domingo, 14 de dezembro de 2014

O discípulo e o balaio

Um discípulo chegou para seu mestre e perguntou:
- Mestre, por que devemos ler e decorar tantas orações se não conseguimos memorizá-las completamente e com o tempo as esquecemos?
O mestre não respondeu imediatamente. Ele ficou olhando para o horizonte e depois ele ordenou ao discípulo:
- Pegue aquele balaio de junco, desça até o riacho, o encha de água e o traga até aqui.
O discípulo olhou para o balaio, que estava bem sujo, e achou muito estranha a ordem do mestre, mas mesmo assim, obedeceu. Pegou o balaio sujo, desceu os 100 degraus da escadaria até o riacho, encheu o cesto de água e começou a subir de volta.
Como o balaio era todo cheio de furos, a água foi escorrendo e quando o discípulo chegou até o mestre, já não restava mais água nenhuma.
O mestre, então, perguntou:
- Então, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo olhou para o cesto vazio e disse:
- Aprendi que um balaio de junco não segura a água.
O mestre ordenou-lhe que repetisse o processo.
Quando o discípulo voltou com o balaio vazio novamente, o mestre perguntou:
- Então, meu filho, e agora, o que você aprendeu?
O discípulo novamente respondeu com sarcasmo:
- Balaio furado não segura água.
O mestre, então, continuou ordenando que o discípulo repetisse a tarefa.
Depois da décima vez, o discípulo estava todo molhado e exausto de tanto descer e subir as escadas. Porém, quando o mestre perguntou de novo:
- Então, meu filho, o que você aprendeu?
O discípulo, olhando para dentro do balaio, percebeu admirado:
- O balaio está limpo! Apesar de não segurar a água, ela acabou por lavá-lo!
O mestre, por fim, concluiu:
- Então, meu filho, não importa que você não consiga decorar todas as orações. O que importa, na verdade, é que elas purificam sua mente e sua alma.
Antiga história de um mosteiro chinês

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