“Aquelas pessoas são muito ambiciosas, sempre pensando em dinheiro…”
“Meu vizinho é muito preguiçoso, trabalha apenas 6h por dia…”
“Percebi pelo olhar que falavam mal de mim…”
O que há em comum nestas frases? Se você já está familiarizado com
crenças, identificou várias delas. Mas além de algumas palavras
maldosas, todas também possuem em suas entrelinhas um recurso
dissimulado criado pela inconsciência humana: a projeção.
Projeção é uma forma de apontarmos em nossos semelhantes falhas que
estamos cometendo com frequência – mas nos esforçando pra não ver; é
quando vestimos os outros com nossas próprias fraquezas emocionais para
nos livrarmos da atenção e da responsabilidade que elas merecem. Neste
momento, agimos como lobo em pele de cordeiro!
Como a projeção acontece de forma inconsciente, é necessária alguma
prática pra ser identificada. Quem nunca ouviu falar dela tem
dificuldade de compreendê-la porque vive neste padrão sem se questionar,
aprendeu que é normal agir desta maneira. Mas é bastante simples
reconhecer este mecanismo: ele vem sempre permeado de críticas e
julgamentos sobre a postura e comportamento de outras pessoas. Por
exemplo: “meu vizinho trabalha 6h por dia” é um fato, mas “ele é preguiçoso”
é um julgamento – e aí identificamos a projeção, seja de nossas crenças
relacionadas ao trabalho ou de nossa inveja inconsciente de alguém que
trabalha menos.
Todas as projeções vêm sempre carregadas de negatividade. Não existe
problema em constatar fatos e eventos; o erro é rotula-los como bons ou
maus, certos ou errados dentro da nossa limitada ótica e ponto de vista.
A projeção muitas vezes reflete aquilo que não foi dito de forma direta,
mas está implícito porque ao criticarmos o modo de ser ou a conduta de
outras pessoas, naturalmente estamos dizendo que não fazemos assim –
portanto, somos melhores! Ela nos dá um falso sentimento de
superioridade. É evidente: se EU trabalhasse 6h por dia, estaria me
queixando com esta suposta preguiça em meu vizinho? Óbvio que não…
Isso mostra também que projetamos nossos desejos secretos e impulsos
ocultos, nossa sombra interior, nossa parte rejeitada que continua
ecoando na forma de nossos reflexos distorcidos em nossos semelhantes…
- “Até sua presença me irrita”
- “É tudo culpa sua”
- “Cuidado, esse tipo de gente é perigosa”
- “Você está pensando em me trair, posso ver isso”
- “Eles querem me pegar”
O molde da projeção é sempre a seguinte afirmativa: “Não posso admitir o que sinto, então, acredito que você sinta”.
Quem sofre deste mal?
Todos usam a projeção como forma de defesa para evitar olhar para dentro
de si mesmos; a maioria desconhece que o universo é um espelho, onde
vemos refletido tão somente aquilo que carregamos dentro.
Há alguns anos atrás, eu costumava reclamar do meu filho mais novo
porque sempre me interrompia quando eu estava conversando com outra
pessoa. Quando comecei a me estudar mais de perto… bingo! Descobri que o
fruto nunca cai muito longe do pé… rsrs… Eu fazia exatamente a mesma
coisa – e é lógico que não gostava nem um pouco quando via minha sombra
refletida nele. O ego não se sente muito à vontade quando é descoberto.
Essa, que foi uma grande lição pra mim, converteu-se imediatamente em
mais uma ferramenta para meu auto aprimoramento. Sem dúvida pode ser
muito útil também a você: em vez de aceitar todos os motivos para culpar
e julgar as faltas dos outros (por razões que possam até ser válidas),
siga um rumo diferente. Saia da defensiva, crie espaço em sua vida, olhe
para si mesmo e veja o que esse jogo de culpar os outros revela sobre
você. Apenas observe. Você vai se impressionar com o que vai encontrar:
quanto maior a crítica, julgamento e ressentimentos estas situações lhe
proporcionam, maior esforço você está despendendo para não ver a si
próprio! É como entrar em um salão de espelhos de um circo: por mais
horripilantes ou hilariantes que sejam, cada um daqueles reflexos
distorcidos é você mesmo!
Esta mesma situação se repete em países (a terra da liberdade contra os malvados terroristas – que antes eram comunistas, e antes eram os índios selvagens…), religiões (os fiéis contra os pecadores –
a negra história da inquisição é um exemplo disso), política (que tal a
ficha dos membros do conselho de ética do senado?) e enfim…, estamos
quase repetindo textos do artigo sobre a sombra. E é isso mesmo:
refletir nossa escuridão “neles”, sejam eles quem forem, nos dá uma
falsa sensação de sermos “MAIS” do que realmente possuímos…
Faça as pazes com você mesmo
Lembre-se que a guerra inicia em nossa mente. Uma
vez que pode sentir o que realmente está acontecendo, você tem
escolhas. Pode empurrar o sentimento de volta para dentro e suportar seu
eco indefinidamente. Pode se culpar por não ser uma boa pessoa. Pode
atacar o sentimento, lamentar ou se desculpar por ele. Mas tenha em
mente que nenhuma dessas alternativas é efetiva, pois atuam alimentando o
sentimento indesejado e tornando-o ainda mais indesejável. Ou pode usar
EFT para fazer uma limpeza emocional profunda…
Para lidar com a negatividade é preciso reconhecê-la. Ela não necessita de culpas ou ressentimentos. Reconhecer, aceitar e eliminar a negatividade são os passos para sua libertação.
Abra mão do julgamento: quando
você julga alguém, confunde os modelos condicionados da sua mente com o
que a pessoa é. Nossos julgamentos também tem origem nestes mesmos
condicionamentos inconscientes e condicionados. Deixar de julgar liberta
da negatividade emitida pela inconsciência. Faça um teste e observe: 15
dias são tempo suficiente para se perceber uma mudança em seu campo
energético.
Além disso, cada vez que você rotula negativamente o que seus olhos veem, você se alimenta emocionalmente desta mesma energia. “O que você vê, você se torna” diz o ditado. Em outras palavras, não se conquista bem-estar criticando o modo de vida dos demais…
Autor desconhecido
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