quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Aliança

O anel nupcial foi introduzido no Século Dois, representando a fidelidade numa união. É o sinal de uma aliança ou voto.

O uso da aliança surgiu entre os gregos e os romanos, vindo de um costume hindu de usar um anel para simbolizar o casamento. Os romanos acreditavam que no quarto dedo da mão esquerda passava uma veia ("veia d'amore") que estava diretamente ligada ao coração, costume carregado culturalmente até os dias de hoje.

No início a aliança era tida como um certificado de propriedade da
noiva, ou de compra da noiva, indicando que a mesma não estava mais apta a outros pretendentes. A partir do século IX a igreja cristã adotou a aliança como um símbolo de união e fidelidade entre casais cristãos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Xerox reinventa o papel

Xerox reinventa o papel
A última novidade da rainha das copiadoras: a impressão que se apaga sozinha depois de 12 a 24 horas


Fosse na época da Guerra Fria, a mais recente invenção da Xerox poderia compor o roteiro de filmes de espionagem. Explica-se: na era dos e-papers ("papéis eletrônicos") e dos leitores digitais portáteis, a empresa desenvolveu uma forma de imprimir textos e imagens num tipo especial de papel que, algumas horas mais tarde, apaga automaticamente todo o conteúdo e reverte a superfície à sua aparência original, branca como neve. Detalhe: a folha pode, depois, ser usada outras centenas de vezes. "Encontramos componentes químicos em um determinado projeto em que trabalhávamos e descobrimos que eles têm essa característica fantástica. Pensamos: 'por que não usar em uma nova aplicação?'", conta François Ragnet, pesquisador-chefe do grupo de inovação da empresa, em entrevista exclusiva à DINHEIRO, durante visita ao Brasil.

Criado em seus laboratórios, o "papel apagável", como eles o chamam, ainda não é comercializado e não há previsão para isso. Mas a empresa já patenteou a tecnologia e o processo de produção. O valor investido é guardado a sete chaves. Os argumentos de venda já estão sendo desenhados e o principal apelo será ecológico. "Alguns poluentes liberados por impressoras tradicionais, como ozônio, vão desaparecer, porque o processo é completamente diferente. Inclusive, trabalharemos num tipo de impressora específica para essa tecnologia", diz Rodrigo Belluco, diretor da Xerox Global Services. Ragnet completa: "Será ótimo para documentos que você só precisa guardar por um curto período de tempo, como e-mails e notícias", diz ele. Para especialistas, é importante que também o processo químico de produção seja amigável à natureza. "Várias empresas usam o tema sustentabilidade para criar novos mercados e produtos. Mas poucas de fato lançam produtos sustentáveis", aponta João Paulo Altenfelder, consultor em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. "O que parece válido na iniciativa da Xerox é que eles pensam também na redução de consumo e na reutilização."



Uma dúvida, porém, fica no ar. E se alguém, mal intencionado, utiliza o papel para um documento importante e perene, como uma confissão de dívida ou um contrato? Belucco afirma que a diferença será visível. "O conteúdo não fica tão escuro quanto o de uma impressão a jato de tinta ou laser em papel comum. Fica um sombreado", explica Belluco. A Xerox aplica os compostos à folha e eles reagem à intensidade de raios ultravioleta. Depois, seja pelo calor, seja pela luz ambiente, o papel volta a seu estado original entre 12 e 24 horas. A novidade pode provocar uma queda no já estagnado mercado de papéis, que cresce entre 2% e 3% ao ano. Mas ajudará a Xerox a enterrar agruras do passado recente. No começo da década, a companhia beirou a falência, com dívidas de US$ 17 bilhões. Incapaz de acompanhar o avanço da informática, viu sua receita cair exponencialmente, algo agravado pela descoberta de irregularidades em algumas de suas contas. A retomada só aconteceu quando voltou a investir em novos serviços e produtos. Na segunda-feira 19, a empresa anunciou a primeira distribuição de dividendos aos acionistas depois de seis anos. É a Xerox imprimindo seu próprio futuro.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A Lei 2

NÃO CONFIE DEMAIS NOS AMIGOS. APRENDA A USAR OS INIMIGOS

Cautela com os amigos - eles o trairão mais rapidamente, pois são com mais facilidade levados à inveja. Eles também se tornam mimandos e tirânicos. Mas contrate um ex-inimigo e ele lhe será mais fiel do que um amigo, porque tem mais a provar. De fato, você tem mais o que temer por parte dos amigos do que dos inimigos. Se você não tem inimigos, descubra um jeito de tê-los.
Ninguém acredita que um amigo possa trair.
Amigos são como os dentes e a mandíbula de um animal perigoso, se você não toma cuidado eles acabam mastigando você.
É natural querer empregar os amigos quando você mesmo está passando por dificuldades. O mundo é árido e os amigos o suaviza. Além do mais você os conhece. Por que depender de um estranho quando se tem um amigo à mão?
O problema é que nem sempre se conhece os amigos tão bem quando se imagina. Eles costumam concordar para evitar discussões, disfarçam suas qualidades desagradáveis para não se ofenderem mutuamente. Acham graça demais nas piadas uns dos outros. Visto que a honestidade raramente reforça a amizade. Você talvez jamais saiba o que um amigo realmente sente. Eles dirão que gostam de poesia, adoram a música, injevam o seu bom gosto para se vestir – talvez estejam sendo sinceros, com freqüência não estão.
Quando você decide contratar um amigo, aos poucos vai descobrindo as qualidades que ele, ou ela, estava escondendo. Curiosamente, é o seu ato de bondade que desequilibra tudo. As pessoas querem sentir que merecem a sorte que estão tendo. O recibo por um favor pode ser opressivo: significa que você foi escolhido porque é um amigo, não necessariamente porque merece. Existe quase um ato de condenscendência no ato de contratar os amigos que no íntimo os aflige. O dano vai surgindo lentamente: um pouco mais de honestidade, lampejos de inveja e ressentimento aqui e ali e, antes que você perceba, a amizade se foi. Quanto mais favores e presentes você distribuir para reavivar a amizade, menos gratidão receberá em troco.
A ingratidão tem uma longa e profunda história. Ela tem demonstrado seus poderes há tantos séculos que é realmente interessante que as pessoas continuem subestimando-os. Melhor prestar atenção. Se você nunca espera gratidão de um amigo, vai ter uma agradável surpresa quando eles se mos¬trarem agradecidos.
O problema de usar ou contratar amigos é que isso inevitavelmente limi¬tará o seu poder. É raro o amigo ser a pessoa mais capaz de ajudar você; e, afinal, capacidade e competência são muito mais importantes do que senti¬mentos de amizade.
Todas as situações de trabalho exigem uma certa distância entre as pes¬soas. Você está tentando trabalhar, não fazer amigos; a amizade (real ou falsa) só obscurece esse fato. A chave do poder, portanto, é a capacidade de julgar quem é o mais capaz de favorecer os seus interesses em todas as situações. Guarde os amigos para a amizade, mas para o trabalho prefira os capazes e competentes.
Seus inimigos, por outro lado, são uma mina de ouro escondida que você deve aprender a explorar.
Como disse Lincoln, você destrói um inimigo quando faz dele um amigo.
Sem inimigos a nossa volta, ficaríamos preguiçosos. Um inimigo nos calcanhares aguça a nossa percepção, nos mantém concentrados e alertas. Às vezes, então, é melhor usar os inimigos como inimigos mesmo, em vez de transformá-los em amigos ou aliados.
Um inimigo nitidamente definido é um argumento muito mais forte a seu favor do que todas as palavras que você conseguir usar.
Jamais deixe que a presença de inimigos o perturbe ou aflija - você está muito melhor com um ou dois adversários declarados do que quando não sabe quem é o seu verdadeiro inimigo. O homem de poder aceita o con¬flito, usando o inimigo para melhorar a sua reputação como um lutador seguro, em quem se pode confiar em épocas incertas.

O INVERSO

Embora em geral seja melhor não misturar trabalho com amizade, há momentos em que um amigo pode ser mais eficaz do que um inimigo. Um homem de poder, por exemplo, freqüentemente precisa fazer um trabalho sujo, mas, para salvar as aparências, é melhor deixar que outros façam isso por ele: os amigos são os melhores, visto estarem dispostos a se arriscar pelo afeto que sentem por ele. Além disso, se os seus planos gorarem por algum motivo, o amigo é um bode expiatório muito conveniente. Esta “queda do favorito” era um truque usado com freqüência por reis e sobera¬nos: eles deixavam que o seu melhor amigo na corte assumisse a responsabilidade por um erro, visto que o público não acreditaria que eles delibera¬damente sacrificassem um amigo com esse propósito. E claro que, depois de fazer essa jogada, você perdeu o seu amigo para sempre. E melhor, por¬tanto, reservar o papel de bode expiatório para alguém chegado a você, mas não muito.

Finalmente, o problema de trabalhar com amigos é que isso confunde os limites e as distâncias que o trabalho exige. Mas, se ambos os parceiros no arranjo compreendem os perigos envolvidos, um amigo pode ser muito eficaz. Você não deve jamais baixar a guarda nessa aventura, entretanto, fique sempre atento a qualquer sinal de perturbação emocional, tal como inveja e ingratidão. Nada é estável no reino do poder, e mesmo os amigos mais chegados podem se transformar nos piores inimigos.

“Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança um prazer.”
Tácito
“Muita gente pensa que um príncipe sábio deveria, tendo oportunidade, incentivar astuciosamente uma inimizade uma, de forma que, ao eliminá-la, ele possa aumentar a sua grandeza. Os príncipes especialmente os novos, encontraram mais fé e utilidade naqueles homens a quem, no início do seu poder, viam com suspeita, do que naqueles em quem começaram confiando.”
Nicolau Maquiavel
“Saiba tirar vantagem dos inimigos. Você precisa aprender que não é pela lâmina que se segura a espada, mas pelo punho, para poder se defender. O sábio lucra mais com seus inimigos do que o tolo com seus amigos.”
Baltasar Gracián.

domingo, 9 de dezembro de 2007

As 48 Leis de Poder

LEI 1

NÃO OFUSQUE O BRILHO DO MESTRE

Faça sempre que as pessoas acima de você se sintam confortavelmente superiores. Querendo agradar ou impressionar, não exagere exibindo seus próprios talentos ou poderá conseguir o contrário - inspirar medo e insegurança. Faça com que seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade.
Todos têm as suas inseguranças. Quando você se expõe ao mundo e mostra os seus talentos é natural que isso desperte todos os tipos de ressentimentos, invejas e outras manifestações de insegurança. É de se esperar que isso aconteça. Você não pode passar a vida preocupando com os sentimentos mesquinhos dos outros. Mas com quem está acima de você, é preciso adotar outra abordagem: quando se trata de poder, brilhar mais do que o mestre talvez seja o maior erro.
Quem conquista um alto status na vida é como os reis e as rainhas: quer se sentir seguro na sua posição e superior aos que os cercam em inteligência, perspicácia e charme. É uma falha de percepção mortal, porém comum, acreditar que exibindo e alardeando os seus dons e talentos você está conquistando o afeto do senhor. Ele pode fingir apreço, mas na primeira oportunidade vai substituir você por alguém menos brilhante, atraente e ameaçador.
Duas regras:
1ª - é possível inadvertidamente brilhar mais do que o senhor sendo simplesmente você mesmo. Existem senhores que são mais inseguros do que outros. A lição é simples se não for possível evitar ser charmoso e superior, você deve aprender a evitar esses monstros de vaidade. É isso ou descobrir um jeito de apagar as suas boas qualidades quando estiver com o superior.
2ª - não imagine que pode fazer tudo o que quiser só porque o senhor gosta de você. Livros inteiros poderiam ser escritos sobre favoritos que caíram em desgraça por considerar garantido o seu status por ousar brilhar.
Sabendo dos perigos de brilhar mais do que o seu senhor, você pode tirar vantagem desta lei. Primeiro você precisar elogiar e cortejar o seu senhor. A bajulação explícita pode ser eficaz, mas tem seus limites; é por demais direta e óbvia e causa má impressão aos outros cortesãos. Cortejar discretamente é muito mais eficaz. Se você é mais inteligente do que seu senhor, por exemplo, aparente o oposto, deixe que ele pareça mais inteligente do que você. Mostre ingenuidade. Faça parecer que você precisar da habilidade dele. Cometa erros inofensivos que não afetarão você a longo prazo, mas lhe darão chance de pedir a sua ajuda. Os senhores adoram essas solicitações. O mestre que não consegue presenteá-lo com sua experiência pode deixar cair sobre você a sua ira e má vontade.
Se a suas idéias são mais criativas do que as do seu mestre, atribua-as a ele da maneira mais pública possível. Deixe claro que seu conselho está simplesmente repetindo um conselho dele.
Se você for mais esperto do que seu mestre, tudo bem em representar o papel de bobo da corte, mas não o faça parecer frio e mal humorado em comparação. Apague um pouco o seu senso de humor se necessário e descubra com fazer parecer que é ele que está divertindo e alegrando os outros.

O INVERSO

Você não pode ficar se preocupando em não aborrecer todas as pessoas que cruzam o seu caminho, mas deve ser seletivamente cruel. Se o seu superior é uma estrela cadente não há perigo nenhum brilhar mais do que ele. Não tenha misericórdia – seu senhor não teve escrúpulos na sua ascensão a sangue frio até o topo. Calcule a força dele. Se for fraco apresse discretamente a sua queda: supere-o, seja mais encantador, mais inteligente do que ele nos momentos-chave. Se ele for muito mais fraco e estiver prestes a cair, deixe a natureza seguir o seu curso. Não arrisque brilhar mais do que um superior frágil – pode parecer crueldade ou despeito. Mas se o seu senhor está firme na sua posição e você sabe que é mais capaz do que ele, tenha paciência e espere o momento mais propício. O curso natural das coisas é o poder acabar enfraquecendo. O seu senhor cairá um dia e, se jogar direito, você vai sobreviver, e um dia brilhar mais do que ele.

“Evite brilhar mais do que o seu senhor. Toda superioridade é odiosa, mas a superioridade de um súdito com relação ao seu príncipe não só é estúpida como fatal.”
Baltasar Gracián

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Usinas no Madeira são início de grande projeto amazônico

04/12/2007 - 09h08

Se tudo correr como o governo espera, a licitação na semana que vem da primeira usina no Rio Madeira será o começo de um megaprojeto Amazônico, que envolverá algumas das maiores obras de infra-estrutura do mundo. Além das duas usinas que devem ser licitadas - no dia 10 de dezembro será a vez da hidrelétrica de Santo Antônio -, o plano prevê duas outras hidrelétricas e a criação de uma hidrovia que ligará Brasil, Peru e Bolívia e facilitará o escoamento de produtos brasileiros para os principais mercados mundiais.

"É uma barragem de geração, com possibilidade para aproveitamento de hidrovia. É uma tendência dos novos projetos, é o caso de Tucuruí (PA)", diz Afonso Goulart, gerente regional de Furnas em Rondônia, referindo-se à hidrelétrica de Santo António. "Aqui tem também essa possibilidade desde que seja possível viabilizar isso tecnicamente e ambientalmente."




Projeto torna rios navegáveis por 4.200 km

Remoção de obstáculos naturais é polêmica
MAIS SOBRE AS USINAS DO MADEIRA
MP QUESTIONA ESTUDOS DE IMPACTO
AMBIENTALISTAS PREOCUPADOS
Com a construção dos empreendimentos de Santo Antônio e Jirau, ficariam faltando apenas as usinas de Cachoeira de Ribeirão, que seria obrigatoriamente binacional pela proximidade com a Bolívia, e Cachuela Esperanza, em território boliviano, para que fosse possível navegar ao longo de 4,2 mil quilômetros pelos rios Madeira, Mamoré e Beni (Bolívia).

As obras cobririam de água as corredeiras do Rio Madeira e outros obstáculos naturais que hoje impedem a navegação. Seria ainda necessário construir eclusas, elevadores para as embarcações superarem os desníveis dos rios. Para o Brasil, a hidrovia significaria o escoamento mais barato da soja e da madeira, entre outros produtos.

O Complexo Madeira está inserido nos projetos da Iniciativa de Integração de Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), mecanismo firmado em 2000 pelos presidentes dos 12 países da América do Sul, para incentivar a integração física e econômica da região.

Integração

Para a Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), a aproximação da região amazônica com os países andinos faz mais sentido do que uma tentativa de integração com os mercados mais industrializados do sul do país.

"Para a economia de Rondônia, para o estágio em que se encontra, é muito mais razoável pensar em uma integração com esses países que têm uma economia mais parecida com a nossa. Sob certos aspectos, são complementares. Se conseguirmos essa integração, ela será mais fácil e (terá) resultados mais visíveis do que a gente pensar em produzir e levar para o mercado de Rio, São Paulo, Minas", afirma Antonio Marrocos, um dos diretores da Fiero.

Mas os críticos da iniciativa condenam o fato de que um projeto dessa magnitude esteja avançando sem o que acreditam ser um processo de discussão amplo com a sociedade dos países envolvidos.

"A sociedade está ficando a reboque desse processo. Não está discutindo os processos, está sendo levada a apoiar", diz o historiador Iremar Ferreira, da Campanha Rio Madeira Vivo, rede de organizações não-governamentais contra as usinas do Madeira.

A organização Amigos da Terra, por exemplo, afirma que, ao baratear o custo da soja, a hidrovia favoreceria ainda a substituição de ecossistemas amazônicos por lavouras - que hoje já representa uma das principais pressões pelo desmatamento.

Obstáculos naturais

A remoção de obstáculos naturais também é vista com preocupação por cientistas que trabalham na Amazônia, como o biólogo holandês Marc van Roosmalen, autor da descoberta de diversas espécies na região do rio Madeira.

"O Madeira é o mais importante rio após o Amazonas na história da Amazônia como barreira geológica para explicar todas as descobertas. Se eles mexerem lá, o rio é tão importante que mexe com tudo. Eles (os defensores do projeto) não entendem nada de sistemas geomorfológicos, é altamente perigoso mexer com isso", diz Roosmalen.

Os ambientalistas criticam ainda o fato de os estudos de impacto ambiental não terem abrangido todo o projeto, mas apenas as duas usinas do Madeira. Um exemplo, dizem eles, é o fato de que nem mesmo os 2.450 quilômetros de linhas de transmissão, indispensáveis para levar a energia produzida aos mercados do sudeste, foram incluídas nos estudos nos quais foi baseada a emissão da licença prévia, pelo Ibama.

Para os críticos, trata-se de uma estratégia de aprovar o projeto em etapas para que não seja discutido com a devida clareza os impactos que todo o complexo teria.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, diz que o debate será feito quando for proposta a construção das eclusas que viabilizariam a hidrovia.

"A eclusa não está prevista, a base, sim. É uma questão à parte, terá que haver um debate caso se considere oportuno, no momento que for, mas não existe uma decisão sobre as eclusas", afirma Tolmasquim.

Para Marrocos, da Fiero, porém, se não fossem as hidrelétricas e o Complexo do Madeira, seria preciso pensar numa forma alternativa de desenvolver a região.

"Esse é o caminho natural do avanço do homem no Brasil, a não ser que nós pudéssemos imaginar cercar a Amazônia. 'Ninguém entra, ninguém derruba, ninguém abre caminho', mas para isso nós vamos ter que encontrar solução para toda essa população no restante do Brasil."

Como projeto apoiado pela IIRSA, as usinas do Madeira deverão receber financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimenro), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Corporação Andina de Fomento (CAF).

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Salários no Brasil aumentarão menos em 2008, diz estudo

Os salários no Brasil deverão ter um aumento real menor em 2008 em comparação com os dois anos anteriores, afirma uma pesquisa divulgada por uma empresa de consultoria internacional. O estudo "Worldwide Pay Survey 2008", da consultoria Mercer, afirma que em 2008 os salários brasileiros deverão subir em média 5%, o mesmo percentual que a empresa havia previsto para 2007.

No entanto, a inflação no mesmo período deve ser de 4%, 0,6% a mais do que em 2007. Assim, o aumento real do poder de compra do salário deve ser de 1% em 2008, contra 1,6% em 2007. Esse percentual é quase metade do registrado no âmbito mundial. Segundo a pesquisa da consultoria Mercer, que é feita em 62 países, os salários devem ter aumento real médio de 1,9% em todo o mundo --ou 6%, sem se considerar a inflação.

Alocação de mão-de-obra
Em comparação com a América Latina, os salários brasileiros só tiveram um desempenho melhor que o dos venezuelanos, que não devem ter nenhum aumento em 2008 (0,0%). A Argentina, com ganhos de 4,6%, e o Chile, com 3,2%, devem registrar os maiores aumentos de salário na região. A Colômbia vem em terceiro (2,1%).

O país que deve registrar o maior aumento de salários no mundo é a Índia, com ganhos de quase 10% acima da inflação. Em seguida vem o Vietnã, com 5,6%. Os Estados Unidos devem registrar aumento de 1,9% e a China, 4,3%. “Estamos começando a ver que a poupança de custo de curto prazo que se tem relocando mão-de-obra para mercados emergentes pode evaporar com o tempo”, afirma Steve Gross, um dos diretores da Mercer.

“É importante que as empresas considerem tanto os níveis atuais de salário como os aumentos salariais futuros quando decidiram sobre alocação da mão-de-obra”. Para projetar os aumentos de salário, a Mercer se baseia em dados de outra pesquisa sua, feita junto ao setor empresarial de diversos países. A projeção de inflação é baseada em dados de órgãos como FMI (Fundo Monetário Internacional) e OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Quem não precisa?

Um dia eu estava na frente de casa secando meu carro. Eu tinha acabado de lavar o carro e esperava minha esposa para sair para o trabalho. Vi, descendo a rua, um homem que a sociedade consideraria um mendigo. Pela aparência dele, não tinha carro, nem casa, nem roupa limpa e nem dinheiro. Tem vez que você se sente generoso mas há outras vezes que você não quer nem ser incomodado. Este era um dia do "não quero ser incomodado".
- Espero que não venha me pedir dinheiro. Pensei.
Não veio. Passou e sentou-se em frente, no meio-fio do ponto de ônibus e não parecia ter dinheiro nem mesmo para andar de ônibus. Após alguns minutos falou:
- É um carro muito bonito.
Sua voz era áspera mas tinha um ar de dignidade em torno dele. Eu agradeci e continuei secando o carro. Ele ficou lá. Quieto, sentado enquanto eu trabalhava. O previsto pedido por dinheiro nunca veio. Enquanto o silêncio entre nós aumentava, uma voz interior me dizia:
- Pergunte-lhe se precisa de alguma ajuda.
Eu tinha certeza que responderia sim mas, atendendo à insistente voz interior...
- Você precisa de ajuda? Perguntei.
Ele respondeu com três simples palavras acompanhadas de um sorriso que me deram uma sacudida.
- Quem não precisa?
Eu precisava de ajuda. Talvez não para a passagem do ônibus ou um lugar para dormir, mas eu precisava de ajuda. Peguei minha carteira e lhe dei dinheiro, não somente o bastante para a passagem do ônibus mas também para conseguir uma refeição e um abrigo. Aquelas três palavras ainda soam verdadeiras. Não importa o quanto você tem, não importa o quanto você realizou, você também precisa de ajuda. Não importa o quão pouco você tem, não importa o quão cheio de problemas você esteja, até mesmo sem dinheiro ou um lugar para dormir, você pode dar ajuda. Mesmo que seja apenas um elogio, você pode dar.
Você nunca sabe quando poderá ver alguém que parece ter tudo mas que, na verdade, está esperando de você algo que não tem.
Talvez o homem fosse apenas um desconhecido desabrigado que vagueia pelas ruas. Talvez fosse mais do que isso. Talvez ele tenha sido enviado por uma força maior e sábia para ensinar à uma alma acomodada em si mesma. Talvez Deus tenha olhado pra baixo, chamado um anjo, vestido-lhe como um mendigo e, a seguir, disse:
- Vá encontrar-se com aquele homem que limpa o carro, ele precisa de ajuda.
"Quem não precisa?"

Força Estranha

Composição: Caetano Veloso

Eu vi um menino correndo
Eu vi o tempo
Brincando ao redor
Do caminho daquele menino...

Eu pus os meus pés no riacho
E acho que nunca os tirei
O sol ainda brilha na estrada
E eu nunca passei...

Eu vi a mulher preparando
Outra pessoa
O tempo parou prá eu olhar
Para aquela barriga
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou
O sol que atravessa essa estrada
Que nunca passou...

Por isso uma força
Me leva a cantar
Por isso essa força
Estranha no ar
Por isso é que eu canto
Não posso parar
Por isso essa voz tamanha...

Eu vi muitos cabelos brancos
Na fonte do artista
O tempo não pára e no entanto
Ele nunca envelhece...

Aquele que conhece o jogo
Do fogo das coisas que são
É o sol, é o tempo, é a estrada
É o pé e é o chão...

Eu vi muitos homens brigando
Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada
Vontade encoberta
E a coisa mais certa
De todas as coisas
Não vale um caminho sob o sol
E o sol sobre a estrada
É o sol sobre a estrada
É o sol...

Por isso uma força
Me leva a cantar
Por isso essa força
Estranha no ar
Por isso é que eu canto
Não posso parar
Por isso essa voz, essa voz
Tamanha...()

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O Tempo Cura Tudo

Era uma vez um passarinho que morava num ninho no alto de uma mangueira. Quando a mamãe passarinha saía cedinho para procurar alimento, falava:
- Ó filhinho, não saia do ninho. Você ainda é um filhotinho, pode cair lá embaixo e se machucar.
Mas o passarinho morria de vontade de dar as suas voadinhas, experimentar as suas asinhas cheias de peninhas. Experimentou uma vez. Experimentou a segunda. Quando experimentou a terceira, caiu e quebrou uma asa. Saiu, andando pelo chão, arrastando a asa, procurando uma ajudinha.
- Ó minha amiga vaquinha, conserte a minha asinha, que eu quebrei dando uma voadinha.
A vaquinha, muito mal-humorada, disse que não entendia de asas. O passarinho continuou o seu caminho, arrastando a sua asinha quebrada. Até que encontrou um cavalo e pediu ajuda de novo, coitadinho.
- Ó meu amigo cavalinho, conserte a minha asinha, que eu quebrei dando uma voadinha.
O cavalo relinchou e disse que não consertava asas. Não era veterinário.
E lá se foi o passarinho andando, pedindo ajuda a todo mundo que encontrava, ouvindo sempre o mesmo. Até que encontrou um rio, muito transparente, e parou para beber água.
- Ó meu amigo riozinho, conserte a minha asinha, que eu quebrei dando uma voadinha! E o rio de águas claras cantarolou:
- Bote aqui a sua asinha bote aqui no leito meu e depois não vá dizer que você se arrependeu.
E com todo cuidado, enfaixou a asinha do amiguinho, sorrindo dizendo:
- Dê um tempo ao tempo, fique quieto uns dias no seu ninho, meu passarinho!
E foi o que o passarinho fez.
Voltou para o seu ninho e deixou o tempo passar, bem quietinho.
O tempo passou.
Ele sarou e aprendeu a voar bem direitinho.
E no seu primeiro vôo sozinho, levou uma flor para o seu amigo riozinho. Ele agradeceu com um sorriso claro.
- O tempo cura tudo. É só dar tempo ao tempo, amigo passarinho

Brasileiros querem comprar imóveis ou eletrônico

A recuperação de renda da classe média vem acompanhada de crescimento da oferta de crédito. E, pela primeira vez desde abril de 2005, início da série histórica, no mês passado o Índice Nacional de Confiança, apurado pelo instituto Ipsos Public Affairs para a Associação Comercial de São Paulo, mostrou que o consumidor considera bom o período atual para aquisição de bens de maior valor como um carro ou uma casa.

De um total de mil entrevistados, 35% disseram estar muito mais à vontade para adquirir esse tipo de bens, enquanto 32% responderam que se sentem menos favoráveis. Em setembro, o índice apontava o contrário, com 35% das respostas menos favoráveis e 32% mais favoráveis. Em relação às compras de eletrodomésticos, 50% dos consumidores brasileiros disseram estar mais favoráveis, contra 23% menos favoráveis.


As perspectivas de renda, emprego e crédito são positivas para 2008, com melhora na situação da classe média, mas o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, vê com preocupação a sustentabilidade dessa expansão. "Os gargalos ainda existem e são relevantes, como o mini apagão do gás demonstrou semana passada", diz o economista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 10 de novembro de 2007

Porque o Tempo passa mais rápido?

LEIA ATÉ O FIM, VALE A PENA

Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal o Estado de São Paulo).

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos
movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma
mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... Você começará a perder noção do
tempo.
Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as
reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono,
fome, sede e pressão sangüínea.
Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do
movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos,
como o nascer e o pôr do sol.
Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso
cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho.
Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia.
Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar,
conscientemente, tal quantidade.

Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não
aparece no índice de eventos do dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela
primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está
acontecendo. É quando você se sente mais vivo.
Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas.

Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece
que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada
vez mais rapidamente. Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito
complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo.

Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo.
Como acontece?
Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê
com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente); O cérebro já sabe qual marcha
trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de
repetir realmente a experiência).
Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para
a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa...
São apagados de sua noção de passagem do tempo...
Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a
experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir
- as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão,
reclamações...enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente
parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e
cheio de novidades), vão diminuindo.
Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos
de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década.
Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a...
r-o-t-i-n-a. Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza
muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da
vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os
anos.
Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M (Mude e
Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou
registros com fotos.
Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire
férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no
seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas.
Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de
aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia).
Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de
momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou
daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma,
visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor
do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no
Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Escolha
roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente.
Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a
mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja
diferente.
Se você tiver condições, especialmente se já estiver aposentado, vá
com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras
culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... Em outras
palavras... V-I-V-A.
Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai
parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado (a) com alguém disposto (a) a
viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito
mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da
vida que existem por aí.

Cerque-se de amigos.

Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com
religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. Enfim, acho que você já
entendeu o recado, não é?

Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com
qualidade, emoção, rituais e vida

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Os Doze Princípios do Consumidor Consciente

Sair do paradigma da abundância, que ainda prevalece, para a consciência da escassez. Adotar novos estilos de vida, combater os desperdícios, repensar os conceitos de qualidade de vida e felicidade. Rever valores.

Estes são os principais desafios que os cidadãos do nosso tempo deverão enfrentar na construção de uma nova sociedade de consumo, mais sustentável, na qual a satisfação das necessidades humanas caminhe junto à preservação dos recursos naturais do planeta.

Faça um bem para a sociedade e para você mesmo. Siga os Doze Princípios do Consumidor Consciente (abaixo) e ajude a disseminá-los entre amigos, familiares, companheiros de trabalho. Todos nós temos a ganhar !


1. Planeje suas compras
A impulsividade é inimiga do consumo consciente. Planeje antecipadamente e, com isso, compre menos e melhor.

2. Avalie os impactos de seu consumo
Leve em consideração o meio ambiente e a sociedade em suas escolhas.

3. Consuma apenas o necessário
Reflita sobre suas reais necessidades e procure viver com menos.

4. Reutilize produtos e embalagens
Não compre outra vez o que você pode consertar, transformar e reutilizar.

5. Separe seu lixo
Recicle e contribua para a economia de recursos naturais, a redução da degradação ambiental e a geração de empregos.

6. Tome crédito conscientemente
Pense bem se o que você vai comprar a crédito não pode esperar e esteja certo de que poderá pagar as prestações.

7. Conheça e valorize as práticas de responsabilidade social das empresas
Em suas escolhas de consumo, não olhe apenas preço e qualidade. Valorize as empresas em função de sua responsabilidade para com os funcionários, a sociedade e o meio ambiente.

8. Não compre produtos piratas ou contrabandeados
Compre sempre do comércio legalizado e, dessa forma, contribua para gerar empregos estáveis e para combater o crime organizado e a violência.

9. Contribua para a melhoria de produtos e serviços
Adote uma postura ativa e envie às empresas sugestões e críticas construtivas sobre seus produtos/serviços.

10. Divulgue o consumo consciente
Seja um militante da causa: sensibilize outros consumidores e dissemine informações, valores e práticas do consumo consciente.

11. Cobre dos políticos
Exija de partidos, candidatos e governantes propostas e ações que viabilizem e aprofundem a prática do consumo consciente.

12. Reflita sobre seus valores
Avalie constantemente os princípios que guiam seus hábitos de consumo.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Dicas do Procon

PROCON ALERTA SOBRE MENSAGENS DE EMAILS


Tendo em vista as diversas reclamações chegadas neste Órgão Estadual de Defesa e Proteção do Consumidor, a respeito dos denominados “emails maliciosos”, que disseminam vírus, que captam dados sigilosos dos usuários ou causam algum dano na máquina, nos dados, ou na privacidade das informações, o Procon resolveu fazer um alerta aos consumidores e fornecer algumas dicas sobre o assunto:

1) Grandes empresas NÃO usam correspondência do tipo corrente. A Microsoft e a AOL NÃO estão oferecendo US$ 245 a cada repasse de e-mail, e a Ericsson NÃO está doando celulares de graça.

2) A AMBEV e a NESTLÉ NÃO estão dando kits gratuitos para quem repassar e-mails e mandar confirmação para o endereço indicado.

3) A MTV NÃO lhe dará o direito de ficar nos bastidores se você remeter correspondência a um monte de gente.

4) NÃO é porque alguém escreveu, quatro degraus anteriores da pirâmide, que é verdade (observe, é mais uma mera mentira).

5) NÃO existe uma organização de ladrões de fígado. Ninguém está acordando numa banheira cheia de gelo, mesmo se um amigo jurar que isto aconteceu ao primo do amigo dele.

6) Se o(s) último(s) desastre (s) envolvendo foguetes da NASA espalharam partículas de plutônio sobre a Costa Leste Americana, você acha realmente que esta informação chegaria ao público por mail?

7) NÃO existem os vírus "Good Times", "Bad Times", "Sapinhos Budweiser" etc. Na verdade, você NUNCA, mas NUNCA mesmo, deve reenviar qualquer e-mail alertando sobre vírus antes de primeiro confirmar se um site confiável de uma companhia real, como por exemplo HYPERLINK "http://www.symantec.com.br"www.symantec.com.br o tenha identificado.

8) Corte aqueles quilômetros de cabeçalhos dos e-mails.

9) Existem mulheres que estão realmente sofrendo no Afeganistão, e as finanças de diversas empresas filantrópicas estão vulneráveis, mas reenviar um e-mail NÃO ajudará esta causa. Se você quiser ajudar, procure seu deputado, a Anistia Internacional ou a Cruz Vermelha. E-mails "os abaixo-assinado" geralmente são falsos, e nada significam para quem detém o poder para fazer alguma coisa sobre o que está sendo denunciado. São meios de obter endereços eletrônicos.

10) NÃO existe nenhum projeto para ser votado no Congresso que reduzirá a área da Floresta Amazônica em 50%; e nem para deixar de cobrar pedágio; portanto NÃO perca tempo nem "pague mico" assinando e repassando aqueles furiosos abaixo-assinados de protesto, ou comunicando este tipo de coisa.

11) Você NÃO vai morrer nem ter azar no amor se arrebentar uma corrente. Sejamos inteligentes e recusemos esse tipo imbecil de ajudar hackers e spammers (propagandas)

12) Escrever um e-mail ou enviar qualquer coisa pela Internet é fácil... NÃO acredite automaticamente em tudo. Observe o texto, reflita, analise tudo isto antes de repassar aos amigos.

13) Quando nós recebemos mensagens pedindo ajuda para alguém, com alguma foto comovente, NÃO repasse apenas "pra fazer a sua parte", pode haver alguém cheio de má intenção, por trás deste e-mail. Verifique a veracidade das informações, afinal, próximo de sua casa, há sempre alguém carente que você poderá ajudar, se esta for sua opção de vida.

14) Cuidado! Muito cuidado com mensagens-lista de dados de pessoas, que cada um vai assinando, colocando seus endereços e telefones reais, repassando... Podem facilmente serem utilizados por assaltantes, seqüestradores, etc.

15) Quando reenviarem mensagens, retirem os nomes e e-mails das pessoas por onde os e-mails já passaram (BASTA SELECIONAR OS PARÁGRAFOS COM O MOUSE E DEPOIS APERTAR A TECLA DELETE): tem programas rodando na Internet para "pegar" tudo que tiver antes e depois de um "@". Isso é vendido para Spamers, que muitas vezes espalham vírus.

16) Quando for mandar uma msg para mais de uma pessoa, não envie com o "Para" nem com o "Cc", envie com o "Cco" (carbon copy ocult) ou "Bbc" (blind copy), que não vai aparecer o endereço eletrônico de nenhum destinatário. Tire também o [Fw] ou [En].

Monteiro Lobato - Jeca Tatuzinho

Lançado em 1924, Jeca Tatuzinho veio ensinar noções de higiene e saneamento às crianças, por meio do personagem-símbolo criado por Monteiro Lobato. Adaptado no ano seguinte e, ao que consta, oferecido a seu amigo Cândido Fontoura para promoção dos produtos do laboratório Fontoura Serpe & Cia, em especial do Biotônico, chegaria a 100 milhões de exemplares no centenário do escritor.

Considerada a peça publicitária de maior sucesso na história da propaganda brasileira, inspiraria, naquele ano de 1982, a criação do Prêmio Jeca Tatu. Instituído pela agência CBBA - Castelo Branco e Associados, representou uma homenagem "à obra-prima da comunicação persuasiva de caráter educativo, plenamente enquadrada na missão social agregada ao marketing e à propaganda".

O folheto do Biotônico Fontoura, cujo texto aqui reproduzimos, foi ilustrado em suas primeiras edições por Belmonte e, em seguida, por J. U. Campos.



I

Jeca Tatu era um pobre caboclo que morava no mato, numa casinha de sapé. Vivia na maior pobreza, em companhia da mulher, muito magra e feia, e de vários filhinhos pálidos e tristes.
Jeca Tatu passava os dias de cócoras, pitando enormes cigarrões de palha, sem ânimo de fazer coisa nenhuma. Ia ao mato caçar, tirar palmitos, cortar cachos de brejaúva, mas não tinha idéia de plantar um pé de couve atrás da casa. Perto corria um ribeirão, onde ele pescava de vez em quando uns lambaris e um ou outro bagre. E assim ia vivendo.
Dava pena ver a miséria do casebre. Nem móveis, nem roupas, nem nada que significasse comodidade. Um banquinho de três pernas, umas peneiras furadas, a espingardinha de carregar pela boca, muito ordinária, e só.
Todos que passavam por ali, murmuravam:
- Que grandessíssimo preguiçoso!

II

Jeca Tatu era tão fraco que, quando ia lenhar, vinha com um feixinho que parecia brincadeira. E vinha arcado, como se estivesse carregando um enorme peso.
- Por que não traz de uma vez um feixe grande? perguntaram-lhe um dia.
Jeca Tatu cortou a barbicha rala e respondeu:
- Não paga a pena.
Tudo para ele não pagava a pena. Não pagava a pena consertar a casa, nem fazer uma horta, nem plantar árvores de fruta, nem remendar a roupa.
Só pagava a pena beber pinga.
- Por que você bebe, Jeca? diziam-lhe.
- Bebo para esquecer.
- Esquecer do quê?
- Esquecer as desgraças da vida.
E os passantes murmuravam:
- Além de vadio, bêbado ...

III

Jeca possuía muitos alqueires de terra, mas não sabia aproveitá-la. Plantava todos os anos uma rocinha de milho, outra de feijão, uns pés de abóbora e mais nada. Criava em redor da casa um ou outro porquinho e meia dúzia de galinhas. Mas o porco e as aves que cavassem a vida, porque Jeca não lhes dava o que comer. Por esse motivo o porquinho nunca engordava, e as galinhas punham poucos ovos.
Jeca possuía ainda um cachorro, o Brinquinho, magro e sarnento, mas bom companheiro e leal amigo.
Brinquinho vivia cheio de bernes no lombo e muito sofria com isso. Pois apesar dos ganidos do cachorro, Jeca não se lembrava de lhe tirar os bernes. Por que? Desânimo, preguiça...
As pessoas que viam aquilo, franziam o nariz.
- Que criatura imprestável! Não serve nem para tirar berne de cachorro...

IV

Jeca só queria beber pinga e espichar-se ao sol, no terreiro. Ali ficava horas, com o cachorrinho rente, cochilando. A vida que rodasse, o mato que crescesse na roça, a casa que caísse. Jeca não queria saber de nada. Trabalhar não era com ele.
Perto morava um italiano já bastante arranjado, mas que ainda assim trabalhava o dia inteiro. Por que Jeca não fazia o mesmo?
Quando lhe perguntavam isso, ele dizia:
- Não paga a pena plantar. A formiga come tudo.
- Mas como é que seu vizinho italiano não tem formiga no sítio?
- É que ele mata.
E por que você não faz o mesmo?
Jeca coçava a cabeça, cuspia por entre os dentes e vinha sempre com a mesma história:
- Quá! Não paga a pena ...
- Além de preguiçoso, bêbado; e além de bêbado, idiota, era o que todos diziam.

V


Um dia um doutor portou lá por causa da chuva e espantou-se de tanta miséria. Vendo o caboclo tão amarelo e magro, resolveu examiná-lo.
- Amigo Jeca, o que você tem é doença.
- Pode ser. Sinto uma canseira sem fim, e dor de cabeça, e uma pontada aqui no peito, que responde na cacunda.
- Isso mesmo. Você sofre de ancilostomíase.
- Anci... o que?
- Sofre de amarelão, entende? Uma doença que muitos confundem com a maleita.
- Essa tal maleita não é sezão?
- Isso mesmo. Maleita, sezão, febre palustre ou febre intermitente: tudo a mesma coisa.
A sezão também produz anemia, moleza e esse desânimo do amarelão; mas é diferente. Conhece-se a maleita pelo arrepio ou calafrio que dá, pois é uma febre que vem sempre em horas certas e com muito suor. Quem sofre de sezão sara com o MALEITOSAN FONTOURA. Quem sofre de amarelão sara com a ANKILOSTOMINA FONTOURA. Eu vou curar você.

VI

O doutor receitou um vidro de ANKILOSTOMINA FONTOURA, para tomar assim: seis comprimidos hoje pela manhã e outros seis amanhã de manhã.
- Faça isto duas vezes, com o espaço de uma semana. E de cada vez tome também um purgante de sal amargo, se duas horas depois de ter ingerido a ANKILOSTOMINA não tiver evacuado. E trate de comprar um par de botinas e alguns vidros de BIOTÔNICO e nunca mais me ande descalço e nem beba pinga, ouviu?
-Ouvi, sim, senhor!
- Pois é isso, rematou o doutor, tomando o chapéu. A chuva já passou e vou-me embora. Faça o que mandei, que ficará forte, rijo e rico como o italiano. Na semana que vem estarei aqui de volta.
- Até por lá, sêo doutor!
Jeca ficou cismando. Não acreditava muito nas palavras da Ciência, mas por fim resolveu comprar os remédios, e também um par de botinas ringideiras.
Nos primeiros dias foi um horror. Ele andava pisando em ovos. Mas acostumou-se, afinal...

VII

Quando o doutor voltou, Jeca estava bem melhor, graças à ANKILOSTOMINA e ao BIOTÔNICO. O doutor mostrou-lhe com uma lente o que tinha saído das suas tripas:
- Veja, sêo Jeca, que bicharia tremenda estava você a criar na barriga! São os tais ancilóstomos, uns bichinhos dos lugares úmidos, que entram pelos pés, vão varando pela carne adentro até alcançarem os intestinos. Chegando lá, grudam-se nas tripas e escangalham com o freguês.
Tomando a ANKILOSTOMINA, você bota fora todos os ancilóstomos que tem no corpo. E andando sempre calçado, não deixa que entrem os que estão na terra. Fazendo isso e fortalecendo-se com alguns vidros de BIOTÔNICO, ovos e leite, você fica livre da doença para sempre.
Jeca abriu a boca, maravilhado.
- Os anjos digam amém, sêo doutor!

VIII

Mas Jeca não podia acreditar numa coisa: que os bichinhos entrassem pelo pé. Ele era "positivo" e dos tais que "só vendo". O doutor resolveu abrir-lhe os olhos: Levou-o a um lugar úmido, atrás de casa, e disse:
- Tire a botina e ande um pouco por aí.
Jeca obedeceu.
- Agora venha cá. Sente-se. Bote o pé em cima do joelho. Assim. Agora examine a pele com essa lente.
Jeca tomou a lente, olhou e percebeu vários vermes pequeninos que já estavam penetrando na sua pele, através dos poros. O pobre homem arregalou os olhos, assombrado.
- E não é que é mesmo? Quem "haverá" de dizer!...
- Pois é isso, sêo Jeca, e daqui por diante não duvide mais do que disser a Ciência.
- Nunca mais! Daqui por diante dona Ciência está dizendo, Jeca está jurando em cima! T'esconjuro! E pinga, então, nem para remédio...

IX

Tudo o que o doutor disse aconteceu direitinho! Três meses depois ninguém mais conhecia o Jeca. A ANKILOSTOMINA curou-o do Amarelão. O BIOTÔNICO deixou-o bonito, corado, forte como um touro.
A preguiça desapareceu. Quando ele agarrava no machado, as árvores tremiam de pavor.
Era pã, pã, pã... horas seguidas, e os maiores paus não tinham remédio senão cair.
E Jeca, cheio de coragem, botou abaixo o capoeirão, para fazer uma roça de três alqueires. E plantou eucaliptos nas terras que não se prestavam para cultura. E consertou todos os buracos da casa. E fez um chiqueiro para os porcos. E um galinheiro para as aves. O homem não parava, vivia a trabalhar com fúria que espantou até o seu vizinho italiano.
- Descanse um pouco, homem! Assim você arrebenta... diziam os passantes.
- Quero ganhar o tempo perdido, respondia ele, sem largar do machado. Quero tirar a prosa do "italiano".

X

Jeca, que era um medroso, virou valente. Não tinha mais medo de nada, nem de onça! Uma vez, ao entrar no mato, ouviu um miado estranho.
- Onça! Exclamou ele. É onça e eu aqui sem uma faca!...
Mas não perdeu a coragem. Esperou a onça, de pé firme. Quando a fera o atacou, ele ferrou-lhe tamanho murro na cara que a bicha rolou no chão, tonta. Jeca avançou de novo, agarrou-a pelo pescoço e estrangulou-a.
- Conheceu, papuda? Você pensa que está lidando com algum pinguço opilado? Fique sabendo que tomei ANKILOSTOMINA e BIOTÔNICO e uso botina ringideira!...
A companheira da onça, ao ouvir essas palavras, não quis saber de histórias - azulou! Dizem que até hoje está correndo...

XI

Ele, que antigamente, quando lenhava, só trazia três pausinhos, carregava agora cada feixe que metia medo. E carregava-os sorrindo, como se o enorme peso não passasse de brincadeira.
- Amigo Jeca, você arrebenta! diziam-lhe. Onde se viu carregar tanto pau de uma vez?
- Já não sou aquele de dantes! Isto para mim agora é canja... respondia o caboclo, sorrindo.
Quando teve de aumentar a casa, foi a mesma coisa. Derrubou no mato grossas perobas, atorou-as, lavrou-as e trouxe no muque para o terreiro as toras todas. Sozinho!
- Quero mostrar a essa paulama quanto vale um homem que tomou ANKILOSTOMINA e BIOTÔNICO, que usa botina cantadeira e que não bebe nem um só martelinho de cachaça!
O italiano via aquilo e coçava a cabeça.
- Se eu não tropicar direito, este diabo me passa na frente. Per Bacco!

XII

Dava gosto ver suas roças. Comprou arados e bois, e não plantava nada sem primeiro afofar a terra. O resultado foi que os milhos vinham lindos e o feijão era uma beleza.
O italiano abria a boca, admirado, e confessava nunca ter visto roças assim.
E Jeca já não plantava rocinhas, como antigamente. Só queria saber de roças grandes, cada vez maiores, que fizessem inveja no bairro.
E se alguém lhe perguntava:
- Mas para que tanta roça, homem? ele respondia:
- É que agora quero ficar rico. Não me contento com trabalhar para viver. Quero cultivar todas as minhas terras, e depois formar aqui duas enormes fazendas - a Fazenda Ankilostomina e Fazenda Biotônico. E hei de ser até coronel...
E ninguém duvidava mais. O italiano dizia:
- E forma mesmo! E vira mesmo coronel! Per la Madonna!...

XIII

Por esse tempo, o doutor passou por lá e ficou admiradíssimo com a transformação de seu doente.
Esperara que ele sarasse, mas não contara com tal mudança.
Jeca o recebeu de braços abertos e apresentou-o à mulher e aos filhos.
Os meninos cresciam viçosos, e viviam brincando, contentes como os passarinhos.
E toda gente ali andava calçada. O caboclo ficara com tanta fé no calçado, que metera botinas até nos animais caseiros!
Galinhas, patos, porcos, tudo de sapatinho nos pés! O galo, esse andava de bota e espora!
- Isso também é demais, sêo Jeca, disse o doutor. Isso é contra a natureza!
- Bem sei. Mas quero dar um exemplo a esta caipirada bronca. Eles vêm aqui, vêem isso e não se esquecem mais da história.

XIV

Em pouco tempo os resultados foram maravilhosos. A porcada aumentou de tal modo, que vinha gente de longe admirar aquilo. Jeca adquiriu um caminhão, e em vez de conduzir os porcos ao mercado pelo sistema antigo, levava-os de auto, num instantinho, buzinando pela estrada afora, fon-fon! Fon-fon! ...
As estradas eram péssimas; mas ele consertou-as à sua custa. Jeca parecia um doido. Só pensava em melhoramentos, progressos, coisas americanas. Aprendeu logo a ler, encheu a casa de livros e por fim tomou um professor de inglês.
- Quero falar a língua dos bifes para ir aos Estados Unidos ver como é lá a coisa.
O seu professor dizia:
- O Jeca só fala inglês agora. Não diz porco; é pig. Não diz galinha; é hen... Mas de álcool, nada. Antes quer ver o demônio, que um copinho da "branca"...

XV

Jeca só fumava charutos fabricados especialmente para ele, e só corria as roças montado em cavalos árabes de puro sangue.
- Quem o viu e quem o vê! Nem parece o mesmo. Está um "estranja" legítimo, até na fala.
Na "Fazenda Biotônico" havia de tudo. Campos de alfafa. Pomares belíssimos com quanta fruta há no mundo. Até criação do bicho-da-seda; Jeca formou um amoreiral que não tinha fim.
- Quero que tudo aqui ande na seda, mas seda fabricada em casa. Até os sacos aqui da fazenda tem que ser de seda, para moer os invejosos...
E ninguém duvidava de nada.
- O homem é mágico, diziam os vizinhos. Quando assenta de fazer uma coisa, faz mesmo, nem que seja um despropósito...

XVI

A "Fazenda Biotônico" tornou-se famosa no país inteiro. Tudo ali era por meio do rádio e da eletricidade. Jeca, de dentro do seu escritório, tocava num botão e o cocho do chiqueiro se enchia automaticamente de rações muito bem dosadas. Tocava outro botão e um repuxo de milho atraía todo o galinhame!...
Suas roças eram ligadas por telefones. Da cadeira de balanço na varanda, ele dava ordens aos feitores, lá longe.
Chegou a mandar buscar nos Estados Unidos um aparelho de televisão.
- Quero aqui desta varanda ver tudo o que se passa em minha fazenda.
E tanto fez, que viu. Jeca instalou os aparelhos, e assim pôde, da sua varanda, com o charutão na boca, não só falar por meio do rádio para qualquer ponto da fazenda, como ainda ver, por meio da televisão, o que os camaradas estavam fazendo.

XVII

Ficou rico e estimado, como era natural; mas não parou aí. Resolveu ensinar o caminho da saúde aos caipiras das redondezas. Para isso montou na fazenda e vilas próximas vários POSTOS DE MALEITOSAN, onde tratava os enfermos de sezões; e também POSTOS DE ANKILOSTOMINA, onde curava os doentes de amarelão e outras verminoses.
E quando algum empregado sentia alguma dor de cabeça, se estava resfriado, Jeca arrumava-lhe uns dois ou três comprimidos de Fontol, e imediatamente o homem estava bom, e pronto para o serviço.
O seu entusiasmo era enorme. "Hei de empregar tôda minha fortuna nesta obra de saúde geral, dizia. Meu patriotismo é este. Minha divisa: Curar gente. Abaixo a bicharia! Viva o Biotônico! Viva ANKILOSTOMINA! Viva o Maleitosan! Viva o Fontol!"
A estes vivas o coronel Jeca aumentou mais um. Foi quando apareceu o grande "liquida-insetos" chamado DETEFON e ele o experimentou na miuçalha da fazenda: pulgas, percevejos, piolhos, baratas, pernilongos e moscas. Deixou aquilo lá sem um só bichinho para remédio.
Não contente com isso, Jeca tomou o hábito de nunca sair a cavalo ou de automóvel sem levar a tiracolo a bomba de pulverizar o DETEFON. Entrava nos casebres de beira de caminho e antes do "Bom dia!" punha-se fon, fon, fon, detefon, a pulverizar tudo, coisas e gentes. Quando acaba, dizia:
- Ninguém faz a conta dos males que estes bichinhos causam à humanidade, como transmissores de moléstias... e dava mais umas bombadas de lambuja.
E a curar gente da roça passou Jeca toda a sua vida. Quando morreu, aos 89 anos, não teve estátua ou grandes elogios nos jornais. Mas ninguém ainda morreu de consciência mais tranqüila. Havia cumprido o seu dever até o fim.

XVIII

Meninos: nunca se esqueçam desta história; e, quando crescerem, tratem de imitar o Jeca. Se forem fazendeiros, procurem curar os camaradas. Além de ser para eles um grande benefício, é para você um alto negócio. Você verá o trabalho dessa gente produzir três vezes mais.
Uma país não vale pelo tamanho, nem pela quantidade de habitantes. Vale pelo trabalho que realiza e pela qualidade da sua gente.
Ora, ter mais saúde é a grande qualidade de um povo. Tudo mais vem daí. E o grande remédio que combate o amarelão, esse mal terrível que tantos braços preciosos rouba ao trabalho, é a ANKILOSTOMINA. Assim como o grande conservador da saúde, que produz energia, força e vigor, chama-se BIOTÔNICO FONTOURA.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Dara e Filipe

Os Ratinhos Desobedientes

O ratinho e a ratinha eram dois irmãos que viviam com sua mãe numa toca, em uma fazenda. Ali estavam quentes e resguardados, a salvo das inclemências do tempo. Sua mamãe dava-lhes todo alimento de que necessitavam e não tinham nada com que se preocupar.
Nenhum dos dois gostava quando a sua mãezinha os mandava dormir, e obedeciam sempre contrariados. Numa bela noite, saíram à procura de seus amigos; as estrelas brilhavam no céu e era muito agradável estar ao ar livre!
Por mais voltas que dessem, não encontraram nenhum de seus amigos; esses, é claro, dormiam um soninho descansado.
Continuaram andando, andando, até perceber que se tinham afastado muito de sua casa; não conheciam a paisagem que os rodeava. Sentiram medo porque o vento começou a uivar e a escuridão tornava-se ameaçadora.
Abraçaram-se um ao outro, e, de repente, ouviram um ruído. Estremeceram espantados. Seria um gato? O tempo parecia ter parado e o responsável pelos ruídos aproximava-se pouco a pouco. Começaram a bater os dentes de medo, incapazes de fazer qualquer movimento. Sentiam que tinha chegado a sua última hora, já que certamente se tratava do seu mais aguerrido inimigo: o gato.
Mas, afinal, tudo acabou bem. A mãe saíra à procura deles e tinha sido ela quem havia feito o barulho. Os dois ratinhos regressaram a casa muito contentes. Haviam passado um mau bocado e não voltariam a repetir a façanha. Não há nada como a nossa casa. Não acha que tenho razão, amiguinho?

Alimentos

  1. Alimentos transgênicos são seguros, saudáveis e essenciais se quisermos atingir padrões de vida decentes para a crescente população mundial। A moralização fora de propósito em torno deles no Ocidente está custando milhões de vidas nos países pobres।Há sete anos, a revista "Time" apresentou o biólogo suíço Ingo Potrykus em sua capa। Como principal criador do arroz geneticamente modificado -ou "arroz dourado"- ele foi saudado como potencialmente um dos maiores benfeitores da humanidade. O arroz dourado seria o início de uma nova revolução verde para melhorar as vidas de milhões das pessoas mais pobres do mundo. Ele ajudaria a corrigir a deficiência de vitamina A, a causa de entre 1 milhão e 2 milhões de mortes por ano, e poderia salvar até 500 mil crianças por ano da cegueira. Era a nau capitânia da biotecnologia vegetal.Sete anos depois, a previsão mais otimista é de que serão necessários mais cinco ou seis anos para que o arroz dourado possa ser cultivado comercialmente. A concretização do sonho de Potrykus continua se distanciando.O que deu errado? As promessas eram irreais ou a tecnologia dos transgênicos, como alegam seus oponentes, é falha -devido aos possíveis danos à segurança de seres humanos ou do meio ambiente, ou por ser inadequada para atender as necessidades dos agricultores pobres no mundo em desenvolvimento?A discussão pública de alimentos transgênicos nos meios de comunicação britânicos, e por toda a Europa, reflete uma suspeita persistente em relação aos alimentos transgênicos. Os supermercados exibem avisos de que seus produtos são "livres de transgênicos". As vendas de alimentos orgânicos, promovidos como uma alternativa natural aos produtos da agricultura científica moderna, estão crescendo cerca de 20% ao ano. O público é levado a acreditar que a tecnologia transgênica não é apenas insegura, mas prejudicial ao meio ambiente, e que atende apenas ao lucro das grandes empresas agrícolas. Raramente a percepção pública esteve mais fora de sintonia com os fatos.Na verdade, a natureza da tecnologia de modificação genética dificilmente seria mais perigosa do que a agricultura convencional. Ao longo da toda a história, agricultores buscaram melhorar sua produtividade cruzando plantas com características desejáveis. Mas o cruzamento é uma loteria e suas conseqüências não podem ser facilmente previstas. Pequenas mudanças genéticas que são desejáveis podem ser acompanhadas por outras que são indesejáveis. Podem ser necessárias gerações de cruzamentos para eliminação das características indesejáveis. O processo é, portanto, não apenas imprevisível, mas lento e caro, e pode ser ainda mais arriscado.Um dos métodos-padrão mais eficazes de reprodução para obtenção de melhores plantas cultiváveis é bombardear as sementes e plantas com raios gama para alterar seu DNA, causando mutações, sendo que algumas podem ser selecionadas por possuírem características desejadas. (Por acaso, os agricultores orgânicos, em seu desejo de evitar produtos químicos artificiais, são ainda mais dependentes do que os agricultores convencionais de variedades de plantas geradas por irradiação.)A irradiação altera tanto a estrutura dos cromossomos quanto a seqüência do genoma de forma aleatória. Além disso, não há exigência legal de testar tais produtos irradiados seja pelos efeitos à saúde ou pelo que possam causar ao meio ambiente. Em comparação, a modificação genética em laboratório introduz um gene ou genes bem caracterizados em um genótipo estabelecido sem grande perturbação. O que tal modificação faz é o mesmo que o cruzamento de plantas sempre fez, mas de forma mais rápida e precisa. Os oponentes freqüentemente argumentam que a tecnologia de engenharia genética é diferente por poder transferir genes entre espécies. Mas novamente, isto não é novo, já que ao longo da evolução genes foram transferidos entre espécies naturalmente. Este é o motivo para a existência de tamanha diversidade de vida vegetal.Além disso, aqueles que são contrários à modificação genética na agricultura freqüentemente abraçam a tecnologia na medicina. A insulina humana usada no tratamento da diabete, por exemplo, é modificada geneticamente: o gene humano responsável pela insulina foi transferido para bactérias e levedo, um processo que envolve o cruzamento da barreira entre espécies. Segundo que raciocínio a tecnologia pode ser segura e ética quando salva vidas em tratamento médico, mas não quando usada para tornar plantas resistentes a pragas visando salvar pessoas da fome?A história do arroz dourado de Potrykus sugere uma explicação. O desenvolvimento do produto em si foi um grande feito científico. Um gene de bactéria somado a dois genes de narciso foram inseridos no arroz para fazê-lo sintetizar o micronutriente "betacaroteno", que quando ingerido é convertido em vitamina A. Este processo levou 10 anos. Muitos outros anos foram gastos, com a ajuda da Syngenta e outras empresas de biotecnologia, na solução dos problemas de patente para permitir que o arroz dourado pudesse ser disponibilizado para pequenos agricultores sem pagamento de royalties. Então teve início a luta para obtenção de aprovação regulatória.Primeiro, apesar de ter sido aceito até mesmo pelos contrários à tecnologia que a presença do betacaroteno no grão de arroz não apresenta nenhum risco possível ao meio ambiente, nenhum campo de teste de pequena escala seria permitido. Assim, todo o arroz dourado deveria ser plantado em estufas -um processo que exige três anos. Cada planta deveria ser comprovada como sendo produto de uma transferência genética de seu DNA em proporções iguais. Então todas as proteínas deveriam ser extraídas e decompostas, caracterizadas bioquimicamente e sua função confirmada -análises que exigem pelo menos dois anos de trabalho intensivo em laboratório bem equipado.Em seguida, experiências de alimentação com roedores seriam exigidas, apesar da maioria das pessoas já ter comido alegremente estes genes -e as proteínas pelas quais são responsáveis- de outras fontes ao longo de suas vidas, e apesar das proteínas produzidas pelos genes do narciso não terem relação a qualquer toxina ou alérgeno. Nenhum risco hipotético por menor que fosse deveria permanecer não testado.Por que uma tecnologia com tanto a contribuir é impedida por regulamentações que não fazem sentido? Parte da culpa está no grande agronegócio. Ele inicialmente apreciou a regulamentação elaborada para desencorajar a concorrência de pequenas empresas incapazes de arcar com os custos. De fato, eles resistiram com sucesso a todas as tentativas dos conselheiros no governo Reagan de regular cada nova planta transgênica simplesmente como novo produto, em vez de pelo processo pelo qual foi derivada -uma abordagem que trataria as culturas transgênicas e convencionais de forma semelhante e faria mais sentido científico.Apesar da regulamentação rígida ter sido apoiada por alguns defensores dos transgênicos, que acreditavam que ela tranqüilizaria o público, ela teve o feito oposto. Se os governos parecem achar que é necessária extrema cautela, o público concluirá que a tecnologia deve ser perigosa.Mas a principal força por trás da regulação excessiva dos transgênicos é o culto da "volta à natureza", que também inspirou a propaganda contra a biotecnologia agrícola como um todo. Este culto tem muitas manifestações. Uma é a popularidade da agricultura orgânica, que se baseia no falso princípio de que produtos químicos artificiais são ruins e produtos químicos naturais são bons.Outra é a crescente moda por medicina alternativa, não comprovada. Os oponentes dogmáticos dos transgênicos na Europa acreditam que a interferência na composição genética das plantas é basicamente uma questão moral. Ela deve ser condenada como parte da tentativa pecaminosa da humanidade de controlar a natureza, que contribuiu para o aquecimento global, epidemias de câncer e todas as pragas da vida moderna.Apesar desta corrente de sentimento anticiência, há motivo para esperança. Neste ano, o então secretário britânico do meio ambiente, David Miliband, anunciou que não há evidência de que alimento orgânico é mais nutritivo do que alimento cultivado de forma convencional. Em princípio, o governo britânico se declarou pronto para autorizar o cultivo de transgênicos e apoiou sua promoção na Europa.Além disso, há sinais significativos de mudança em vários países europeus. A Espanha cultiva com sucesso milho transgênico há alguns anos. Na França, o número de hectares dedicados ao plantio de transgênicos aumentou de 500 para 50 mil em três anos. Mas o mais importante é a rápida disseminação de transgênicos na Índia e na China. Os chineses já estão à frente no teste de novas linhagens de arroz transgênico que poderão beneficiar 250 milhões de agricultores. A Índia não está muito atrás e defende um regime regulatório brando.Há pouca dúvida de que com o tempo os transgênicos serão aceitos mundialmente, mesmo na Europa. Mas ao adiar o cultivo, os lobbies antitransgênicos foram responsáveis por um custo pesado. Sua oposição minou o agronegócio na Europa e empurrou para o exterior grande parte da pesquisa de biotecnologia vegetal. A regulação excessiva pode tornar os custos da tecnologia mais altos do que o necessário. Acima de tudo, o atraso causou a perda desnecessária de milhões de vidas no mundo em desenvolvimento. Estes lobbies e seus amigos no movimento orgânico têm muito pelo que responder.*Dick Taverne é autor de "The March of Unreason: Science, Democracy and the New Fundamentalism".

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

LUIS PAULO LUPPA - O VENDEDOR PIT BULL

Entrevista
Viviane Macedo O título que hoje é sinônimo de agressividade e eficiência em vendas começou por causa do apelido dado ao jovem pelos seus colegas de empresa: "Solta o pit bull porque ele morde, ele resolve, ele faz, ele acontece"। Luis Paulo Luppa aproveitou todo o sucesso que obteve em sua carreira na área de vendas, construída em grandes empresas nacionais e multinacionais, para ensinar a vendedores e empresários os segredos do Vendedor Pit Bull – um conceito fundado e difundido por esse carioca que se formou em Direito por influência do pai e jamais se dedicou à profissão de advogado, pois seguiu seu talento e explorou todo o potencial que tem para a área de vendas। Em entrevista exclusiva ao

Jornal Carreira & Sucesso, Luppa fala sobre sua trajetória, a atuação como palestrante e escritor e explica mais sobre o conceito de Vendedor Pit Bull. Jornal Carreira & Sucesso: Como você começou sua carreira na área de vendas? Luis Paulo Luppa: Eu nasci e fui criado no Rio de Janeiro. Meu pai é um advogado muito bem-sucedido e famoso lá. E eu, muito influenciado por isso, resolvi estudar Direito. Quando eu estava para entrar na faculdade, com 16 para 17 anos, eu comecei a trabalhar numa loja, como vendedor de perfumes, mas depois que comecei o curso acabei saindo da loja e fui trabalhar no escritório do meu pai. Três meses depois de formado, para desespero dele, resolvi não ser advogado. Saí do escritório e fui fazer uma pós-graduação em Marketing, para recomeçar mesmo - queria me descobrir. Quando eu estava, praticamente, no final do curso, um dos meus professores me levou para fazer entrevista numa empresa, e foi assim que eu arrumei meu primeiro emprego. Era uma empresa chamada IBF, eu tinha 21 anos e fui contratado como vendedor viajante. Eu passava 45 dias fora de casa, ia para Porto Velho e de lá fazia um circuito Norte e Nordeste parando em Salvador (BA). Eu vendia produtos de artes gráficas, e gráfica é uma coisa que tem em qualquer lugar do Brasil, então não é fácil vender. Sem contar que trabalhava sempre com um supervisor cobrando. Mas isso foi bom e eu comecei a evoluir: virei supervisor de vendas, depois gerente regional de vendas, fui morar no Sul. Depois de gerente regional de vendas do Nordeste, vim para São Paulo assumir a gerência nacional de vendas. Eu, com 24 anos, tinha 180 vendedores embaixo de mim, uma filial em cada Estado. Então as coisas aconteceram de uma forma muito meteórica na minha carreira. Eu credito isso não ao fato de estar preparado com 24 anos de idade, mas quando eu era gerente nacional da IBF, aos 24 anos, eu batia a meta todo mês, a empresa vendia o que precisava vender. E aí começou essa brincadeira do "pit bull" comigo. Apelidaram-me de pit bull em função disso: "pô, solta o pit bull porque ele morde, ele resolve, ele faz, ele acontece." E o pit bull é um cachorro extremamente disciplinado e extremamente determinado; é um cachorro que adora trabalhar - tanto é que usam o cachorro para brigar. Então, o cachorro que é disciplinado, determinado, adora trabalhar e cumpre aquilo que mandam ele fazer, com 85% de músculos no corpo, é uma arma. C&S: E daí que surgiu o nome – O Vendedor Pit Bull? Luppa:Tem um pouco disso, de todos falarem que eu era um pit bull das vendas, que se me dessem 100 eu vendia 120. Mas também tem muito a ver com a genética da raça. Quando você pega o vendedor e não dá atenção, ele não vende. Quando você joga um vendedor na rua e não dá treinamento, ele não dá resultado. Quando você pega um pit bull e manda ele atacar, ele mata. Quando você pega um vendedor e treina, ele te dá muito dinheiro. Quando você pega um pit bull e manda ele trabalhar a seu favor, ele é ótimo porque ele é extremamente disciplinado e determinado. Então imagine um vendedor disciplinado e determinado, ele se torna um pit bull. C&S: E depois da IBF? Luppa: Eu saí da IBF e fui ser diretor-superintendente de uma holding de papéis. Eram sete indústrias de papéis, reunidas numa holding chamada Filiperson. Aí recebi uma proposta para dirigir a área de Marketing de um grande atacadista- distribuidor, que é a Zamboni, que hoje é a sétima maior do Brasil. Eu fui morar no interior de Minas, que é onde ficam todos os atacadistas. Nessa época eu já era professor do curso de pós-graduação em Marketing. Eu dei aula durante 4 anos em pós-graduação na Universidade da Cidade do Rio de Janeiro, quando parei para ir para Minas Gerais. A gente atendia 15 mil pontos de venda, foi uma experiência fantástica. Nesse meio tempo estava chegando ao Brasil a IGA – International Grocery Alliance, a segunda maior rede de supermercados do mundo, uma empresa que fatura mais de US$ 20 bilhões por ano e atua em 25 países, com mais de 5 mil lojas de supermercados. E esse sistema da IGA no mundo inteiro funciona da seguinte forma: ele vem para o interior de todos os países e nomeia distribuidores atacadistas do país para abastecer todas as suas lojas, então ela não compra da indústria, ela só compra da indústria que não tem distribuição. E aí, quando a IGA veio para o Brasil, a minha missão na Zamboni era que ela fosse um desses atacadistas a estar no grupo, e fomos bem-sucedidos nisso. E quando a IGA veio se estabelecer no Brasil, em 1995, como costuma fazer em todos os países, precisava eleger um diretor-geral. E eles me convidaram para esse cargo. Junto com essa posição, eu ganhei um curso numa universidade nos Estados Unidos e eu fui estudar em Oklahoma, onde existe a única universidade de varejo do mundo. Formei-me em varejo e comecei a atuar por toda a América do Sul para implantar a IGA. Eu tinha que viajar muito: ia para os Estados Unidos a cada dez dias, fui para Colômbia, para a Ásia, para diversos lugares do mundo inteiro. Conheci a minha esposa, uma norueguesa que morava aqui em São Paulo. Apaixonei-me, queria casar, mas viajava demais. Recebi uma proposta para ir morar no México para ser o vice-presidente da América Latina, mas não aceitei. Eu me desliguei da empresa e automaticamente recebi um convite para dirigir a Companhia Melhoramentos de São Paulo, como diretor comercial. Lá eu conheci grandes autores e me identifiquei muito com o produto livro. Fui eu, por exemplo, que lancei a venda de livros em supermercados. Livro só tinha em livrarias, fui eu que fiz a primeira venda de livros para supermercado, e hoje é um negócio de US$ 8 milhões por ano. Apaixonei-me muito por isso, pelas coisas que fazia lá. Mas, por intermediação da Disney, eu saí de lá para assumir a vice-presidência da América Latina da maior empresa de produtos de artigos de festa, o Grupo Regina. Ela estava começando a atuar na América Latina, e lá eu encerrei minha carreira como executivo. C&S: O que foi fazer depois de encerrar sua carreira como executivo? Luppa: Bom, como eu tinha opção de compra de empresa, comprei duas indústrias de velas. Lancei a vela do Padre Marcelo e o conceito de vela aromatizada no Brasil - não existia, a primeira fábrica de velas perfumadas no Brasil foi a minha, com máquinas com produção (só existia produção caseira). Resultado: viramos líderes absolutos em todos os supermercados do Brasil, a venda era estrondosa, a fábrica rodava 24 horas por dia. Veio um grande fabricante de velas brancas, um dos 3 maiores do Brasil, e comprou a empresa. C&S: E o que fez depois da vender as fábricas? Luppa: Resolvi fazer a coisa que eu mais gostava, que era lidar com livros. Achei que era uma forma de ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, contribuir socialmente. Acho que não existe outra maneira de mudar o país senão pela revolução da educação. E com aquele negócio de missão na cabeça, e também por gostar muito de livros, montei uma editora junto com mais duas pessoas. C&S: E como você começou a escrever? Luppa: Foi engraçado. Eu estava trabalhando um dia e, do nada, a minha sócia virou pra mim e disse que eu tinha uma história tão bacana, que as pessoas gostavam tanto de me ouvir, que eu tinha tanto conhecimento em vendas, porque eu não escrevia um livro. Aí eu achei graça, e falei para ela que eu era vendedor, e não escritor, que eu não sabia fazer isso. Mas fiquei com aquilo que ela disse na cabeça. Fui para casa pensando: "como será que é escrever um livro?" Cheguei em casa, abri o meu notebook - era uma quinta-feira, 8 horas da noite – e comecei escrever, só parei às 3 e meia da manhã. Naquele momento, eu descobri que Deus estava me emprestando um dom que eu não sabia que ele tinha me emprestado. E em 8 dias o livro estava pronto. Contratei pessoas para fazer a foto e coloquei o bicho na capa do livro: "O Vendedor Pit Bull – O profissional indispensável para sua empresa". Levei para minha sócia ver e ela não acreditava, mas quando viu o livro disse que não ia vender, que ninguém ia comprar um livro escrito "Vendedor Pit Bull" e com um cachorro bravo na capa. Eu ouvi o que ela disse, mas não ia desistir. Agora que eu estava empolgado com a história do livro, ia continuar. Qualquer título que a gente roda é uma média de 3 a 5 mil exemplares, mas a minha sócia sugeriu que rodássemos mil. Eu não quis, rodei 2 mil, porque eu tenho muitos amigos - se ninguém comprasse, eu compraria e daria para os meus amigos. C&S: Como aconteceu o processo de venda para livrarias? Luppa: Peguei meu livro, fui até um diretor da Saraiva, que por sinal é muito meu amigo, falei para ele que estava lançando um livro e que ele era a primeira pessoa a receber. Mas a reação dele não foi como eu esperava. Ele me disse que aquilo não tinha nada a ver com vendas e que não ia vender, Mas, por ser meu amigo, ele ia ficar com 200 cópias. Não gostei e fui ligar para o diretor da Siciliano. Conversei com ele e disse que precisava encontrá-lo naquele mesmo dia. Quando nos encontramos, fui com o mesmo discurso. Na hora que ele pegou o livro nas mãos, ele disse que ia ser um sucesso, que ia vender muito. Mas isso é uma particularidade do livro, não existe ninguém neste mundo capaz de pegar um livro e dizer se vai vender ou não. Ele me pediu 2 mil, eu expliquei que já tinha vendido 200 para a Saraiva, então ele quis os 1800. E aí começou a história do Vendedor Pit Bull. Com um mês, o livro já tinha vendido 2 mil exemplares e começou entrar nas listas de best-sellers. Ele foi lançado em fevereiro de 2005; hoje temos mais de 350 mil exemplares vendidos. O livro está em 27 países. Eu já estou no meu 12º livro. C&S: Você imaginava que o livro "O Vendedor Pit Bull" faria esse sucesso? Luppa: Não, só minha mãe acreditava (risos). Eu, como vendedor que sou, sempre acredito nas coisas que eu faço, mas jamais poderia imaginar que o livro ia atingir o que atingiu. Imagine: eu cheguei no Japão e havia cerca de 60 pessoas no aeroporto me esperando com a camiseta do pit bull. Hoje, quando um vendedor quer dizer que é bom, que tem sucesso no que faz, ele fala que é um vendedor pit bull. Então, eu jamais poderia imaginar a proporção que isso teria. Hoje nós temos uma estrutura para cuidar disso: há uma empresa de treinamento e assessoria, que presta serviço de coaching para presidentes de grandes organizações, eu faço coaching com presidentes que não vieram da área de vendas. Hoje eu sou contratado para contratar diretores, gerentes e vendedores. Eu desenvolvo o perfil que a empresa precisa, depois faço dinâmicas, exercícios, entrevistas individuais e entrevistas coletivas, tudo isso para que as empresas não errem num profissional que vai cuidar do seu maior patrimônio, que é o cliente. Então, o vendedor pit bull despertou nas organizações uma preocupação muito grande com a área de vendas, porque não adianta ter o melhor produto, ter qualidade e tecnologia se não houver gente preparada para vender.
C&S: O que é ser um vendedor Pit Bull?
Luppa: O vendedor pit bull é um profissional de vendas. Ele não é um artesão, ele é um cirurgião, é diferente. O vendedor pit bull é aquele que sabe como planejar e administrar vendas, sabe como fazer abordagem no cliente. É o vendedor que é preparado tecnicamente: é muito bom em prospectar clientes, é muito bom em estabelecer as necessidades dos clientes, é um excepcional negociador e é muito bom em fechamento de vendas. Então, venda é um negócio muito técnico, é um processo. O vendedor pit bull é o cara que domina o processo de vendas, que é constituído por pré-venda, venda e pré-venda da próxima venda. Esse é o estilo pit bull de ser. Nunca pós-venda – a pós só existe depois que alguma coisa acaba, e a venda nunca termina, a venda é um processo cíclico. Então as fases da venda são dominadas pelo vendedor pit bull. O vendedor pit bull não vende, o vendedor pit bull ajuda o cliente a comprar. É um cara muito preparado e muito bem postado naquilo que ele se propõe a fazer.

C&S: Qualquer profissional pode ser pit bull?
Luppa: Eu diria que hoje em dia, com o mercado cada vez mais competitivo, você não tem sucesso profissional em nenhuma atividade se não dominar vendas e negociação, porque, o tempo todo, a gente negocia e vende. Por exemplo, um ótimo advogado muitas vezes não sabe negociar com o cliente, não sabe vender a imagem dele. Qualquer profissional deveria ser muito bom em vendas e negociação para ter sucesso. Mas não é qualquer profissional que será um vendedor pit bull, porque isso requer desenvolvimento, capacitação e treinamento. E quando você fala de treinamento e desenvolvimento, as pessoas fazem confusão. Desenvolvimento tem a ver com ser, e treinamento tem a ver com fazer. Você não constrói um vendedor pit bull em alguns meses, é uma carreira que você desenvolve. Saiu no ano passado uma reportagem mostrando que 400 dos 450 principais e mais bem-sucedidos CEOs do mundo vieram da área de vendas. É muito importante que a gente perceba que nada é fruto do acaso. Ninguém nasce nada, o que existe com as pessoas é que todo ser humano tem um talento e o maior desafio do ser humano é descobrir, exercitar e lapidar o seu talento. É exatamente por qualquer um poder vender que alguns estão vendedores e alguns são vendedores.

C&S: Em sua opinião, quais são as características principais para ser e não estar vendedor?
Luppa: Evidentemente que você tem o lado de habilidade e o lado da personalidade. Não adianta você ser um estudioso e dominar vendas se não detém o lado da personalidade. Como você vai ser um excepcional profissional de vendas com timidez? Como você vai ser um excepcional profissional de vendas sem força de trabalho? Como você vai ser um excepcional profissional de vendas sem criatividade? Então, são coisas que vêm da personalidade. Você pode anabolizar, mas se você não tiver, não vai ter o que fazer. O maior defeito das empresas que eu observo hoje é que elas pegam uma pessoa que é fraquinha e treinam muito - um cara que é fraquinho, quando você treina, vira um fraco, você deixa de ter um fraquinho para ter um fraco. As empresas têm de investir nos pontos fortes de cada um, e não ficarem preocupadas com os pontos fracos. É a mesma coisa se um técnico quiser treinar a perna direita do Maradona. Não faz sentido, porque o que ele faz com a esquerda ele faz muito bem. As empresas estão preocupadas em colocar na perna direita, que é o fraco. Então, esse desafio da engenharia humana, da gestão de pessoas, sem sombras de dúvidas, é o desafio do mundo corporativo de hoje.

C&S: Quando e como você começou a palestrar?
Luppa: Desde os 21 anos que eu treino equipe de vendas, mas sempre treinei equipe de vendas das empresas que eu trabalhei. O livro me propiciou uma visibilidade e eu comecei a receber convites para ir falar nas empresas. Então, isso começou de uma maneira muito surpreendente, porque eu nem entendia porque as empresas me chamavam. O livro saiu em fevereiro e em abril eu já fazia seis palestras por mês. De repente isso virou um negócio, e um negócio muito grande, tanto é que hoje eu tenho uma empresa de treinamento que administra a minha agenda de palestras e conferencias. Mas confesso, com a maior humildade, que isso começou com o advento do livro. Ele que abriu todas essas portas e fez com que eu pudesse aflorar esse talento. Minhas palestras têm muito conteúdo, mas é um conteúdo prático, dinâmico, bem-humorado. Nós desenvolvemos e criamos um desenho animado: há um personagem de um pit bull que conversa com as pessoas, eu tenho filmes, eu tenho dinâmicas. Esses treinamentos sempre foram uma coisa maçante, então a minha preocupação é conseguir fazer as pessoas ingerirem conhecimento sorrindo. A receita é levar conteúdo de aplicação imediata, de qualidade, com muito bom humor, de uma maneira que as pessoas tenham vontade de ingerir. Isso é o mais importante.

C&S: A sua graduação em Direito ajudou e ajuda na sua carreira de executivo e empresário?
Luppa: Extremamente. Normalmente, as pessoas que não sabem o que vão fazer optam por Administração. Eu costumo dizer: faça Direito, porque o Direito me deu uma visão muito ampla. Eu aproveito muito, e sem contar que conhecimento nunca é demais. Hoje é diferente, porque há gestão de vendas, há palestrantes, e na minha época não tinha isso. Havia um cara que falava de motivação e no meio do caminho falava de vendas também. Eu acho que hoje um cara que quer se transformar num profissional de vendas tem muitas ferramentas, ótimas revistas, tem portais com conteúdo, tem programas de cursos de gestão, tem MBA, faculdade de Marketing. A pessoa só não se aperfeiçoa hoje se não quiser.

C&S: Você recebeu prêmios importantes em sua carreira – como Prêmio de Melhor Livro de Vendas de 2005 e Prêmio de Personalidade do Ano de RH de 2005. A que você atribui o sucesso e o reconhecimento ao seu trabalho?
Luppa: Em primeiro lugar, a humildade. Eu acho que todas as pessoas me vêem ombro a ombro. Acho que desde que eu comecei, em qualquer evento que eu vou, eu sou o mesmo. Eu sou um dos pouquíssimos palestrantes que não usa gravata. Eu me coloco sempre alinhado com o publico, porque eu sou o vendedor que aplicou o que fala nas palestras. Estou lendo o 17º livro este ano porque eu acho que você não pode parar: é igual uma bicicleta, se você parar, cai. Eu acho que é uma combinação de conteúdo, realidade e muito bom humor. Eu acredito muito nisso, eu acho que as pessoas que acordam de mal com a vida dificilmente terão sucesso. O Brasil é o país do palestrante. Mas, na verdade, se você for escrever, há 50 que podem dizer isso, 20 ganhando dinheiro e 15 no topo. Não tem muito mais que isso, porque o segredo do sucesso nessa profissão é aliar conteúdo à capacidade de as pessoas sorrirem recebendo esse conteúdo. É conteúdo com bom humor, com novidade, com capacidade de prender a atenção das pessoas e a sua capacidade de despertar mudanças.

C&S: Em sua opinião, qual é o fator que definiu o seu sucesso como palestrante?
Luppa: É a capacidade de despertar mudança nas pessoas. Essa é a coisa a que eu mais me dedico, é a coisa que eu mais procuro fazer. Eu não mando ninguém andar em brasa, pular de árvore. Recuso-me a fazer isso, não participo dessas coisas. Detesto quando alguém diz que eu sou palestrante motivacional. Eu não sou nada disso. Eu sou um treinador, eu sou um conferencista e um treinador, um agente de mudanças na área de vendas. Eu sou um especialista na área de vendas, porque vivi, estudei e trabalhei 20 anos nisso. Então acho que o sucesso está aí.

C&S: Quais são seus planos para o futuro?
Luppa: Os meus planos são continuar escrevendo livros, produzindo DVDs e fazendo o que eu acho que não tenho mais como parar de fazer: encontrar cada vez mais com Deus para ele me manter humilde do jeito que eu sou. Eu quero investir muito no meu portal para que as pessoas possam ter acesso a conteúdos que possam mudar a vida delas.

C&S: Você se sente uma pessoa realizada pessoal e profissionalmente?
Luppa: Eu sou muito realizado. Sou bem casado, tenho uma família maravilhosa, tenho muito mais do que eu preciso para viver, tenho uma empresa onde as pessoas são muito felizes, adoram trabalhar, ganham bem, trabalham muito. Eu faço o que eu gosto.

C&S: Vamos fazer um jogo rápido: eu falo uma palavra e você me diz o que vier à sua cabeça:

Paixão: Meus filhos
Passado: Minha mãe
Presente: Minha mulher
Futuro: Meu público
Brasil: Educação
Sucesso: Trabalho
Dinheiro: Conseqüência
Família: Tudo
Sonho: Só na padaria
Vendas: Conhecimento

Cade aprova acordo que acaba com exclusividade da Odebrecht no Madeira

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aprovou nesta segunda-feira o acordo proposto pela Odebrecht que acaba com os contratos de exclusividade firmados entre a construtora e os fornecedores de equipamento para a construção das usinas do rio Madeira.
O conselho decidiu por unanimidade assinar um termo de compromisso no qual a empresa abre mão dos contratos com a General Eletric e outros três fornecedores.
Em troca, o Cade arquivará o processo que investigava se a Odebrecht prejudicou a concorrência ao impedir o acesso de outras empresas aos fornecedores. Se o processo continuasse, a Odebrecht poderia ser condenada a pagar multa de até 30% de seu faturamento anual.
A Odebrecht se comprometeu ainda a encerrar o processo movido por ela na Justiça contra a SDE (Secretaria de Direito Econômico). Desde que a secretaria suspendeu liminarmente os contratos, em setembro, o órgão e a construtora travaram uma briga na Justiça.
Acordo
A assinatura do acordo foi proposta na última sexta-feira pela própria Odebrecht. Segundo nota divulgada pela empresa, a Odebrecht "abre mão de direitos para que o leilão da Usina de Santo Antônio se realize em ambiente de absoluta tranqüilidade e segurança jurídica" e para que a data da licitação não seja adiada.
A Odebrecht se antecipou ao julgamento do Cade, que analisaria hoje a decisão da SDE de suspender os contratos. Pesavam contra a Odebrecht pareceres contrários à exclusividade da SDE e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), além de declarações dos ministros de Minas e Energia, Nelson Hubner, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedindo o fim dos contratos.
De acordo com os cálculos do governo, a manutenção dos acordos de exclusividade poderia aumentar o preço da energia produzida pelas usinas do Madeira e provocar prejuízos ao consumidor de R$ 13,5 bilhões em 30 anos.
Com o fim dos contratos, a General Eletric poderá fornecer equipamentos como turbinas e geradores para outros competidores do leilão das usinas do Madeira. Além disso, as empresas Alstom, VA Tech e Voith Siemens poderão vender equipamentos para outras empresas caso a Odebrecht não vença a disputa. O leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, primeira do rio Madeira a ser licitada, está marcado para o dia 10 de dezembro.

O Riacho

Um riacho da montanha, esquecendo-se de que devia sua água à chuva e a pequenos córregos, resolveu crescer até ficar do tamanho de um rio.
Pôs-se então a atirar-se violentamente de encontro às suas margens, arrancando terra e pedras a fim de alargar seu leito.
Mas quando a chuva acabou a água diminuiu. O pobre riacho viu-se preso entre as pedras que arrancara de suas margens e foi forçado a, com grande esforço, encontrar outro caminho para descer até o vale.
Moral: Quem tudo quer tudo perde.
Leonardo da Vinci