Ou será que é você quem tem feito furos neste barco, chamado “empresa”? Viu alguém fazendo furinhos e achou melhor não dizer nada, para não se comprometer – afinal, você não tem nada a ver com isso? Ou faz parte da maioria, que está remando, remando, mas sem saber pra onde?
Minha reflexão de hoje é :Quais são as razões que levam algumas pessoas a furar o barco aonde estão, a serem coniventes com quem fura ou a perceberem que o barco pode afundar, mas não acham que devem pegar o baldinho para tirar a água, que não é com elas?
A letargia e a omissão são bons antônimos de engajamento. Se você vê o problema e não faz nada de objetivo para eliminá-lo ou minimizá-lo, você faz parte do problema. E só reclamar não é exatamente “fazer alguma coisa”.
Estou terminando um curso chamado Grow to Greatness, com o excelente professor Ed Harris, pela University of Virginia. Este professor afirma que há alguns fatores que contribuem enormemente para que as pessoas se envolvam. Discuti com eles alguns dos que eu percebo na Companhia de Idiomas e chegamos a uma lista interessante.
Primeiro você precisa sentir que está aplicando seus talentos na sua função, área e empresa. Você está? Ou será que seus talentos não foram escondidos por você mesmo, para ficar aí, em sua zona de conforto, fazendo o que sempre fez, exatamente como foi treinado? Pense nisso, pois muitas vezes somos nós que evitamos os desafios por medo de não sermos “perfeitos” – e depois reclamamos que a empresa não nos dá uma chance.
O envolvimento também se dá quando você sente que está se preparando para algo maior que a sua função atual. Quando você sabe que há mais desafios e posições a almejar em sua empresa, isso é altamente envolvente. Mas não adianta querer colher sem plantar. Como disse Jean Molière: “é comprida a estrada que vai da intenção à execução”. Querer é fazer, então prepare-se hoje para aquilo que quer ser amanhã.
Também sabemos que o grau de envolvimento de um colaborador com sua empresa está diretamente relacionado à forma como ele é tratado por seus pares e líderes. Se ele se sente importante para o negócio, ele age como dono. Se ele é quase invisível, seu comprometimento é baixo. E você? Como trata seus pares, líderes e liderados? Lembre-se de que o descaso é o pior dos castigos. A indiferença (e não o ódio) é o oposto do amor.
Por outro lado, o relacionamento, clima organizacional e ambiente até podem ser “como uma família”. Mas a busca por aperfeiçoamento, alta performance, qualidade e crescimento tem de ser contínua. O feedback tem de ser frequente e sem melindres – sem omissão, sem agressividade. Eis um segredo do barco sem furos ou sabotadores: todos estão cantando e remando muito, na mesma direção, claro.
Este artigo não é para aquele tipo de profissional que quer apenas “estabilidade no emprego” (isso ainda existe?). É para aqueles que já entenderam que, para se manterem no mercado de trabalho, terão de se envolver e se comprometer: com seus sonhos, com sua disciplina para fazer o que é necessário, com a empresa, com seus líderes e pares, com suas funções no dia a dia, com aquele lado de você que quer realizar.
Então hoje é dia de pensar se você, quase sempre, adora estar no barco em que está, e se remar é prazeroso, mesmo que cansativo. Se a resposta for “não” ou “quase nunca” , inicie agora seu plano de voo, porque você pode estar fazendo furinhos inconscientemente para este barco afundar. A água entra e, pior, você está dentro. Melhor ir remar em outro barco.
Sem envolvimento, sem paixão, sem busca constante por desenvolvimento pessoal e profissional, sem disciplina para o que se quer, a gente vai se tornando mediano, e aí o tempo e a rotina se encarregam de nos deixar medíocres. É… ter sorte dá muito trabalho!
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