sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Jeito Japonês de Fazer Política

Enviado por Karina Kovalick - 
15.10.2010
 | 
9h05m Jornal O Globo

Japoneses fazem propaganda política até em rolos de papel higiênico

Os japoneses acharam uma solução ( como de hábito, criativa)  para enfrentar aquela campanha política marcada pela sujeira e pela baixaria tão comum em certos países… 
  Em vez dos velhos santinhos de guerra, políticos de Odawara, no Japão, estamparam o rosto em rolos de papel higiênico, que foram distribuídos pelos bares e restaurantes da cidade, junto com posters e porta-copos. Foi nas últimas eleições, em agosto, mas achei que a notícia cabia muito bem no momento atual.
E olha, por incrível que pareça, não foram os adversários que botaram  as caras desses políticos no papel higiênico. Foram eles próprios que pagaram cerca de R$ 2.400,00 pela impressão de 200 rolos, com o objetivo de, digamos assim, ter esse contato mais íntimo com os eleitores… 
Para nós brasileiros, isso pode parecer esquisito. Muito esquisito. No post anterior, uma amiga do blog escreveu dizendo que os japoneses são “sem noção”.  Na verdade, é por aí mesmo. Os japoneses não tem o mesmo “senso de ridículo” que nós temos. É uma grande diferença cultural que acaba sendo engraçada. O que parece absurdo para nós brasileiros é absolutamente normal na terra do sol nascente.
Voltando ao papel higiênico político: no rolo,  estão impressas orientações sobre como votar e fazer doações.
Além de propaganda política e da finalidade original, o papel higiênico também  vem sendo utilizado como mídia para a divulgação de HQs e histórias de terror. No ano passado,  a empresa  Banbix produziu e comercializou três versões diferentes de rolos de papel higiênico com tiras de Mitsuro Yaku, um popular autor de mangás.  Os rolos  foram  vendidos a cerca de R$ 170.
E até a obra do  renomado escritor japonês  Koji Suzuki, autor da trilogia de terror  “O Chamado”, que foi adaptada para o cinema,  foi parar nos banheiros daqui. Calma!!  Isso não significa que a “obra” seja uma porcaria. Eu explico: É que, no ano passado, Suzuki e os  fabricantes de papel Hayashi Paper lançaram  o  romance de terror Drop na versão papel higiênico.  O rolo de Drop tem cerca de 90 cm de pura adrenalina e conta a história de um espírito maligno que mora em um vaso sanitário. Ah, a brincadeira sai pelo equivalente a R$ 5,00. 
Ou seja, com o papel higiênico cultural, não precisamos mais levar o jornal para passar o tempo enquanto esperamos que a natureza siga seu curso. E tem mais uma vantagem, segundo os japoneses: uma pesquisa mostrou que os usuários dos banheiros públicos tendem a usar 20% menos papel quando o rolo tem algum tipo de mensagem. Não perguntem, por favor, como a pesquisa foi feita, mas a conclusão dos japoneses é que desta forma eles  estão colaborando para reduzir o aquecimento global. Este país é ou não é muito hilário?

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