Conduzir pelas rédeas um Animal, depois de Domesticado, isso é muito Fácil...
Consumir dá uma sensação de "poder". Ter "poder" dá uma sensação de conquista...
De tanto se criar coisas, produtos para qualquer fim, com ou sem utilidade, a indústria de bens de consumo, de repente se encontrava diante de um grande problema:“Não havia mais nada, nadinha, para ser inventado”.
Na verdade esse já era um problema antigo, uma vez que todos os novos produtos lançados no mercado eram apenas novas versões, quer dizer, os antigos, levemente maquiados, para lhes dar uma aparência de coisa nova. Mudava-se uma cor, acrescentava-se um botão, ou uma mesma função com outro nome, mas tudo não passava de coisa velha remodelada, mascarada.
Mas agora, depois de anos remodelando antigos produtos, os usuários se negavam a trocá-los por “novos modelos”, uma vez que finalmente se perguntavam:“Por que estamos fazendo isso, se o antigo faz a mesma coisa que o novo?”
As campanhas tentando convencê-los a mudar de modelo, por esse ou aquele motivo, ou pela maior comodidade que o “novo” modelo supostamente iria proporcionar, se mostravam ineficazes. Claro, o sinal de alerta acendera em toda indústria do consumo. Tratava-se um algo grave, muito grave, uma crise sem precedentes. Sem dúvida, algo precisava ser feito com urgência
"Precisamos criar um novo hábito nas pessoas. Mas, como fazer isso se todos já foram tentados e explorados à exaustão?”, falou desesperado o coordenador daquela reunião, onde os mais criativos diretores de publicidade do mundo estavam presentes.
"Não tem outro jeito”, concluiu frustrado. “Precisamos consultar o Oráculo!”, sentenciou depois de muito relutar.
Não era coisa simples consultar o Oráculo. Para que ele atendesse, uma condição se fazia necessária, e caso essa condição não fosse preenchida, havia, para o inquisidor, um castigo. Castigo exemplar, sumário, a todo questionador, que ao pedir um conselho sem antes ter explorado todas as possibilidades de solução do problema, se atrevesse a perturbá-lo. Que castigo seria, isso ninguém nunca ficou sabendo, uma vez que, todos“felizardos” que até então lhe apresentaram “falsos problemas”,haviam desaparecido para sempre.
"Este é de fato um problema sério, um problema real!”, atestou finalmente o Oráculo, para o alívio do ansioso e aflito grupo.
Era o Oráculo, um supercomputador revestido com forma humana. Dotado de uma extraordinária e lógica Inteligência Artificial, alimentada por todo conhecimento da humanidade, agia como gente. Ficava ele, numa ampla sala, iluminada por uma discreta luz azul indireta, que lhe exibia apenas os inexpressivos traços faciais, e onde recebia seus convidados. E ele dá a solução:
"Criar um novo hábito é muito simples, difícil mesmo é eliminar um antigo. Assim, a solução para o problema está exatamente nessa verdade que podemos tratar como um Axioma. Se todos gostavam de comprar, é porque todos gostavam de ter alguma coisa. Ter não significa necessariamente possuir concretamente uma “coisa”, mas antes disso, é um posicionamento mental. Por exemplo, Alguns são feios mas se acham bonitos; outros são bonitos e se acham feios, e essas coisas não são concretas, tocáveis, são atitudes mentais, comportamentos ajustáveis”.
"O problema é que antes, vocês vendiam apenas produtos para atender às necessidades materiais, físicas. Agora, deve-se mudar o foco. Vendam produtos que atendam às necessidades mentais. Por exemplo, por que não criar um aparelho, tipo telefone celular, equipado com um “dispositivo revolucionário”, capaz de dar“coragem”, ou maior “importância” ao seu feliz dono? Pode ser também outra coisa qualquer, que, de posse daquele individuo, lhe dê a sensação de que ele pode se tornar qualquer coisa, isso psicologicamente falando. Na dúvida se a coisa prometida é ou não real, ele tem o produto, que pode ver e tocar, e claro, todo um condicionamento feito pela maciça publicidade que apoiará cada lançamento. Podemos, com isso, fazer um individuo pensar o que quisermos que pense...”
"Lembrem-se, uma atitude mental, com um “produto” que a“acione”, que sirva como uma espécie de gatilho ou chave ativadora para o seu feliz proprietário, é sem dúvida, outra coisa. Mas, a abordagem deve ser direta, do tipo: Compre nosso aparelho e se torne a mais desejada, ou o mais desejado. Compre nossos produtos e mostre para os outros o quanto é inteligente, ou sábio, e coisas assim. Desse modo, pouco importa ao comprador a utilidade material, funcional, do aparelho ou objeto. Isso significa dizer que, podemos vender produtos sem nenhuma função, ou, sem nada dentro, que concretamente não servem para nada... Pensem nisso, e passem bem!”
Na verdade esse já era um problema antigo, uma vez que todos os novos produtos lançados no mercado eram apenas novas versões, quer dizer, os antigos, levemente maquiados, para lhes dar uma aparência de coisa nova. Mudava-se uma cor, acrescentava-se um botão, ou uma mesma função com outro nome, mas tudo não passava de coisa velha remodelada, mascarada.
Mas agora, depois de anos remodelando antigos produtos, os usuários se negavam a trocá-los por “novos modelos”, uma vez que finalmente se perguntavam:“Por que estamos fazendo isso, se o antigo faz a mesma coisa que o novo?”
As campanhas tentando convencê-los a mudar de modelo, por esse ou aquele motivo, ou pela maior comodidade que o “novo” modelo supostamente iria proporcionar, se mostravam ineficazes. Claro, o sinal de alerta acendera em toda indústria do consumo. Tratava-se um algo grave, muito grave, uma crise sem precedentes. Sem dúvida, algo precisava ser feito com urgência
"Precisamos criar um novo hábito nas pessoas. Mas, como fazer isso se todos já foram tentados e explorados à exaustão?”, falou desesperado o coordenador daquela reunião, onde os mais criativos diretores de publicidade do mundo estavam presentes.
"Não tem outro jeito”, concluiu frustrado. “Precisamos consultar o Oráculo!”, sentenciou depois de muito relutar.
Não era coisa simples consultar o Oráculo. Para que ele atendesse, uma condição se fazia necessária, e caso essa condição não fosse preenchida, havia, para o inquisidor, um castigo. Castigo exemplar, sumário, a todo questionador, que ao pedir um conselho sem antes ter explorado todas as possibilidades de solução do problema, se atrevesse a perturbá-lo. Que castigo seria, isso ninguém nunca ficou sabendo, uma vez que, todos“felizardos” que até então lhe apresentaram “falsos problemas”,haviam desaparecido para sempre.
"Este é de fato um problema sério, um problema real!”, atestou finalmente o Oráculo, para o alívio do ansioso e aflito grupo.
Era o Oráculo, um supercomputador revestido com forma humana. Dotado de uma extraordinária e lógica Inteligência Artificial, alimentada por todo conhecimento da humanidade, agia como gente. Ficava ele, numa ampla sala, iluminada por uma discreta luz azul indireta, que lhe exibia apenas os inexpressivos traços faciais, e onde recebia seus convidados. E ele dá a solução:
"Criar um novo hábito é muito simples, difícil mesmo é eliminar um antigo. Assim, a solução para o problema está exatamente nessa verdade que podemos tratar como um Axioma. Se todos gostavam de comprar, é porque todos gostavam de ter alguma coisa. Ter não significa necessariamente possuir concretamente uma “coisa”, mas antes disso, é um posicionamento mental. Por exemplo, Alguns são feios mas se acham bonitos; outros são bonitos e se acham feios, e essas coisas não são concretas, tocáveis, são atitudes mentais, comportamentos ajustáveis”.
"O problema é que antes, vocês vendiam apenas produtos para atender às necessidades materiais, físicas. Agora, deve-se mudar o foco. Vendam produtos que atendam às necessidades mentais. Por exemplo, por que não criar um aparelho, tipo telefone celular, equipado com um “dispositivo revolucionário”, capaz de dar“coragem”, ou maior “importância” ao seu feliz dono? Pode ser também outra coisa qualquer, que, de posse daquele individuo, lhe dê a sensação de que ele pode se tornar qualquer coisa, isso psicologicamente falando. Na dúvida se a coisa prometida é ou não real, ele tem o produto, que pode ver e tocar, e claro, todo um condicionamento feito pela maciça publicidade que apoiará cada lançamento. Podemos, com isso, fazer um individuo pensar o que quisermos que pense...”
"Lembrem-se, uma atitude mental, com um “produto” que a“acione”, que sirva como uma espécie de gatilho ou chave ativadora para o seu feliz proprietário, é sem dúvida, outra coisa. Mas, a abordagem deve ser direta, do tipo: Compre nosso aparelho e se torne a mais desejada, ou o mais desejado. Compre nossos produtos e mostre para os outros o quanto é inteligente, ou sábio, e coisas assim. Desse modo, pouco importa ao comprador a utilidade material, funcional, do aparelho ou objeto. Isso significa dizer que, podemos vender produtos sem nenhuma função, ou, sem nada dentro, que concretamente não servem para nada... Pensem nisso, e passem bem!”
Nas criativas mentes dos presentes, as ideias já brotavam aos montes. Era a certeza de uma nova era na indústria do consumo. Novos milhões os aguardavam. Talvez fosse necessário, a partir daquele momento, repensar uma maneira de construir galpões maiores, especialmente projetados para guardar todo aquele lucro esperado.
E assim foi; e tudo aconteceu conforme o previsto...
Por: Alberto Grimm
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