proveitosas:
Coloque você na agenda. Crie compromissos e tarefas relacionadas a papeis e relacionamentos importantes da sua vida. Crie o papel EU S.A. e planeje ações que possam satisfazer o seu eu, coisas que você gosta, que vão fazer você se sentir bem e mais energizado. Comece se perguntando o que eu quero fazer de importante para mim? Bloqueie um horário na sua agenda e faça uma reunião com você. Leve esse você S.A. para passear, ou assistir aquele filme, ouvir aquela música ou apenas escutar o que ele quer dizer de importante.
Limite seu horário de trabalho. Quando realmente queremos ou precisamos fazer algo sempre conseguimos sair no horário não é verdade? Assuma o compromisso de ser produtivo e eficaz nas horas de trabalho normais, para isso seja focado e organizado. Comece compreendendo que equilíbrio entre pessoal e profissional está relacionado a viver seu tempo com sabedoria. Se ficar tempo demais em uma determinada área da vida, outras áreas ficarão deficientes. Limite inclusive MSN, Facebook, entre outros. Autodisciplina é fundamental para viver bem o tempo.
Escreva sua missão de vida. Quem tem um propósito na vida caminha com passos mais firmes, decididos e não perde tempo. A vida e o nosso tempo só começam a ter sentido quando temos uma direção a seguir. Quais são os seus sonhos? Não quer começar a vivê-los? Sempre há tempo de começar, ou de recomeçar. Escrever dá forma aos nossos sonhos e permite que reflitamos sobre o que verdadeiramente é importante em nossa vida.
Escreva suas principais metas. Estabeleça metas claras tanto pessoais quanto profissionais, isso ajuda a ter atividades mais pertinentes e ações mais focadas nos resultados. Indivíduos que possuem metas, são mais produtivos e diminuem as circunstancias indesejáveis. Mantenha suas metas escritas em algum lugar onde possa lê-las, de preferência todos os dias. E não basta apenas escrevê-las e lê-las, crie ações para atingi-las e coloque em sua agenda.
Ache um hobby. Encontrar algo que gostamos muito de fazer nos dá mais disposição e energia para enfrentar o dia-a-dia. E se conseguir transforme seu hobby em sua profissão, ou sua profissão em seu hobby. É como o filósofo chinês Confúcio dizia: “Escolha um trabalho que você ama e nunca mais irá trabalhar na vida”. Se você ainda não escolheu um trabalho de amor ou que ame, comece escolhendo um hobby.
Primeiro você depois os outros. Quando você começa a realizar suas prioridades, alcançar suas metas e viver seu tempo focado no importante é incrível como sua disposição e energia aumentam. A verdade é que só conseguimos ajudar os outros de fato quando ajudamos primeiro a nós mesmos. Por isso, para ter mais tempo, comece fazendo coisas que você gosta que trazem resultado. Assim terá mais tempo para viver os relacionamentos importantes em sua vida. E sua alegria e produtividades servirão de exemplo aos outros.
Equilibre seus 4 corpos. Algumas filosofias ensinam que temos 4 corpos. O corpo físico, o metal, o emocional e o espiritual. O que você tem feito para contemplar cada um desses aspectos do ser? Estabeleça um equilíbrio entre esses 4 corpos. Faça atividades que trarão saúde e bem estar relacionados a cada corpo. Dedique tempo para exercícios físicos, estar com pessoas amadas, estudar, rezar, meditar. Pense em cada corpo e em coisas que eles precisam que sejam feitas para eles. Agende e cumpra, eles vão te recompensar com muita energia e disposição.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O valor da etiqueta nos ambientes corporativos

Quando o assunto é como garantir boas relações interpessoais todos sabem que a educação e a diplomacia sempre serão muito bem-vindas e não fazem mal para ninguém. Nos ambientes de trabalho a proposta não é diferente da vida pessoal. Numa época que a cada dia aproxima mais pessoas e culturas por meio dos recursos tecnológicos como ferramentas imprescindíveis, identificar e não praticar comportamentos indesejados faz muita diferença no sucesso profissional, não importa o segmento de atuação em que o indivíduo encontre-se.

A Etiqueta Profissional pode ser entendida como um conjunto de normas que orientam no trato entre duas ou mais pessoas em prol da boa convivência. Para a consultora de Etiqueta, Célia Leão, nos ambientes corporativos "... as regras de comportamento ajudam a garantir clima de respeito mútuo, refletindo diretamente na saúde dos profissionais..." e, consequentemente, nos resultados a serem obtidos.

Por mais liberal que seja o ambiente corporativo, vale lembrar que existem normas de comportamento que não devem ser quebradas. Considerando que as pessoas passam boa parte do tempo nas empresas é natural que a informalidade ganhe espaço, além do necessário. Para a consultora Maria Aparecida Araújo, "A função das normas de etiqueta é espelhar nos funcionários a qualidade dos serviços ou dos produtos que a empresa oferece". Por isso, algumas regrinhas precisam ser sempre lembradas:

a) Fuja das fofocas e de pessoas mentirosas. A prática da mentira fragiliza as relações criando espaços para a desconfiança. "Herdamos da cultura ibérica uma sociedade extremamente hierárquica em que os funcionários têm medo de dialogar com os chefes e acabam mentindo", afirma o professor Alfredo Behrens, da FIA - São Paulo.

b) Use roupas de acordo com o cargo e função desempenhada. A roupa diz muito sobre a pessoa e querer ser o centro das atenções por meio delas não é comportamento educado. Se a empresa não adota uniforme, procure usar trajes discretos, cores neutras, jamais excedendo nos decotes e cumprimento deselegantes. A empresa não é "balada" com amigos, e pede roupas e acessórios discretos.

c) Use adequadamente as ferramentas de trabalho. Telefone e redes sociais devem ser usados com ponderação de maneira que não venham a interferir nas rotinas da empresa e da função.

d) Não provoque ou alimente a discórdia, a fofoca. É natural que as incompatibilidades ocorram, afinal, toda empresa é formada por pessoas com experiências e objetivos nem sempre respaldados de expressivo valor. Entretanto, deve prevalecer a comunicação assertiva de forma a auxiliar na prevenção da "rádio peão" ou o boato organizacional.

e) Não queira ser o "sabe tudo" ou "dono da razão". Os novos tempos pedem parceria, ajuda mútua e compartilhamento de ideias. A integração auxilia no encontro de melhores respostas e tomada de decisões.

f) Saiba comportar-se nas festas e confraternizações promovidas pela empresa. Ninguém gosta de pessoas inconvenientes, aquelas que falam alto demais, bebem e promovem brincadeiras desagradáveis. Esses espaços devem servir também para estreitar ou estabelecer amizades, e, quando possível, fazer revelar competências que no dia a dia não são percebidas.

g) Respeite as diferenças e a cultura do outro. Nem todos torcem pelo mesmo time, apreciam a mesma comida, gostam dos mesmos filmes ou professam a mesma religião.

E, finalizando, não deixe de lado expressões como, por exemplo: "Obrigada!", "Por favor", "Licença!". Estes vocabulários jamais sairão de moda e servirão para, no mínimo, mostrar que você sabe estabelecer um bom convívio com os colegas de trabalho.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

A Importância de se Fazer o que é Importante na Vida

O que você realmente deseja na vida? O que o entusiasma?
Apesar de tudo, a maioria das pessoas não descobre o que quer na vida até a velhice - e isso é lamentável.

Muitas pessoas gastam os "melhores" anos de suas vidas fazendo coisas de que não gostam, apenas passando o tempo ou assistindo televisão. É isso estar vivo? Um autor descreveu a humanidade dizendo: "A maioria das pessoas morre aos vinte anos e é enterrada aos oitenta." Você é um desses zumbis vivos?
Qual é o seu objetivo e o seu destino nessa vida?

Algumas pessoas se esforçam para responder a tal pergunta. Quando se pergunta o que elas querem ou quais são as suas metas na vida, muitas ficam inseguras. Elas embromam as suas decisões, raramente fornecendo algum pensamento sobre o que elas querem da vida. Seus padrões de pensamentos insípidos refletem em seu estilo de vida sem rumo. Elas participam da vida tanto quanto os espectadores participam da partida de algum esporte. Elas não se envolvem e, portanto, não se sentem envolvidas. Pessoas sem metas definidas deixam a vida passar por elas. Você é uma dessas pessoas?

Se a hora para entrar em campo no jogo da vida não for agora, então quando será? O sagaz Mark Twain disse: "Daqui a vinte anos você estará mais decepcionado pelas coisas que não fez do que pelas coisas que você fez." Então, que tal evitar desilusões e viver uma vida inspirada... agora!

Um dos meus professores me disse certa vez: "Não há vento favorável para um barco sem destino." E uma vez, um grande amigo me disse: "Mire na lua, pois se errar ainda poderá ficar entre as estrelas." E eu interpretava: "Se você não decide o que você quer, então pode estar certo de que alguém irá decidir por você." A minha conclusão é resumida na seguinte citação de Anais Nin: "E chegará o dia em que o risco de continuar espremido dentro do botão será mais doloroso que o de desabrochar."

Se você está indeciso sobre o que quer da vida, não se preocupe. Há muitas maneiras de descobrir o seu objetivo na vida. Como um coach de bem-estar, ajudar as pessoas a traçar um rumo na vida e capacitá-las para içar a vela na direção de seus sonhos é parte do que eu faço.

Para descobrir o que você quer na vida, tente olhar profundamente para o seu coração. Muitas vezes, as pessoas são regidas pela lógica. As pessoas vivem como elas acham que deve ser, ou como os outros querem que elas sejam. O momento ideal para ouvir o seu coração é quando você está se sentindo com medo, confuso, frustrado, deprimido ou desmotivado. As respostas ou as soluções que você procura estão dentro de você. O que o seu coração deseja vem dos sussurros do seu próprio self. O seu autêntico self é o seu eu verdadeiro.

Ouça o seu coração para ser capaz de ouvir o seu próprio eu. O que o seu coração diz normalmente você o percebe como certo. O que o seu coração deseja é o que você normalmente gosta de fazer e isso representa a sua paixão. Qualquer coisa feita com paixão é como uma brincadeira em que a tarefa é realizada sem hesitação. Você dá o seu melhor e não sente nenhuma pressão ou resistência.

Você tem prazer em fazer aquilo que é a sua paixão. Contratempos, dificuldades e obstáculos tornam tudo mais desafiador, mas não devem detê-lo de perseguir os seus objetivos. Como seria de se esperar, podem existir barreiras que o impeçam de alcançar o seu objetivo, mas o desejo do seu coração irá encontrar formas de ultrapassar essas barreiras para que você possa obter o que quer na vida.

Lembre-se: o universo apoia as pessoas que estão em busca da sua paixão e aqueles que estão em busca do seu destino.

Contudo, isso não significa que você não deva usar a sua cabeça. As pessoas nascem com sua mente e seu coração. Seu dever é viver a sua melhor vida e estar em harmonia com sua mente e seu coração. O poeta Rumi sabiamente disse: "Viva completamente na cabeça e você não poderá sentir a respiração e o ritmo da vida. Viva completamente no coração e você poderá se descobrir agindo como um tolo loucamente enamorado com pouco discernimento e disciplina. É tudo um fino equilíbrio - a cabeça e o coração devem forjar um relacionamento por toda a vida se alguém quiser viver uma vida maravilhosa."

Ouça o seu instinto. Parte da natureza humana é a misteriosa e espontânea reação sobre as coisas. Esses impulsos são chamados de instintos. Negar seus impulsos é negar o fato de que você é humano. O seu eu autêntico se comunica com você e o guia através desses instintos impulsivos. Eles podem ser reconhecidos como aquelas leves cutucadas que o estimulam a agir e a seguir um determinado caminho. Seu papel é, então, se familiarizar com essa comunicação, prestar atenção e agir.

Muitas vezes, nós ouvimos o que os outros dizem e permitimos que eles dirijam a nossa vida. Os pais fazem isso, muitas vezes, com seus filhos. "Nós somos de uma família de advogados, então meu filho também deve ser advogado." Quantas vezes não ouvimos isso de pais que têm boas intenções para os seus filhos? Os pais, inconscientemente, bloqueiam a expressão genuína do verdadeiro eu de seus filhos e de sua vocação. Amigos e críticos o desanimam e apontam a impossibilidade de seu sonho. Antes de acatar os conselhos deles, avalie as realizações dos críticos. Eles alcançaram os sonhos deles? Eles de algum modo sonham grande?

Lembre-se, é o seu destino que está em jogo, não o deles. Isso não significa, porém, que você não vá ouvir o que as outras pessoas dizem. Deixe-as falar, pois as palavras delas podem tocar num ponto sensível dentro de você. Porém, a decisão final deve ser sua.

As emoções negativas são indicadores de que a maneira que você está pensando está fora de alinhamento com o seu objetivo de vida. Sentimentos indesejados estão lá para trazer você de volta ao caminho certo quando você sair do curso. E esse caminho deve, supostamente, enchê-lo de entusiasmo e alegria. Ninguém disse que a sua jornada pela vida seria sem desafios. Entretanto, você pode aprender como encarar cada desafio com sabedoria e positividade do seu autêntico eu. Então, a vida começa a fluir sem esforço.

Há somente uma coisa para lembrar: cada um, para viver verdadeira e significativamente, deve definir como ele/ela quer viver e com o que se parece a sua vida mais brilhante. Ouça os seus instintos e siga o desejo do seu coração. Você nunca estará errado.
"Um barco estará mais seguro no porto, mas os barcos não foram construídos para isso. Então solte as amarras. Navegue para fora do porto seguro. Aproveite o vento nas suas velas. Explore. Descubra o sonhar." Mark Twain

Jevon Dängeli é Trainer de PNL e Coach de bem-estar

sábado, 5 de outubro de 2013

Antes de Cobrar Alguma Coisa, Procure Saber Quanto Você Deve

Depois de um dia de caminhada pela mata, mestre e discípulo retornavam ao casebre, seguindo por uma longa estrada.
Ao passarem próximo a uma moita de samambaia, ouviram um gemido.
Verificaram e descobriram, caído, um homem.
Estava pálido e com uma grande mancha de sangue, próximo ao coração.
O homem tinha sido ferido e já estava próximo da inconsciência.
Com muita dificuldade, mestre e discípulo carregaram o homem para o casebre rústico, onde trataram do ferimento.
Uma semana depois, já restabelecido, o homem contou que havia sido assaltado e que ao reagir fora ferido por uma faca.
Disse que conhecia seu agressor, e que não descansaria enquanto não se vingasse.
Disposto a partir, o homem disse ao sábio:
- Senhor, muito lhe agradeço por ter salvo minha vida.
Tenho que partir e levo comigo a gratidão por sua bondade.
Vou ao encontro daquele que me atacou e vou fazer com que ele sinta a mesma dor que senti.
O mestre olhou fixo para o homem e disse:
- Vá e faça o que deseja. Entretanto, devo informá-lo de que você me deve três mil moedas de ouro, como pagamento pelo tratamento que lhe fiz.
O homem ficou assustado e disse:
- Senhor, é muito dinheiro. Sou um trabalhador e não tenho como lhe pagar esse valor!
- Se não podes pagar pelo bem que recebestes, com que direito queres cobrar o mal que lhe fizeram?
O homem ficou confuso e o mestre concluiu:
- Antes de cobrar alguma coisa, procure saber quanto você deve.
Não faça cobrança pelas coisas ruins que te aconteçam nessa vida, pois essa vida pode lhe cobrar tudo que você deve.
E com certeza você vai pagar muito mais caro

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

25 Coisas que Estão Escondendo de Você









O dinheiro que você ganha. A comida que come. A água que bebe. As coisas que compra. Atrás de tudo isso existe um arsenal de segredos - que as empresas e os governos do mundo preferem que você não conheça. Chegou a hora de desvendá-los





1. Você só recebe 7 meses de salário por ano

É isso aí: 5 dos seus 12 salários nunca chegam ao seu bolso. Vão inteirinhos para o governo. Um brasileiro que ganha R$ 3 mil por mês destina 40,98% desse dinheiro para pagar impostos e contribuições que incidem sobre a renda (como IRPF e INSS), o consumo (ICMS, PIS, COFINS, ISS...) e o patrimônio (IPVA, IPTU, ITR...). O cálculo é do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Entre os países analisados, só a Suécia impõe uma carga tributária maior. "A diferença é que a Suécia oferece serviços públicos de qualidade", diz João Eloi Olenike, presidente do IBPT.

2. Comer pão torrado é perigoso

Quando alimentos ricos em amido, como pão e batata, são expostos a temperaturas altas, acima de 120 graus, produzem acrilamida: um composto que está relacionado à incidência de câncer. Os estudos com a substância foram realizados em ratos, e não há provas conclusivas de que ela provoque tumores em humanos. Mas a acrilamida é considerada uma questão séria pela OMS e pelas autoridades de saúde da Europa e dos EUA, onde até já surgiu uma solução tecnológica para o problema: uma enzima artificial, desenvolvida pela empresa de biotecnologia Novozyme, que poderá ser adicionada às batatas durante a fritura e reduz em 50% a formação de acrilamida. Enquanto ela não chega ao mercado, a recomendação é evitar que a comida seja exposta a altas temperaturas. Regule a torradeira para a potência mínima, e não deixe a batata fritar até ficar amarronzada. "Os alimentos que adquirem um tom escuro ou que queimam durante o preparo têm mais chance de conter acrilamida", diz o médico nutrólogo Maximo Asinelli.

3. Coca e Pepsi contêm um ingrediente polêmico

Segundo estudos publicados em 2007 pelo governo dos EUA, a substância metil imidazol (4-MI) está ligada ao aumento no risco de câncer. Ela é utilizada na fabricação de medicamentos, tintas e produtos agrícolas e também está presente em alguns refrigerantes - pois é um subproduto do corante caramelo IV, usado em bebidas. Segundo uma análise do Centro para a Ciência no Interesse Público (CSPI), dos EUA, uma lata de Coca-Cola brasileira tem 267 microgramas de 4-MI. É 66 vezes mais do que a Coca da Califórnia - e 9 vezes acima do limite estabelecido pelo governo de lá. Dos 9 países estudados pelo CSPI, o Brasil é líder no uso da substância, também encontrada na Coca Diet, na Pepsi e na Pepsi Diet.

A Coca-Cola nega qualquer risco, mas decidiu mudar sua fórmula, na Califórnia, para diminuir o 4-MI e satisfazer a lei. No Brasil, a fórmula não será alterada. A empresa diz que o uso do corante observa os critérios da Anvisa e não traz risco. "A quantidade de 4-MI ingerida pelo consumo de refrigerantes não é significativa", afirma. A PepsiCo também diz que não há problema. "Não há evidência científica de que o composto 4-MI em alimentos ou bebidas traga risco", afirma. A Anvisa segue a mesma linha. "O consumo diário de 1 litro de refrigerante de cola resultaria na ingestão de 1,2% do total aceitável para um adulto." Ou seja: você teria de beber 83 litros de refrigerante por dia para passar do limite seguro. O governo da Califórnia não concorda, alegando que os efeitos do 4-MI ainda não são plenamente compreendidos. A Food & Drug Administration, do governo dos EUA, diz que os refrigerantes são seguros. Mas aceitou analisar uma petição do CSPI, que pede o banimento da substância.

4. Há pedaços de inseto na sua comida

É praticamente inevitável que, ao longo de todas as etapas de produção de um alimento industrializado (colheita, processamento, embalagem, etc), ele acabe sendo contaminado por fragmentos de inseto. Tanto é que, no ano passado, a Anvisa publicou uma Consulta Pública para debater limites toleráveis para eles. O documento sugere o seguinte: máximo de 10 fragmentos de inseto a cada 100 g de molho de tomate ou 100 g de chocolate, e até 60 pedaços de inseto em 25 g de café torrado. O padrão ainda está sendo estudado. "Hoje, a legislação brasileira não aceita nenhum pedaço de inseto na comida", informa a Anvisa. Mas os insetos na comida são uma realidade - e você já deve ter ingerido centenas de fragmentos deles sem saber.

5. O chocolate corre risco de extinção

O problema está no solo da África, que responde por 72% da produção de cacau mundial. O cacaueiro gosta de crescer em florestas, à sombra de árvores mais altas. Mas os produtores estão derrubando as outras espécies para plantar só cacau. Com isso, a curto prazo a colheita aumenta, mas o solo fica ressecado e erodido pela ação direta do sol. "Em 20 anos, o chocolate vai ser como o caviar: tão raro e caro que as pessoas não vão poder comprar", diz John Mason, diretor do Centro de Pesquisas sobre Conservação da Natureza (NCRC), sediado em Gana, segundo produtor mundial de cacau.

1º Costa do Marfim - 1 350

2º Gana - 970

3º Indonésia - 500

4º Nigéria - 210

5º Camarões - 200

6º Brasil - 180*


*Embora seja grande produtor, o Brasil precisa importar cacau.

Fonte www.icco.org

6. Quanto mais religioso você é, menos age por compaixão

As religiões pregam a compaixão com o próximo. Mas, na prática, quem é religioso não liga muito para a compaixão. Isso foi constatado por um estudo da Universidade de Berkeley, nos EUA, que analisou a vida e os hábitos de 1 337 pessoas adeptas de vários credos. As pessoas menos religiosas se guiavam principalmente pela compaixão quando faziam algum ato de caridade - como oferecer o assento do ônibus a um estranho, por exemplo. Já entre os mais devotos, era diferente. "Os mais religiosos baseiam sua generosidade em outros fatores, como a doutrina e a reputação ante os membros da comunidade", diz o sociólogo Robb Willer, autor do estudo.

A tese de Willer foi comprovada por outro estudo, em que 210 estudantes de diversas religiões, classes e etnias participaram de um jogo. Cada um recebeu uma quantidade de pontos que poderiam ser trocados por dinheiro. E decidia se compartilhava os pontos ou guardava para si. Resultado: entre os menos devotos, a compaixão pesou muito nas atitudes em favor do grupo. Já entre os devotos, a compaixão quase não influiu - eles sempre doavam valores parecidos, independentemente dos sentimentos que tinham em relação aos demais participantes.

7. Madonna não canta, dubla e vários outros artistas também

Não é papo de crítico. Quem acusa Madonna de enganar os fãs no palco é o rival Elton John. A última alfinetada foi em janeiro, antes da performance da Material Girl no Super Bowl americano. "Não deixe de sincronizar bem os lábios", ironizou ele. No show que fez em Ramat Gan, Israel, no dia 31 de maio, Madonna foi flagrada várias vezes fazendo exatamente isso. Ela chegava a sair do palco para trocar de roupa enquanto as canções continuavam rolando. O playback é mais comum do que se imagina. Os britânicos do Bloc Party, por exemplo, deram vexame no MTV Vídeo Music Brasil de 2008. O vocalista escorregou no palco, mas a música seguiu rolando solta. A cantora Katy Perry já fingiu até que sabia tocar flauta. E foi vaiada quando tirou o instrumento da boca sem saber que o solo continuava. Rihanna e Britney Spears também abusam de truques assim. Afinal, se até Madonna pode...

8. Um terço dos cientistas mente

Eles mesmos admitiram isso, numa pesquisa realizada em 2005 pela revista Nature. De 3 247 cientistas, 33% confessaram (anonimamente) que fizeram pelo menos uma coisa antiética ao elaborar seus estudos. Por exemplo: 1,5% cometeu plágio, 15,5% adulteraram o método ou os resultados do estudo, e 12,5% usaram dados que sabidamente não eram confiáveis. E na maioria dos casos, é de propósito mesmo. Em 2010, o biólogo americano Grant Steen analisou 788 retratações que tiveram de ser publicadas devido a erros ou fraudes em artigos científicos. "Cerca de 53% dos artigos fraudulentos foram escritos por fraudadores reincidentes", afirma Steen. E os pesquisadores mentirosos costumam se associar uns aos outros. "Eles tendem a colaborar com cientistas que também se retrataram por outros trabalhos."

9. O salmão que você come nem sempre é salmão

Pode ser outra coisa: truta salmonada. A truta e o salmão integram a família dos salmonídeos e têm gosto bem parecido - só que a truta é mais barata. Por isso, há produtores que dão às trutas uma ração aditivada com corante, para que elas fiquem rosadas, visualmente idênticas ao salmão. Se a truta for consumida na forma de sushi, cortada e misturada com shoyu, é muito difícil notar diferença no sabor. O próprio salmão também é alimentado com corantes - porque, como é criado em cativeiro, não tem acesso aos crustáceos dos quais se alimenta na natureza, e que dão a ele sua cor rosada natural. "Os criadores colocam na ração os pigmentos astaxantina e cantaxantina, que podem ser sintéticos ou extraídos de algas", afirma o engenheiro de alimentos Cláudio Lima.

O mundo dos peixes, aliás, está cheio de pegadinhas. O linguado geralmente não é linguado, e sim merluzão, e o badejo na verdade é abadejo - mais barato e importado da Argentina. "Os restaurantes fazem de tudo, pois ninguém sabe o que come", revela o chef de um restaurante de São Paulo, que prefere não se identificar. "Tem um peixe chamado abrótea que pode ser salgado para parecer bacalhau. O processo de preparo é o mesmo. Se você encontrar um prato a R$ 20 e outro a R$ 80, saiba que o mais barato não é bacalhau." A abrótea vive no Atlântico Sul - bem longe da Noruega, lar do bacalhau.

10. A Rússia tem 42 cidades secretas

Juntas, elas têm 1,5 milhão de habitantes. Mas não apareciam no mapa até o final dos anos 1980. Hoje sua existência é conhecida - mas só se entra lá com autorização do Ministério da Defesa ou da Agência de Energia Atômica da Rússia. Conheça as principais:

1. NOME: kraznoznamensk.
Fica a apenas 40 km de Moscou. Tem 36 mil habitantes. Abriga um centro de controle de satélites, e trabalha ajudando a coordenar a Estação Espacial Internacional.

2. NOME: OZYORSK
Com 82 mil habitantes, teve o acesso restringido durante a Guerra Fria por ser próxima a Mayak - onde havia uma usina de plutônio. Hoje, recicla material radioativo do arsenal soviético.

3. NOME: Vilyuchinsk.
Foi fundada em 1968 para construção de submarinos militares e vive disso até hoje. Ganhou duas igrejas nos anos 1990 e possui 23 mil habitantes (1 000 a menos que em 2002).

11. A carne de boi é feita com cocô

Os galpões de criação de aves são forrados com serragem, sabugo de milho triturado, feno e casca de arroz. Essa mistura, chamada de "cama de frango", fica cheia de fezes, bactérias, penas e resíduos de medicamentos. E era usada para alimentar o gado no Brasil até 2004. "A prática foi proibida porque o gado poderia se infectar com os príons: proteínas ligadas à encefalopatia espongiforme bovina - a doença da vaca louca", diz Gerson Scheuermann, da Embrapa. Nos EUA, contudo, a prática é permitida. E pior ainda. Lá, as aves comem olho, cérebro e intestino de boi - que acabam sendo ingeridos, junto com fezes, pelos próprios bois. "Isso completa o ciclo dos príons, e causa a doença", diz o médico americano Michael Greger.

12. Impressora a laser polui o ar

O alerta é de Lidia Morawska, cientista da Universidade de Queensland, Austrália, e uma das maiores especialistas do mundo em qualidade do ar. Ela testou 62 modelos de impressoras a laser e constatou que 17, das marcas HP e Toshiba, emitiam alta quantidade de partículas ultrafinas - que podem ser inaladas e causar problemas respiratórios e cardíacos, além de tumores. Ainda não se conhece bem a composição dessas partículas. Uma hipótese é que sejam formadas pela evaporação de compostos do toner (tinta da máquina), que é submetido a altas temperaturas. A emissão varia conforme o modelo. A HP 4250n, por exemplo, emite muito, enquanto a 2200DN, da mesma marca, não emite quase nada. A HP diz que não há indicações de que as partículas tragam risco, e que mais estudos são necessários. "Testes vigorosos são parte integral das pesquisas da HP e de seus procedimentos de controle de qualidade."

13. É seguro usar o celular no avião

Tanto que várias companhias já permitem o uso, e seus aviões não caem por isso. Uma possível explicação para o banimento está na rede de telefonia. O avião voa muito alto, a 12 mil metros, e muito rápido (900 km/h). Se você ligar um celular dentro dele, o sinal irá se espalhar por longas distâncias, o que é ruim. "O celular usado no avião pode se comunicar com várias torres de telefonia [ao mesmo tempo], congestionando a rede", esclarece a fabricante de sistemas aeronáuticos Honeywell. Nos aviões onde o celular é permitido, há um equipamento que intercepta o sinal e o redireciona para um satélite, evitando interferências.

14. O iPhone tem data para pifar - e as lâmpadas também

Segundo a Apple, a bateria do iPhone aguenta aproximadamente 400 ciclos completos de carga e descarga. A partir daí, ela começa a perder desempenho até, eventualmente, pifar. Isso é uma consequência natural e inevitável, pois os materiais empregados na bateria (tanto a da Apple quanto as dos demais fabricantes) se desgastam com o uso. O problema é que, como a bateria do iPhone não é removível, o usuário é obrigado a enviar seu iPhone para a assistência técnica se quiser trocá-la. E aí vem a surpresa: nos EUA, essa substituição custa US$ 80 - quase o preço de um iPhone novo, que lá custa de US$ 99 a US$ 199 (com os subsídios fornecidos por operadoras). Acaba compensando mais comprar um aparelho novo, mais moderno, e simplesmente jogar fora o antigo. Ou seja: na prática, o iPhone já sai de fábrica com uma data de morte.

As lâmpadas incandescentes também. Elas duram em média 1 000 horas, mas poderiam durar muito mais. Isso só não acontece devido a um acordo celebrado entre os 7 maiores fabricantes de lâmpadas do mundo - que na década de 1920 decidiram limitar a durabilidade do produto para vender mais. Os fabricantes cujas lâmpadas fossem consideradas excessivamente duráveis, inclusive, tinham de pagar multas ao grupo. A manipulação foi comprovada por uma investigação feita pelo governo inglês nos anos 1950. Mas, até hoje, a vida útil das lâmpadas se mantém em torno de 1 000 horas.

15. O iPhone grava os lugares onde você esteve

Os dados ficam armazenados num arquivo e são transferidos para seu computador quando você o sincroniza com o iPhone. "Não há evidência de que a informação seja transmitida para a Apple. Mas qualquer pessoa que tenha acesso ao seu computador pode acompanhar os seus movimentos" e saber onde você estava, minuto a minuto, diz o especialista em segurança Pete Warden, que é ex-funcionário da Apple e revelou o segredo. A Apple diz que o iPhone não fica vigiando o usuário, e que o suposto rastreamento é apenas uma maneira de aumentar a precisão do GPS - que só opera com o consentimento da pessoa. "O iPhone mantém um banco de dados com a localização de hotspots Wi-Fi e torres de celular, para ajudar a calcular sua localização de forma rápida e precisa quando solicitado", afirma a empresa.

16. Existe lixo radioativo em São Paulo

Cerca de 80 toneladas de areia com metais pesados estão num terreno da avenida Miguel Yunes, 115, em Interlagos, na zona sul da capital. E uma pequena parte contém materiais radioativos: urânio e tório. Esse material sobrou da Usina de Santo Amaro (Usam), que funcionava em São Paulo e foi fechada em 1992.

A história começa com a Nuclemon (Nuclebrás de Monazita e Associados), uma estatal criada nos anos 1970 e ligada ao programa nuclear brasileiro. Ela controlava a Usina de Santo Amaro, onde eram produzidas as chamadas "terras raras" - minerais usados para fabricação de produtos eletrônicos, computadores, ímãs e mísseis, por exemplo. A matéria-prima da usina era a chamada areia monazítica, que era extraída do litoral norte do Estado do Rio e levada até a Usam para processamento. Essa areia contém 4 minerais: ilmenita, zirconita, rutilo e monazita. Os três primeiros não são radioativos e têm aplicação na indústria de metalurgia e cerâmica. Já a monazita, além de possuir 60% de terras raras em sua composição, contém tório (5%) e urânio (0,2%).

A usina processou centenas de toneladas de areia monazítica até fechar. O que fazer com os resíduos da Usam? O plano era enviá-los a um depósito em Caldas, Minas Gerais. Mas só parte do material chegou até lá. É que o então governador mineiro, Itamar Franco, proibiu o transporte do lixo radioativo para seu Estado. Assim, a outra parte das areias foi jogada no terreno de Interlagos, onde funcionava a Usin (Usina de Interlagos). E lá permanece até hoje.

Atualmente, o solo está sendo descontaminado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), uma empresa ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Os rejeitos radioativos estão sendo colocados em bombonas (tambores de plástico resistentes e herméticos) dentro de um galpão de 2 250 m2 que foi construído no próprio terreno. Segundo a INB, eles somam até agora menos de 10 toneladas. E de lá irão para um depósito final, cuja localização ainda será determinada pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Já a terra contendo minerais pesados está sendo estocada em pilhas na superfície do terreno para futura transferência à unidade de beneficiamento de minerais pesados em Buena, localizada na região de Campos, no Rio de Janeiro.

A INB afirma que sua intenção é transportar tudo para Caldas, mas isso requer um processo de licenciamento complexo. O material vai ter de passar por muitos municípios, e alguns deles não liberam o acesso. Por isso, as negociações são longas. Segundo Valter Mortagua, coordenador da unidade de São Paulo da INB, o trabalho de descontaminação do terreno também é meticuloso e demorado - o que torna difícil prever uma data para o fim das tarefas. "Os materiais estocados na Usin não colocam em risco a saúde da população", diz Mortagua.

17. Os EUA possuem vírus que podem devastar o mundo

A varíola matou 300 milhões de pessoas no século 20 até ser erradicada com campanhas de vacinação. O último caso foi registrado em 1977, na Somália. Mas o micro-organismo por trás da doença, do gênero Orthopoxvirus, continua muito bem, obrigado. "A varíola ainda é uma ameaça para o mundo inteiro. Os EUA e a Rússia guardam estoques do vírus congelado desde a Guerra Fria", diz Steven Block, biofísico da Universidade de Stanford e um dos maiores especialistas mundiais em bioterrorismo. O arsenal americano é mantido no Centro para Controle e Prevenção de Doenças, em Atlanta. Uma eventual liberação do vírus, por acidente, terrorismo ou guerra, poderia ter consequências terríveis - porque a vacinação em massa contra varíola foi interrompida há mais de 30 anos (e também porque, para manter a eficácia, ela teria de ser reaplicada a cada 10 anos).

Os EUA também cultivam organismos ainda mais perigosos, como o vírus ebola e a bactéria Bacillus anthracis (antraz), ambos altamente letais.

O propósito oficial é desenvolver vacinas contra eles. Mas algo sempre pode dar errado. Em setembro de 2001, um terrorista obteve esporos de antraz - um pó branco, que ele enviou pelo correio para alguns políticos e jornalistas americanos, gerando pânico no país. Segundo uma investigação do FBI, o antraz usado nos ataques teria sido roubado de um laboratório do governo americano por Bruce Ivins, cientista que tinha acesso a esse material. Ivins acabou se suicidando em 2008.

18. Vitamina aumenta risco de câncer em fumantes

Você fuma, se alimenta mal, e aí decide consumir um suplemento vitamínico para tentar compensar esses maus hábitos? Cuidado. A maioria dos comprimidos multivitamínicos contém betacaroteno, um pigmento laranja que é convertido em vitamina A pelo organismo. E ele pode ser perigoso para quem fuma. Cientistas da Universidade do Sul da Flórida analisaram os hábitos de 109 mil americanos que ingeriram de 20 a 30 mg de betacaroteno por dia e constataram que, entre os fumantes, o suplemento estava associado com aumento no risco de câncer de pulmão. Em suma: se você fuma, não tome multivitamínicos com betacaroteno. Ou, melhor ainda, pare de fumar.

19. Adoçante artificial engorda mais que açúcar

A evolução condicionou nosso corpo a esperar uma dose de energia sempre que ingerimos algo doce. Quando tomamos um suco de laranja, por exemplo, nosso organismo sabe que está ingerindo algo bastante calórico (140 kcal por copo). Mas quando tentamos enganá-lo com adoçante, geramos um curto-circuito: o organismo não obtém as calorias que esperava - e dispara uma vontade de comer mais. Ou seja: mesmo sendo menos calóricos, os adoçantes têm um efeito colateral que faz o indivíduo engordar. Foi assim com ratos testados por psicólogos da Universidade Purdue, nos EUA. "Os animais alimentados com iogurte adoçado com sacarina ganharam mais peso que os do grupo que comeu iogurte com açúcar", diz Susan Swithers, autora do estudo.

20. Soja pode causar infertilidade

A soja é um alimento saudável, que traz vários benefícios. Mas também pode trazer um malefício: reduzir a concentração do esperma. É o que indica um estudo feito pela Universidade Harvard, nos EUA. Os 99 participantes informaram a quantidade de produtos de soja, como tofu, hambúrguer e leite, que haviam consumido nos 3 meses anteriores. "Os homens que ingeriram ao menos meia porção desses alimentos por dia tiveram as mais baixas quantidades de espermatozoides", diz Jorge Chavarro, líder do estudo. Motivo: a soja é rica em isoflavona, uma substância que imita a ação do hormônio feminino estrogênio - e que, nos homens, tem sido associada a transtornos reprodutivos. "Nas mulheres, as isoflavonas poderiam ampliar o ciclo menstrual, mas as implicações sobre a fertilidade ainda não são claras", diz Chavarro.

Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Soja, os benefícios ou malefícios do consumo dos produtos feitos com soja dependem de diversos fatores, como a idade e o peso da pessoa. A entidade também ressalta as vantagens econômicas da produção desse alimento, que é acessível para a maioria da população. "A soja é a proteína mais barata", diz Glauber Silveira, presidente da associação. O assunto está longe de ser um consenso entre os cientistas. "Não há relação entre o consumo de soja e infertilidade em homens", diz José Marcos Gontijo Mandarino, pesquisador da Embrapa Soja. Segundo ele, os estudos atuais não fornecem evidências definitivas de que o consumo diário de isoflavonas da soja tenha impacto sobre o sistema reprodutivo.

21. Os médicos não lavam as mãos

Higiene é fundamental, ainda mais em um hospital. Mas os profissionais de saúde não levam a prática muito a sério. "Nós estimamos que, para cada 100 vezes que o médico deveria higienizar as mãos, ele só faz isso 36 a 40 vezes", diz Marcos Antonio Cyrillo, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI). E não é só no Brasil. Um estudo do médico Didier Pittet, da Universidade de Genebra, afirma que os médicos lavam as mãos apenas na metade das vezes que deveriam. E isso ameaça a saúde dos pacientes. "Se fossem seguidas todas as medidas adequadas, como lavar as mãos, isolar o doente e usar equipamentos de proteção, conseguiríamos reduzir de 30% a 40% a taxa de infecção hospitalar", afirma Cyrillo.

22. Há remédios na água que você bebe

Quando você ingere um medicamento, até 70% da dose é desperdiçada: simplesmente não é aproveitada pelo organismo, e sai na urina e nas fezes. Junto com elas, o medicamento vai embora pela privada. O problema é que os sistemas de tratamento de água não estão equipados para retirar as moléculas dos remédios - que acabam contaminando rios, lagos e reservatórios, até retornar à sua torneira. Ou seja: junto com a água, você bebe medicamentos que foram excretados por outras pessoas. São os chamados poluentes emergentes. "A concentração dessas substâncias na água é muito pequena: algo como 1 em 1 trilhão, menos que 1 gota numa piscina olímpica", diz José Carlos Mierzwa, professor de engenharia ambiental da USP. "No entanto, estudos feitos na Europa e nos EUA indicaram que espécies de peixes e répteis já tiveram alterações em seu sistema endócrino." No Reino Unido, peixes machos expostos a hormônios presentes em anticoncepcionais passaram a ter características femininas. Ou seja: há uma ligação entre a presença de resíduos de medicamentos na água e problemas de saúde em animais. "Existe um risco potencial para os humanos, e por isso precisamos de mais estudos", afirma Mierzwa.

A Sabesp diz que a água fornecida por ela atende à legislação e aos padrões do Ministério da Saúde, e que ainda não há provas científicas suficientes sobre a relevância dos poluentes emergentes. "Além de acompanhar a evolução dos estudos, a Sabesp financia pesquisas na área. Se riscos à saúde humana forem comprovados, certamente outros regulamentos serão expedidos pelo Ministério da Saúde e atendidos pela Sabesp."

1. Torneira - Você bebe água.

2. Remédio - Você toma um comprimido de medicamento.

3. Banheiro - Você urina - e excreta resíduos do remédio.

4. Represa - Junto com a urina, o medicamento vai parar em represas e estações de tratamento de água - que não conseguem eliminá-lo.

5. Retorno - Resíduos do medicamento voltam a você, pela torneira.


23. Existe uma máquina que controla a atmosfera

É o HAARP (Programa de Investigação de Alta Frequência da Aurora), uma instalação no Alasca com 180 antenas e 360 transmissores de rádio. Essa máquina emite ondas eletromagnéticas que são absorvidas a 150 km de altitude, alterando o comportamento dos elétrons dessa camada da atmosfera. O Pentágono, que é dono do aparelho, afirma que o objetivo é estudar as propriedades da ionosfera "para melhorar os sistemas de comunicação e vigilância (de uso civil e militar)". Mas o programa tem inspirado teorias da conspiração de todo tipo - inclusive que estivesse relacionado ao tsunami no Japão, em 2011. Bobagem. O mais provável é que o verdadeiro objetivo dos EUA seja se proteger de um eventual ataque nuclear da Coreia do Norte. Se os norte-coreanos detonarem uma bomba atômica na ionosfera, os elétrons que viajam livres nessa zona poderiam queimar a rede de satélites dos EUA. Nesse caso, o HAARP poderia servir como uma espécie de escudo, barrando os elétrons. Mas isso é apenas especulação.

24. O Facebook deixa você menos feliz

Após ver as fotos e as conquistas dos outros, você se sente mal, como se a vida deles fosse muito melhor que a sua. Isso gera uma percepção distorcida - e faz com que os usuários muito assíduos do Facebook sejam, na média, menos felizes. "As pessoas apresentam uma imagem editada e perfeita de si mesmas nas redes sociais. Parece que nunca têm um dia ruim", diz Sherry Turckle, professora de estudos sociais no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). E a percepção distorcida continua mesmo quando você não está usando o Facebook. Psicólogos da Universidade Stanford, nos EUA, pediram que 80 estudantes avaliassem as emoções de seus colegas durante duas semanas. Na média, os voluntários subestimaram a tristeza e superestimaram a alegria de seus amigos. "É razoável supor que postar no Facebook, onde as pessoas têm completo controle sobre a imagem que projetam, possa contribuir para esses erros de percepção emocional", diz o psicólogo Alexander Jordan, um dos autores da pesquisa. Mas as redes sociais também podem provocar o efeito contrário - e melhorar a vida de quem as usa. Existem estudos comprovando que Facebook, Twitter e similares aproximam as pessoas e ampliam seu círculo de relacionamentos. Uma pesquisa da Universidade de Toronto constatou que hoje as pessoas têm mais amigos (reais) do que há 10 anos. E quem mais se beneficia desse fenômeno é justamente quem fica bastante tempo no Facebook e nas outras redes - e, por conta disso, tem 38% mais amigos do que uma década atrás.

25. Fazer exercício não é a maneira mais eficaz de emagrecer

Exercício é fundamental para a saúde. Mas, se o único objetivo é perder peso, malhar não é necessariamente a melhor resposta. É uma questão de matemática. Os alimentos modernos são muito calóricos, e por isso precisamos nos exercitar muito para queimar a energia que adquirimos comendo. Você tem de correr 1,5 km para queimar as calorias presentes em um reles brigadeiro. E precisa suar quase uma hora na bicicleta para compensar um pedaço de empadão de frango (cerca de 300 calorias). Controlar a própria alimentação é mais fácil, e mais rápido, do que enfiar o pé na jaca e tentar compensar tudo na academia. Mesmo porque quem se exercita tende a acabar comendo mais. Cientistas da Universidade de Ottawa, no Canadá, monitoraram 13 mulheres jovens após sessões de academia. Em média, elas ingeriram 878 calorias - o equivalente a um Big Mac com fritas médias - na hora seguinte a um exercício intenso (correr na esteira), o que anulou a quantidade de calorias que elas haviam queimado durante o exercício.

Super Interessante
Dez/2012