domingo, 20 de abril de 2014

Ele Vive! Glorificado Seja Seu Nome!

RICHARD G. SCOTT
Do Quórum dos Doze Apóstolos

Esta é a manhã da Páscoa, o dia santo designado em toda a cristandade para comemorar a vitória de Jesus Cristo sobre a morte. Sua Ressurreição quebrou as cadeias da morte, que até aquele momento não tinham sido rompidas. Ele abriu o caminho pelo qual cada filho ou filha do Pai Celestial nascido na Terra tem a oportunidade de ressuscitar e viver de novo.
Como deve ter-se regozijado o Pai Celestial naquele dia sagrado em que Seu Filho, totalmente obediente e completamente digno, rompeu os grilhões da morte! Que propósito eterno teria o plano de felicidade do Pai se não fosse vivificado pela Expiação infinita e eterna de Seu Filho gloriosamente obediente? Que propósito eterno teria a Criação da Terra, na qual as inteligências em seu tabernáculo de espírito receberiam um corpo, se a morte fosse o fim da existência e ninguém ressuscitasse? Que ocasião gloriosa foi aquela manhã para todos os que compreenderam seu significado!
A Páscoa é a época sagrada em que o coração de todo cristão devoto se volta em humilde gratidão para nosso amado Salvador. É uma época que deve trazer paz e alegria a todos os que O amam e demonstram isso pela obediência a Seus mandamentos. A Páscoa traz à lembrança Jesus, Sua vida, Sua Expiação, Sua Ressurreição, Seu amor. Ele ressuscitou dos mortos com cura nas suas asas (ver Malaquias 4:2; 3 Néfi 25:2). Oh, como todos precisamos dessa cura que o Redentor pode proporcionar! Quero deixar hoje uma mensagem de esperança com base nos princípios contidos nos ensinamentos do Mestre dos mestres, Jesus Cristo.
Os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias podem compreender mais plenamente a amplitude e a grandiosidade da cura promovida por Sua Expiação porque temos a plenitude de Sua doutrina. Sabemos que o que Ele fez voluntariamente à custa de imenso sofrimento e sacrifício não apenas nos afetará nesta vida, mas por toda a eternidade.
Nesta Páscoa, ao lembrar-nos da Ressurreição e do preço pago e da dádiva que foi concedida por meio da Expiação, pondere o que as escrituras ensinam sobre esses acontecimentos sagrados. Seu testemunho pessoal da realidade dessas coisas será fortalecido. É preciso que elas sejam mais do que apenas princípios que você memoriza. Precisam estar incorporadas ao próprio cerne de seu ser como um vigoroso baluarte contra a crescente maré de abominação que infesta nosso mundo.
O profeta Leí declarou uma profunda verdade ao afirmar: “Portanto a redenção nos vem por intermédio do Santo Messias; porque ele é cheio de graça e verdade. Eis que ele se oferece em sacrifício pelo pecado, cumprindo, assim, todos os requisitos da lei para todos os quebrantados de coração e contritos de espírito; e para ninguém mais podem todos os requisitos da lei ser cumpridos” (2 Néfi 2:6–7). Essa escritura indica que, para os orgulhosos e arrogantes, é como se nunca tivesse havido uma Expiação.
Jesus Cristo vive. Ele é nosso Salvador, nosso Redentor. Ele é um Ser ressurreto e glorioso. Tem a capacidade de comunicar um amor que é tão poderoso, tão arrebatador, a ponto de sobrepujar a capacidade humana de expressá-lo adequadamente. Ele deu a vida para romper as cadeias da morte. Sua Expiação tornou plenamente efetivo o plano de felicidade de Seu Pai Celestial.
Jesus administra o equilíbrio entre a justiça e a misericórdia, sob a condição de nossa obediência a Seu evangelho. Ele é a luz para toda a humanidade. É a fonte de toda a verdade. Ele cumpre todas as Suas promessas. Todos os que obedecem a Seus mandamentos receberão as mais gloriosas bênçãos que podemos imaginar.
Sem a Expiação, o plano de felicidade do Pai Celestial não poderia ser plenamente levado a efeito. A Expiação dá a todos a oportunidade de sobrepujar as consequências dos erros cometidos na vida. Se obedecermos a uma lei, recebemos uma bênção. Quando quebramos uma lei, nada resta da obediência anterior para satisfazer às demandas da justiça por aquela lei que foi quebrada. A Expiação do Salvador permite que nos arrependamos de toda desobediência e, assim, nos livremos dos castigos que a justiça nos teria imposto.
Minha reverência e gratidão pela Expiação do Santo de Israel, do Príncipe da Paz e de nosso Redentor aumentam continuamente, à medida que me esforço para compreender mais a respeito dela. Percebo que nenhuma mente mortal pode conceber apropriadamente, nenhum ser humano pode expressar adequadamente o pleno significado de tudo o que Jesus Cristo fez pelos filhos de nosso Pai Celestial por intermédio de Sua Expiação. Mas é vital que cada um de nós procure aprender o que puder a esse respeito. A Expiação é o ingrediente essencial do plano de felicidade de nosso Pai Celestial, sem o qual esse plano não poderia ter sido efetivado. A compreensão que você tem da Expiação e o entendimento que ela proporciona para sua vida vão aumentar imensamente seu uso produtivo de todo conhecimento, experiência e habilidade que adquirir na vida mortal.
Creio que é instrutivo tentar imaginar o que a Expiação exigiu, tanto do Pai quanto de Seu Filho obediente. Três dos desafios enfrentados pelo Salvador foram:
Primeiro, um enorme senso de responsabilidade, porque Ele sabia que a menos que ela fosse realizada perfeitamente, nenhum dos filhos de Seu Pai poderia voltar à presença Dele. Eles seriam eternamente banidos de Sua presença, porque não haveria meio de se arrependerem da violação das leis, e nada impuro pode habitar na presença de Deus. O plano de Seu Pai teria falhado, e todos os filhos espirituais estariam sujeitos ao eterno controle e tormento de Satanás.
Segundo, em Sua mente e Seu coração absolutamente puros, Ele teve que sentir pessoalmente as consequências de tudo o que a humanidade viria a encontrar, até os pecados mais depravados e desprezíveis.
Terceiro, Ele teve de suportar os malignos ataques das hostes de Satanás, sendo física e emocionalmente pressionado até o limite. Então, por motivos que não compreendemos plenamente, no extremo de Sua capacidade, no momento em que o Salvador mais necessitava de Seu socorro, o Pai permitiu que Ele tomasse sobre os ombros aquela onerosa responsabilidade somente com Sua própria força e capacidade.
Tento imaginar quão intenso e pungente deve ter sido para nosso Pai Celestial o momento em que o Salvador clamou da cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46; Marcos 15:34). Não creio que o Pai Celestial tenha abandonado Seu Filho na cruz. Creio que o clamor foi motivado pelo sentimento do Filho de que Lhe fora removido o apoio do Pai do qual Ele sempre havia desfrutado. O Pai reconheceu que o Salvador precisava realizar a Expiação total completamente sozinho, sem ajuda externa. O Pai não desamparou o Filho. Ele possibilitou que Seu Filho perfeito conquistasse os frutos eternos da Expiação.
Nenhum de nós pode entender adequadamente na mortalidade a plenitude das consequências benéficas da Expiação.
Há uma necessidade premente de que todos fortaleçamos a compreensão do significado da Expiação de Jesus Cristo, para que ela se torne o alicerce inabalável sobre o qual edificaremos nossa vida. À medida que o mundo se torna cada vez mais despojado de padrões fundamentais e a honra, a virtude e a pureza são cada vez mais deixadas de lado, na busca da satisfação dos apetites, nossa compreensão e fé na Expiação de Jesus Cristo nos darão a força e a capacidade necessárias para ter sucesso na vida. Também nos proporcionará confiança nos momentos de provação e paz nos momentos conturbados.
Eu o incentivo enfaticamente a estabelecer seu plano pessoal de estudo para compreender melhor e valorizar as consequências incomparáveis, eternas e infinitas do cumprimento perfeito do chamado divino de Jesus Cristo como nosso Salvador e Redentor. A profunda reflexão pessoal sobre as escrituras, acompanhada de uma oração fervorosa e sincera, fortalecerá sua gratidão e compreensão da inestimável Expiação. Outra maneira poderosa de aprender sobre Jesus Cristo e sobre Sua Expiação é por meio de uma frequência constante ao templo.
Espero que cada um de nós renove sua determinação de ensinar princípios verdadeiros na santidade do lar. Ao fazer isso, proporcionaremos a maior oportunidade para que os espíritos que nos foram confiados tenham felicidade. Usem a Igreja como uma ferramenta de retidão para fortalecer o lar, mas reconheçam que, como pais, temos a responsabilidade fundamental e o privilégio de ser guiados pelo Senhor na criação de Seus filhos espirituais que nos foram confiados.
A importância vital de ensinar a verdade no lar é fundamental. A Igreja é importante, mas é no lar que os pais proporcionam a compreensão e a orientação necessárias para os filhos. É verdade que o chamado mais importante nesta vida e na eternidade é o de pai e o de mãe. No devido momento, seremos desobrigados de todos os encargos que recebemos, mas não do encargo de pai e de mãe.
Se você ponderar, e não apenas ler, mas ponderar e meditar sobre as passagens das escrituras, o poder do Espírito santo vai destilar verdades em sua mente e em seu coração, como um alicerce seguro nestes tempos incertos em que vivemos. Como pai ou mãe, prepare seus filhos para os desafios que vão encontrar. Ensine-lhes a verdade, incentive-os a vivê-la, e assim eles estarão bem, por mais severamente que o mundo seja abalado.
Nesta Páscoa, tome a decisão de tornar o Senhor Jesus Cristo o centro vivo de seu lar. Certifique-se de que cada decisão que tomar, de natureza espiritual ou física, seja guiada pelo pensamento: “O que o Senhor Jesus Cristo gostaria que eu fizesse?” Se o Salvador for o centro, seu lar ficará cheio de paz e serenidade. Haverá um espírito de serena confiança a permear o lar, que será sentido tanto pelas crianças quanto pelos adultos.
A melhor maneira de fazer uma mudança positiva e permanente é fazer de Jesus Cristo o seu modelo, e de Seus ensinamentos, o seu guia para a vida.
Se você tiver sido desobediente a Seus mandamentos e sentir-se indigno, saiba que foi por isso que o Senhor Jesus Cristo deu a própria vida. Por meio de Sua Expiação, Ele abriu para sempre a oportunidade de sobrepujarmos esses erros, de nos arrependermos das escolhas erradas e de vencermos os efeitos negativos de uma vida contrária a Seus ensinamentos.
O Salvador ama cada um de nós e possibilitará a satisfação de todas as nossas necessidades se nos qualificarmos, por meio de nossa obediência, para todas as bênçãos que Ele deseja que tenhamos nesta Terra. Eu O amo e adoro. Como Seu servo autorizado, presto solene testemunho, com todas as fibras de meu ser, de que Ele vive. Em nome de Jesus Cristo. Amém.

Nenhum comentário: