Conta-se que um rio nasceu no alto de uma enorme montanha e iniciou a sua jornada.
Foi descendo pela encosta e pouco a pouco foi crescendo, aumentando de volume. Projetou-se numa maravilhosa cachoeira e atingiu o sopé da montanha. Foi abrindo passagem entre as árvores e pedras, algumas mais facilmente, outras com dificuldades. Admirava-se, ora de sua força, ora de sua habilidade para contornar obstáculos. E crescia.
Passou por planícies e por áreas ressecadas... Umedeceu-as dando-lhes condições de acolher as sementes para florescerem e darem frutos. Matou a sede da terra, de povos, de animais e de pássaros. Conheceu outras correntes de água e as reuniu em si, tornando-se maior e mais fecundo. Os peixes multiplicavam-se em suas águas. Era feliz!
Certo dia porém foi despertado para uma realidade: seu caminho seguia, inexoravelmente em direção ao mar. Chegaria o momento em que iria penetrar nele e, assim pensava, desaparecer para sempre.
Pensou num meio de fugir dessa realidade. Mas não havia como saltar sobre o mar, nem tão pouco voltar atrás. Os rios não voltam. Ao fazer a grande curva, avistou o mar. Era enorme, parecia não ter fim. Teve medo.
Contudo, percebeu que esse era o seu destino. E temeroso, porém confiante, fez a sua última descida. Entrou no mar.
Descobriu então a grande verdade: entrar no mar não é desaparecer, e sim tornar-se parte dele. O pequeno rio tornou-se parte do mar. Junto com tantos outros rios que haviam chegado de todos os cantos do mundo.
Agora ele já não era só. Era parte de um todo, onde, de mãos dadas, todos eram UM.
Desapareceu como um rio, renasceu como mar!
Por Evaldo A. D’Assumpção,
Belo Horizonte, PUC Minas, 2001 |
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Metáfora da Semana - Dizendo Adeus
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