sábado, 12 de maio de 2012

Mães Que Sabem


Julie B. Beck 

Presidente Geral da Sociedade de Socorro
Há uma influência e poder eternos na maternidade.
Julie B. BeckNo Livro de Mórmon, lemos a respeito de dois mil rapazes exemplares que eram extremamente valorosos, corajosos e fortes. “Sim, eles eram homens íntegros e sóbrios, pois haviam aprendido a guardar os mandamentos de Deus e a andar retamente perante ele” (Alma 53:21). Aqueles fiéis rapazes prestaram homenagem às mães, dizendo: “Nossas mães [sabiam]” (Alma 56:48). Suponho que a mãe do capitão Morôni, a de Mosias, a de Mórmon e a dos demais grandes líderes também soubessem.
A responsabilidade que as mães têm, hoje em dia, exige mais vigilância que nunca. Mais do que em qualquer outra época da história do mundo, precisamos de mães que saibam. Os filhos nascem em um mundo no qual “não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:12) 1. No entanto, as mães não precisam temer. Se souberem quem elas são, e quem é Deus, e se tiverem feito convênios com Ele, terão grande poder e uma influência positiva sobre os filhos.

Mães Que Sabem, Geram Filhos

As mães que sabem, querem gerar filhos. Embora em muitas culturas do mundo os filhos estejam começando a tornar-se “menos valorizados”2, na cultura do evangelho ainda acreditamos em ter filhos. Os profetas, videntes e reveladores que apoiamos nesta conferência declararam que “o mandamento dado por Deus a Seus filhos, de multiplicarem-se e encherem a Terra, continua em vigor”.3 O Presidente Ezra Taft Benson ensinou que os jovens casais não devem adiar o momento de ter filhos e que “do ponto de vista eterno, são os filhos — não as posses, os cargos ou o prestígio — os nossos maiores tesouros”.4
As filhas fiéis de Deus desejam ter filhos. Nas escrituras, lemos a respeito de Eva (ver Moisés 4:26), Sara (ver Gênesis 17:16), Rebeca (ver Gênesis 24:60) e Maria (ver 1 Néfi 11:13–20), que foram preordenadas para ser mães antes que seus filhos nascessem. Algumas mulheres não recebem a responsabilidade de gerar filhos na mortalidade, mas assim como Ana, do Velho Testamento, que orou fervorosamente por seu filho (ver I Samuel 1:11), a importância que as mulheres dão à maternidade nesta vida, bem como os atributos da maternidade, que alcançarem aqui, surgirão com elas na Ressurreição (ver D&C 130:18). As mulheres que desejam essa bênção na vida e se esforçam por alcançá-la têm a promessa de que a receberão por toda a eternidade, que é muitíssimo mais longa que a mortalidade. Há uma influência e poder eternos na maternidade.

Mães Que Sabem, Honram as Ordenanças e Convênios Sagrados

As mães que sabem, honram as ordenanças e convênios sagrados. Assisti a reuniões sacramentais em alguns dos lugares mais pobres da Terra, onde as mães vestiam, com muito esmero, sua melhor roupa de domingo, embora tivessem de caminhar muitos quilômetros por ruas empoeiradas e utilizar transportes públicos muito precários. Levavam as filhas vestidas com roupas limpas e bem passadas, com o cabelo bem penteado; os filhos vestiam camisa branca e gravata, com corte de cabelo no estilo missionário. Aquelas mães sabiam que estavam indo para uma reunião sacramental, em que convênios seriam renovados. Elas tinham feito convênios no templo e os honravam. Sabiam que, se não estivessem encaminhando seus filhos para o templo, não os estariam encaminhando para as metas eternas desejadas. Aquelas mães tinham influência e poder.

Mães Que Sabem, Nutrem

As mães que sabem, nutrem os filhos. Essa é sua tarefa e seu papel especial no plano de felicidade.5 Nutrir significa cultivar, cuidar e fazer crescer. Portanto, as mães que sabem, criam o ambiente propício para o crescimento espiritual e material dentro do lar. Outra tradução para nutrir são os afazeres domésticos, que incluem cozinhar, lavar as roupas e a louça, manter o lar em ordem. É no lar que as mulheres têm maior poder e influência; portanto, as mulheres da Igreja devem ser as melhores donas-de-casa do mundo. Trabalhar ao lado das crianças nos afazeres domésticos cria oportunidades para ensinar e moldar qualidades que os filhos e filhas devem imitar. As mães que nutrem são instruídas, mas toda a instrução que as mulheres adquirem de nada vale, se não souberem fazer do lar um ambiente propício ao crescimento espiritual. O crescimento ocorre melhor numa “casa de ordem”, e as mulheres devem fazer da casa do Senhor o padrão para seu próprio lar (ver D&C 109). A nutrição exige organização, paciência, amor e trabalho. Ajudar no crescimento por meio da nutrição é um papel realmente poderoso e importante concedido às mulheres.

Mães Que Sabem, São Líderes

As mães que sabem, são líderes. Sendo parceiras iguais aos maridos, as mães lideram uma grande organização eterna. Essas mães planejam o futuro da sua organização. Fazem planos para a missão, o casamento no templo e os estudos dos filhos. Fazem planos para a oração, o estudo das escrituras e a reunião da noite familiar. As mães que sabem, criam seus filhos para que se tornem futuros líderes e são um grande exemplo de liderança. Não abandonam seus planos, cedendo às pressões sociais e modelos mundanos de criação dos filhos. Essas sábias mães que sabem são seletivas em relação às próprias atividades e envolvimentos, para que conservem suas forças limitadas de modo a exercer ao máximo sua influência nas coisas mais importantes.

Mães Que Sabem, São Professoras

As mães que sabem, são professoras. Como não são babás contratadas, nunca tiram folga. Uma amiga muito instruída me disse que não aprendeu nada na igreja que já não tivesse aprendido em casa. Seus pais usavam o estudo das escrituras em família, a oração familiar, a reunião da noite familiar, a hora da refeição e outras reuniões para ensinar. Pensem na força de nosso futuro exército de missionários, se as mães considerarem o lar um pré-centro de treinamento missionário. Desse modo, as doutrinas do evangelho ensinadas no CTM seriam uma revisão e não uma revelação. Isso é influência; isso é poder.

Mães Que Sabem, Permitem Menos

As mães que sabem, permitem menos. Permitem menos coisas que não dão frutos na eternidade. Permitem menos entretenimentos da mídia no lar, menos distrações, menos atividades que desviem a atenção dos filhos para longe de casa. As mães que sabem estão dispostas a desfrutar e consumir menos bens materiais para passar mais tempo com os filhos: mais tempo em refeições em família, mais tempo trabalhando juntos, mais tempo lendo juntos, mais tempo conversando, rindo, cantando e servindo de exemplo. Essas mães escolhem cuidadosamente suas atividades e não tentam fazer tudo. Sua meta é preparar a geração vindoura de filhos que levará o evangelho de Jesus Cristo ao mundo inteiro. Sua meta é preparar futuros pais e mães que edificarão o reino do Senhor nos próximos 50 anos. Isso é influência; isso é poder.

Mães Que Sabem, São Firmes e Inamovíveis

Quem vai preparar essa geração justa de filhos e filhas? As mulheres da Igreja farão isso — mulheres que conhecem e amam o Senhor e prestam testemunho Dele; mulheres que permanecem firmes e inamovíveis e não desistem nos momentos de dificuldade ou desânimo. Somos guiados por um inspirado profeta de Deus, que conclamou as mulheres da Igreja a “[permanecerem] firmes e inamovíveis quanto ao que é correto e adequado de acordo com o plano do Senhor”.6 Pediu a elas que “[começassem] por sua própria casa”,7 ensinando aos filhos os caminhos da verdade. As mulheres da Igreja devem ser as melhores do mundo na defesa, nutrição e proteção da família. Tenho plena certeza de que nossas mulheres farão isso, vindo a ser conhecidas como mulheres que “sabiam” (Alma 56:48). Em nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

1. Ver Gordon B. Hinckley, “Permanecer Firmes e Inamovíveis”, Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 10 de janeiro de 2004, p. 21.
2. James E. Faust, “Problemas Que as Famílias Enfrentam”, Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 10 de janeiro de 2004, p. 2.
3. A Família — Proclamação ao MundoA Liahona, outubro de 2004, p. 49.
4. Ezra Taft Benson, To the Mothers in Zion (folheto, 1987), p. 3
5. Ver “A Família — Proclamação ao Mundo”.
6. Gordon B. Hinckley, Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 10 de janeiro de 2004, p. 20.
7. Gordon B. Hinckley, Reunião Mundial de Treinamento de Liderança, 10 de janeiro de 2004, p. 20.

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