terça-feira, 4 de junho de 2013

A Caridade

O que é a caridade? É a maior de todas as virtudes.
Mórmon nos diz: “Portanto, apegai-vos à caridade, que é, de todas, a maior (...) é o puro amor de Cristo”. A caridade vem de dentro do coração. Quando temos caridade, enchemo-nos de sentimentos bons por todas as pessoas. Podemos observar algumas características que se fazem presentes naqueles que são possuidores dessa virtude:

Bondade. É a capacidade de continuar dando amor, mesmo quando nos sentimos sós, magoados ou frustrados. A pessoa bondosa é compreensiva e gentil com as outras. Tem consideração pelos sentimentos alheios, é capaz de perdoar as fraquezas e faltas alheias. Possui uma natureza solícita, seja com os idosos ou os jovens, com os pouco favorecidos, ou os mais favorecidos. Até com os animais tem uma atitude de gentileza!
Não tem inveja. O Senhor ordenou “que (…) não [tenhamos] inveja”. (2 Néfi 26:32) Todos os dias, enfrentamos situações nas quais podemos invejar ou mesmo cobiçar alguma coisa que outra pessoa possui. Talvez invejemos sua casa, a boa condição financeira, talentos, habilidades, posição, ou até mesmo a vida familiar. Essa inveja pode consumir nossa alma. Se percebermos que estamos invejando algo ou alguma coisa, devemos buscar a ajuda de nosso Pai Celestial. Em Sua misericórdia, Ele nos abençoará com a capacidade de superarmos o poder destrutivo da inveja, e de nos alegrarmos com as bênçãos e oportunidades a nós concedidas.
Procura a retidão sem sentir orgulho. O Presidente Ezra Taft Benson disse: “O orgulho é, essencialmente, encarar a vida com atitude de ‘minha vontade’ em lugar de ‘Tua vontade’”. Mas existem outras formas de orgulho. Uma delas é quando aceitamos reconhecimento por algo que não fizemos. Outra ocorre quando alguém culpa a Deus, quando as coisas vão mal em sua vida, mas atribui crédito a si mesmo, quando as coisas vão bem, ignorando o fato de que seus talentos, habilidades e bens materiais são dádivas de Deus.
Exemplo positivo. Todos nós temos oportunidade de ser bons exemplos: em casa, no trabalho, na escola, em nossa vizinhança ou na comunidade. Dar um bom exemplo significa também amar e respeitar os outros, tendo tolerância por suas crenças e respeito por seus sentimentos, opiniões, bens e seu tempo. Esse respeito demonstra que estamos preocupados com o próximo. A maneira como tratamos as pessoas mostra quem somos e em quê acreditamos. Pode ser um grande desafio amar outras pessoas, especialmente se elas nos magoam ou maltratam. O respeito e a tolerância andam de mãos dadas com a reverência pela própria vida. Podemos honrar e respeitar todos os filhos de Deus, assim como todas as Suas criações.
Evita a ira e a contenda. Muitos de nós às vezes nos sentimos frustrados ou impacientes; mas quando externamos esses sentimentos, zangando-nos com alguém, ofendemos o Espírito. Embora muitos de nós não tenhamos de enfrentar grandes perseguições, freqüentemente somos “provocados” por coisas pequenas. Rudeza, desobediência, espera, discórdias, decepções e expectativas frustradas podem irritarnos, especialmente se estivermos cansados, doentes ou com pressa. Nessas ocasiões, nosso primeiro sentimento pode ser de raiva. Podemos concentrar-nos em como controlar nossa raiva ou impaciência. Uma coisa que ajuda é respirar bem fundo, contar até dez, parar e pensar por um momento, antes de falar. Isso sempre funciona. A oração e o arrependimento curam igualmente nosso espírito, enchendo nosso coração de amor, quando buscamos ser mais semelhantes ao Salvador.
Virtude em pensamentos. Como distinguir os bons pensamentos dos maus? Morôni nos ensina que: “Aquilo que é de Deus convida e impele a fazer o bem continuamente; portanto, tudo o que convida e impele a fazer o bem e a amar a Deus e a servi-lo, é inspirado por Deus”. (Morôni 7:13) Para desenvolver a pureza mental, precisamos fazer mais do que rejeitar ou evitar pensamentos maus, negativos ou impuros. Precisamos também aprender a ter pensamentos virtuosos. As escrituras nos orientam na escolha daquilo em que devemos pensar: “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, (...) nisso pensai”. (Filipenses 4:8)
À medida que aprendermos a ter pensamentos virtuosos, nossa vida se encherá de virtude, e nos tornaremos mais semelhantes a Cristo.

Amor à verdade. Em D&C 93:37 lemos: “A luz e a verdade rejeitam o ser maligno”. Deuteronômio 32:4 nos diz que Deus é “a verdade e não há nele injustiça”. Quando a iniqüidade floresce, a verdade morre; quando a verdade floresce, a iniqüidade perde o poder. Para buscar a verdade e evitar a iniqüidade, devemos examinar nossas ações do dia-a-dia, como por exemplo, assistir a imagens de iniqüidade na televisão ou no cinema, ou procurá-las em livros e revistas.
A crítica também pode ser uma forma de iniqüidade. Podemos fazer muito para ressaltar a verdade que cada um de nós faz parte da família de Deus e, como tal, merece respeito e necessita de bondade. Quando elogiamos mais freqüentemente, quando oramos reconhecendo as contribuições individuais, mesmo que pequenas, podemos nos tornar mais positivos e menos críticos. O hábito de falar mal ou comentar os pecados ou imperfeições de outras pessoas afasta-nos de Deus e pode até mesmo nos impedir de amar e ter amizade por aqueles que mais precisam de amor e amizade. Quando buscamos a verdade, aprendemos a sentir caridade por todos os nossos irmãos e irmãs.
Compaixão, humildade, coragem e fé. Vivemos num tempo em que, como o Senhor predisse, o coração dos homens falharia, não só fisicamente, mas em espírito. Satanás está se esforçando cada vez mais para vencer os santos, instilandolhes desespero, desânimo, desalento e depressão, comentou o Presidente Benson na A Liahona de março de 1987, “Não Se Desespere”, p. 2. Não devemos ser sobrepujados por nossas provações. Elas, de fato,
podem ensinar-nos humildade, fé, coragem e compaixão, ajudandonos, no final das contas, a nos tornar mais semelhantes a Cristo. É necessário ter muita fé para perseverar até o fim, e confiar no Senhor, apesar das dores, do desânimo, sofrimento ou perseguição. A caridade é o coração do Evangelho. Aprender a ser como o Salvador deve ser nosso principal objetivo.

Desenvolver um amor cristão exige tempo e paciência. Em nossa tentativa de desenvolver a caridade, o exemplo do Salvador pode nos dar orientação. Seu amor não conhece restrições. Ele observou as necessidades dos outros e os alimentou, curou, confortou, e abençoou. Em Seu grande amor por nós, expiou pelos pecados do mundo todo, tornando a imortalidade e a vida eterna possível para cada um de nós. De todos os atributos da divindade, a caridade é o que devemos buscar com maior fervor. A caridade é mais que amor, muito mais; é um amor eterno, perfeito, o puro amor de Cristo, que perdura para sempre. Que possamos ser motivados por esse amor em nossas ações diárias, é o meu desejo e minha busca, que compartilho com meus amigos e irmãos em Cristo.
 
 

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