Uma mente ociosa é como um terreno baldio, acaba por servir de depósito para todo tipo de lixo...
"Evolução não é perfeição, mas, antes disso, uma evidência de imperfeição..."
Simplicidade não significa ingenuidade, nem pobreza, nem humildade, nem qualquer outra coisa, trata-se apenas da capacidade de ver as coisas, como elas, de verdade, são...
Imagine uma coisa perfeita, aquela que finalmente atingisse sua plenitude existencial, o seu ponto de chegada, de onde não mais precisasse progredir em nenhuma direção, de onde mais nenhum atributo, qualidade ou funcionalidade existente no universo, lhe pudesse ser acrescentada.
Seria perfeito sem dúvida, mas, teria motivo para existir?
Por que algo é criado senão por um motivo? Sem motivo, haveria razão para a existência de alguma coisa?
Qual a razão de criarmos um abrigo se não nos sentimos desabrigados? Há diferença entre o motivo e a coisa criada? O simples fato de existir uma coisa, qualquer que seja, já não é o seu motivo existencial?
Um mundo perfeito só poderia ser feito por indivíduos perfeitos, mas, o fato de existirem os indivíduos já não sugere que eles estão inacabados? Algo já concluído, finalizado, sem mais espaço para aperfeiçoamentos, sem mais nenhum ponto a ser corrigido, qual seria sua função dentro da progressão existencial; qual seria a razão da sua existência? O que poderiam experimentar que não já o tivessem feito antes, à exaustão?
Supondo a semente perfeita, logo, numa situação de tal natureza, ela não mais poderia deixar de ser semente. Deixando de ser semente estaria se transformando em outra coisa. Isso que dizer que não poderia germinar e se transformar em árvore, ou ser triturada e transformada em alimento, pois, nas duas situações deixaria de ser semente.
Mas, permanecendo para sempre semente, sem mudar em nada sua natureza, ou estrutura, perderia sua utilidade, como semente. Até que poderia ser usada para outro fim, não natural, como servir de amostra inerte. Mas, qual a função original da árvore ao gerar sua semente senão o de multiplicar-se, ou transformar-se em fonte de energia para o que quer que seja? Sem essa função, teria a semente, para os processos da natureza, alguma utilidade?
Uma criança não pode permanecer criança, isso não é possível, pois há uma natural e permanente transformação em sua fisiologia. Ela crescerá, e à revelia de sua vontade, se tornará adulta. Não depende dela, ela já nasceu com essa proposta, não caberá a ela escolher. Nasceu para se modificar e não para ficar estática. Nascer já representa uma transformação de si mesmo, uma vez que deixou de ser um óvulo latente, ou simples embrião, para se tornar criança.
Nasce porque ainda não está completa, completou apenas um estágio. Como um processo em andamento, ainda não está acabada, finalizada, ou esgotou toda e qualquer possibilidade de transformação. Fosse assim sequer poderia ter nascido, uma vez que o próprio nascer já representa uma transformação, deixou de ser um óvulo fecundado e se tornou um ente vivo.
E eis a regra da natureza de todas as coisas, a transformação, não voluntária, mas involuntária. Não há como evitar, não depende de nós, trata-se de um processo natural, ocorre sem depender de opiniões, ou conceitos, ou tratados sociais, ou crenças religiosas, ou de protocolos científicos.
Se algo existe para se modificar, pela lógica, está em processo de aperfeiçoamento, ou não precisaria mais de retoque algum. Nasceria estático, não nasceria. Sendo o processo de nascimento, em si, uma transformação, aquilo que é por natureza estático, não poderia nascer. Isso seria uma violação da sua condição de estático, de coisa inerte.
E o fato é que, nada que exista é perfeito, pelo menos não segundo o que para nós significa o termo. Para nós, perfeito quer significar bem feito, sem falhas, sempre em comparação com o nosso ideal de perfeição. Nosso ideal não pode servir de modelo, uma vez que somos incompletos, imperfeitos, falhos. Assim, nosso modelo de perfeição ainda é imperfeito, nele sempre caberão mais e mais aperfeiçoamentos e ajustes.
Perfeita seria a intocável lei das mudanças, da permanente transformação de tudo que há. Imperfeito para sempre seria o objeto sobre o qual essa lei atua. Mas imperfeito não quer dizer mal feito, antes disso, seria mais adequado chamá-lo de parcialmente feito, ou incompleto. Existe para se modificar, não sabemos até quando, não sabemos o porquê, apenas sabemos, ou melhor, podemos evidenciar que é assim.
Seria perfeito sem dúvida, mas, teria motivo para existir?
Por que algo é criado senão por um motivo? Sem motivo, haveria razão para a existência de alguma coisa?
Qual a razão de criarmos um abrigo se não nos sentimos desabrigados? Há diferença entre o motivo e a coisa criada? O simples fato de existir uma coisa, qualquer que seja, já não é o seu motivo existencial?
Um mundo perfeito só poderia ser feito por indivíduos perfeitos, mas, o fato de existirem os indivíduos já não sugere que eles estão inacabados? Algo já concluído, finalizado, sem mais espaço para aperfeiçoamentos, sem mais nenhum ponto a ser corrigido, qual seria sua função dentro da progressão existencial; qual seria a razão da sua existência? O que poderiam experimentar que não já o tivessem feito antes, à exaustão?
Supondo a semente perfeita, logo, numa situação de tal natureza, ela não mais poderia deixar de ser semente. Deixando de ser semente estaria se transformando em outra coisa. Isso que dizer que não poderia germinar e se transformar em árvore, ou ser triturada e transformada em alimento, pois, nas duas situações deixaria de ser semente.
Mas, permanecendo para sempre semente, sem mudar em nada sua natureza, ou estrutura, perderia sua utilidade, como semente. Até que poderia ser usada para outro fim, não natural, como servir de amostra inerte. Mas, qual a função original da árvore ao gerar sua semente senão o de multiplicar-se, ou transformar-se em fonte de energia para o que quer que seja? Sem essa função, teria a semente, para os processos da natureza, alguma utilidade?
Uma criança não pode permanecer criança, isso não é possível, pois há uma natural e permanente transformação em sua fisiologia. Ela crescerá, e à revelia de sua vontade, se tornará adulta. Não depende dela, ela já nasceu com essa proposta, não caberá a ela escolher. Nasceu para se modificar e não para ficar estática. Nascer já representa uma transformação de si mesmo, uma vez que deixou de ser um óvulo latente, ou simples embrião, para se tornar criança.
Nasce porque ainda não está completa, completou apenas um estágio. Como um processo em andamento, ainda não está acabada, finalizada, ou esgotou toda e qualquer possibilidade de transformação. Fosse assim sequer poderia ter nascido, uma vez que o próprio nascer já representa uma transformação, deixou de ser um óvulo fecundado e se tornou um ente vivo.
E eis a regra da natureza de todas as coisas, a transformação, não voluntária, mas involuntária. Não há como evitar, não depende de nós, trata-se de um processo natural, ocorre sem depender de opiniões, ou conceitos, ou tratados sociais, ou crenças religiosas, ou de protocolos científicos.
Se algo existe para se modificar, pela lógica, está em processo de aperfeiçoamento, ou não precisaria mais de retoque algum. Nasceria estático, não nasceria. Sendo o processo de nascimento, em si, uma transformação, aquilo que é por natureza estático, não poderia nascer. Isso seria uma violação da sua condição de estático, de coisa inerte.
E o fato é que, nada que exista é perfeito, pelo menos não segundo o que para nós significa o termo. Para nós, perfeito quer significar bem feito, sem falhas, sempre em comparação com o nosso ideal de perfeição. Nosso ideal não pode servir de modelo, uma vez que somos incompletos, imperfeitos, falhos. Assim, nosso modelo de perfeição ainda é imperfeito, nele sempre caberão mais e mais aperfeiçoamentos e ajustes.
Perfeita seria a intocável lei das mudanças, da permanente transformação de tudo que há. Imperfeito para sempre seria o objeto sobre o qual essa lei atua. Mas imperfeito não quer dizer mal feito, antes disso, seria mais adequado chamá-lo de parcialmente feito, ou incompleto. Existe para se modificar, não sabemos até quando, não sabemos o porquê, apenas sabemos, ou melhor, podemos evidenciar que é assim.
Autora: Anne Marie Lucille Franco-brasileira, pesquisadora na área da psicopedagogia. Antropóloga e Mestra em Psicologia. Atua como consultora de empresas privadas nas áreas de seminários motivacionais e técnicas de reciclagem de pessoal.
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