O que constatamos dia a dia, com muita tristeza, é retratado numa pesquisa realizada nesta semana : apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas.
Ladeira abaixo, o mesmo levantamento conclui que 38% dos brasileiros com ensino superior têm nível insuficiente em leitura e escrita.
Todo santo dia, deparamos com os chamados analfabetos funcionais, indivíduos que não conseguem interpretar textos ou escrever de forma inteligível alguns parágrafos.
Vou citar como exemplo minha área de atuação. No jornal onde eu trabalhava até recentemente, convivíamos com um silencioso absurdo: jovens que saem de faculdades de jornalismo sem saber ler e escrever!!!
Além de não conseguirem desenvolver um texto com os mínimos requisitos que atestam a alfabetização ainda escrevem palavras comuns com erros imperdoáveis.
Essas deficiências se esparramam por todas as áreas. Há uma carência de leitura inclassificável. As pessoas, em sua maioria, tem ojeriza de palavras que não sejam gírias e palavrões.
A escola faz o enorme favor de gerar nos jovens a aversão à leitura, condição indispensável para o desenvolvimento do raciocício e da escrita.
Essa situação afunda o país. Volta e meia, lemos nas seções de economia dos jornais que o Brasil tem carência de profissionais especializados em tais e tais áreas.
No caso do analfabetismo o prejuízo é maior. Propicia por exemplo que uma nação inteira seja enganada cotidianamente pelos políticos. Sem condições de raciocinar por si mesmas, as pessoas são presas fáceis do raciocínio dos outros.
Um exemplo recente aconteceu no Senado. Demóstenes (ex-DEM-GO), cassado por ser contínuo (office-boy) do bicheiro Carlinhos Cachoeira, fez um discurso que sensibilizaria quem não tem condições de formular suas próprias ideias e opiniões.
Salvo as raríssimas exceções de sempre. Não é à toa que o Brasil está deste jeito. Sem massa crítica, os políticos fazem o querem para assaltar o Erário e fica tudo por isso mesmo.
E um detalhe cruel: quem é analfabeto ou analfabeto funcional não está em condições de entender o que está à sua volta, o que configura uma das maiores covardias. Está numa batalha sem nenhuma condição de se defender.
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