* "Autoelogio não é elogio!"
Quem cresceu na Irlanda, recebia, vindo de todas
as direções, o alerta "autoelogio não é elogio" - de pais, sacerdotes,
professores e amigos. Isso se expandiu, no que era então uma sociedade
emocionalmente repressora, como forma de assegurar de que as pessoas não
assumissem "um comportamento arrogante", ou seja, não se tornassem
muito confiantes ou prepotentes, mas que soubessem o seu lugar na
sociedade e lá permanecessem.
Nessas circunstâncias, regras como essa foram
incorporadas pelas crianças que as ouviram repetidas inúmeras vezes.
Elas se tornaram a verdade – para não serem contestadas nem
questionadas. Também se tornaram nossos próprios padrões. Foi isso que
aconteceu comigo até os meus 16 anos quando me deparei com livros sobre
"o pensamento positivo" de autores como Dale Carnegie e Vincent Norman
Peale. Eles abriram os meus olhos para o que acontecia - e iniciou-se
uma jornada.
Aprenda a duvidar de si mesmo
Grande parte da nossa autoestima baixa é resultado de hábitos incorporados do nosso dia a dia de forma semelhante:
• Você é um inútil - nunca vai ser nada!
• Quem lhe disse que você tem condições de cantar?
• Por que pelo menos dessa vez você não pode fazer isso certo?
• Você não vai sair desse jeito – ou vai?
• Fale só quando alguém lhe dirigir a palavra – criança é para ser olhada e não ouvida!
• Você é um inútil - nunca vai ser nada!
• Quem lhe disse que você tem condições de cantar?
• Por que pelo menos dessa vez você não pode fazer isso certo?
• Você não vai sair desse jeito – ou vai?
• Fale só quando alguém lhe dirigir a palavra – criança é para ser olhada e não ouvida!
A lista é interminável. E essas são somente algumas
das mensagens verbalizadas. A lista não inclui a grande variedade de
mensagens não verbais que nós absorvemos como resultado do modo como
éramos tratados quando crianças e que resultaram nas dúvidas sobre nós
mesmos - e em valorizarmos a opinião das outras pessoas sobre nós e
sobre o nosso desempenho melhor do que nós mesmos julgamos.
Nossa oposição de curta duração
É claro que nós não aceitamos passivamente essas
mensagens nem esse tratamento. No início nos rebelamos e as rejeitamos.
Mas quando você é criança não tem muito poder e muito em breve você
aceita o inevitável – os adultos sabem mais e ceder é mais fácil.
É como a situação do filhote de cachorro brincalhão
que quer correr livremente por todo lado entusiasmado com a vida. Porém,
isso não agrada muito aos donos e assim, ele tem que ser ensinado a
andar na coleira. Inicialmente ele se debate, mas depois de algumas
semanas ele aceita que não tem o direito de fazer o que quer... e,
obediente, faz o que querem que ele faça: a vida é assim - eu sei o meu
lugar.
"O hábito da autoestima baixa"
A maioria de nós passa por um processo de
condicionamento semelhante ao do cachorro. Nos primeiros anos da nossa
vida somos livres e brincalhões. E depois temos que ser ensinados a
diferenciar o certo do errado. Agora, em vez de decidir por nós mesmos,
aprendemos que os outros sabem o que é melhor.
Aí nos envolvemos mais em controlar do que nos
arriscar – e evitamos controlar como estamos agindo, como está a nossa
aparência, será que eles gostaram de nós, isso vai incomodá-los, será
que somos suficientemente bons?
Nós aprendemos a andar na coleira - adquirimos o
hábito da baixa autoestima. E a menos que se faça algo a respeito, esse
hábito nos acompanha a vida toda. E não desaparece à medida que
envelhecemos. Ganhar mais dinheiro não acaba com ele. Nem possuir um
carro maior. Nem remédio ou outras drogas. Nem se destacar nos esportes
ou nos negócios. E nem encontrar um parceiro carinhoso ou ter um monte
de adoráveis crianças.
Tudo isso são compensações ao invés da cura.
A solução
A solução começa ao reconhecermos, de uma forma clara, que ter uma autoestima elevada é um direito nosso.
Nós não nascemos com baixa autoestima. Pense nisso:
um bebê de seis meses de idade não precisa de autoestima, porém 20 ou 50
anos depois ele vai precisar dela – por quê? Porque aprendemos a ter
uma autoestima baixa. Aprendemos a duvidar de nós mesmos e nos comparar
desfavoravelmente com os outros. A autoestima baixa começa com um
processo de condicionamento e depois se torna um hábito - e logo se
torna tão natural que nós aceitamos e/ou acreditamos que "é assim que
nós somos".
No entanto, isso é apenas uma forma habitual de se
pensar. É apenas um programa mental inútil que apanhamos pelo caminho. É
apenas um conjunto de associações neurais que foi usado tantas vezes
que se tornou muito poderoso e que parece "natural".
Esse reconhecimento também não é muito novo. Cerca de
100 anos atrás, o grande escritor norte-americano William James
observava: "Toda a nossa vida... é apenas um aglomerado de hábitos."
Alguns pontos de ação
Então, se a autoestima baixa é apenas um hábito
como podemos substituí-lo por melhores hábitos? A seguir estão alguns
pontos de partida. E uma boa notícia é que eles não exigem esforço -
apenas persistência.
É um hábito: lembre-se continuamente de
que o hábito da autoestima baixa é apenas isso - um hábito de pensar
que você "apanhou" pelo caminho e que se encontra sobre a sua capacidade
natural de se sentir bem consigo mesmo.
Diálogo interno: preste atenção em como
o seu diálogo interno habitual mantém esse hábito. E agora use a
analogia do filhote como vantagem: quando perceber se autossolapando,
recue: "Para com isso. Isso é apenas um velho hábito - do qual não
preciso fugir mais!" (E lembre-se, enquanto você treina um filhote em
algumas semanas, é preciso muito mais persistência com um cachorro
adulto...)
Autodesprezo: ouça as outras formas em
que você se despreza quando está conversando com alguém, como por
exemplo: "Ah, eu sou um bobo... Eu tenho uma cabeça que parece uma
peneira... Eu nunca consigo fazer nada direito," e assim por diante. De
uma maneira persistente, também dê a elas o tratamento do filhote.
Saia da zona de conforto: pelo menos de
vez em quando, faça um leve alongamento - algo que o leve para fora de
sua Zona de Conforto e brevemente na Zona de Alongamento. Fazer algo
diferente é energizante - e dê as boas vindas ao desconforto inicial.
Elogie-se: elogie a si mesmo, com
sinceridade, quando você se alongar e quando rejeitar uma autocrítica
negativa - faça isso em silêncio e certifique-se que o seu tom de voz
interior soa realmente sério.
(Se você já teve algum treinamento minucioso sobre
PNL, sabe que existem algumas técnicas excelentes para lidar com o
hábito incluindo a Negociação das Partes e o poderoso Método
Reimprinting - além de vários métodos que usam o processo da ancoragem).
Tenha objetivos e pontos de verificação
Decida que você está a caminho da liberdade ao se
livrar de um hábito inútil. Reconheça que isso leva tempo para ser
alcançado, mas que cada pequena liberdade melhora a sua vida.
Pense em como será a sua vida daqui a 12 meses, como
resultado do seu programa de substituição de hábito. Faça disso a sua
meta. Agora decida onde você quer estar ao longo do caminho, por
exemplo, daqui a 9 meses, 6 meses, 3 meses, 1 mês, 2 semanas. Esses
serão os seus pontos de verificação – onde você irá avaliar o seu
progresso.
Aprenda com cada revés. Aceite que haverá muitos e
muitos momentos em que o velho hábito vai entrar em campo – afinal de
contas, ele esteve por aí por um bom tempo. Seja gentil com você mesmo
quando escorregar: aprenda com esses momentos para que você se beneficie
deles e depois siga em frente.
* Reg Connolly é Trainer e Master Practitioner de PNL, treinador de administração e de vendas.
O artigo original "The Low Self Esteem Habit" encontra-se no site
The Pegasus NLP Training
Tradução JVF
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