quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Aliança

O anel nupcial foi introduzido no Século Dois, representando a fidelidade numa união. É o sinal de uma aliança ou voto.

O uso da aliança surgiu entre os gregos e os romanos, vindo de um costume hindu de usar um anel para simbolizar o casamento. Os romanos acreditavam que no quarto dedo da mão esquerda passava uma veia ("veia d'amore") que estava diretamente ligada ao coração, costume carregado culturalmente até os dias de hoje.

No início a aliança era tida como um certificado de propriedade da
noiva, ou de compra da noiva, indicando que a mesma não estava mais apta a outros pretendentes. A partir do século IX a igreja cristã adotou a aliança como um símbolo de união e fidelidade entre casais cristãos.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Xerox reinventa o papel

Xerox reinventa o papel
A última novidade da rainha das copiadoras: a impressão que se apaga sozinha depois de 12 a 24 horas


Fosse na época da Guerra Fria, a mais recente invenção da Xerox poderia compor o roteiro de filmes de espionagem. Explica-se: na era dos e-papers ("papéis eletrônicos") e dos leitores digitais portáteis, a empresa desenvolveu uma forma de imprimir textos e imagens num tipo especial de papel que, algumas horas mais tarde, apaga automaticamente todo o conteúdo e reverte a superfície à sua aparência original, branca como neve. Detalhe: a folha pode, depois, ser usada outras centenas de vezes. "Encontramos componentes químicos em um determinado projeto em que trabalhávamos e descobrimos que eles têm essa característica fantástica. Pensamos: 'por que não usar em uma nova aplicação?'", conta François Ragnet, pesquisador-chefe do grupo de inovação da empresa, em entrevista exclusiva à DINHEIRO, durante visita ao Brasil.

Criado em seus laboratórios, o "papel apagável", como eles o chamam, ainda não é comercializado e não há previsão para isso. Mas a empresa já patenteou a tecnologia e o processo de produção. O valor investido é guardado a sete chaves. Os argumentos de venda já estão sendo desenhados e o principal apelo será ecológico. "Alguns poluentes liberados por impressoras tradicionais, como ozônio, vão desaparecer, porque o processo é completamente diferente. Inclusive, trabalharemos num tipo de impressora específica para essa tecnologia", diz Rodrigo Belluco, diretor da Xerox Global Services. Ragnet completa: "Será ótimo para documentos que você só precisa guardar por um curto período de tempo, como e-mails e notícias", diz ele. Para especialistas, é importante que também o processo químico de produção seja amigável à natureza. "Várias empresas usam o tema sustentabilidade para criar novos mercados e produtos. Mas poucas de fato lançam produtos sustentáveis", aponta João Paulo Altenfelder, consultor em responsabilidade social e desenvolvimento sustentável. "O que parece válido na iniciativa da Xerox é que eles pensam também na redução de consumo e na reutilização."



Uma dúvida, porém, fica no ar. E se alguém, mal intencionado, utiliza o papel para um documento importante e perene, como uma confissão de dívida ou um contrato? Belucco afirma que a diferença será visível. "O conteúdo não fica tão escuro quanto o de uma impressão a jato de tinta ou laser em papel comum. Fica um sombreado", explica Belluco. A Xerox aplica os compostos à folha e eles reagem à intensidade de raios ultravioleta. Depois, seja pelo calor, seja pela luz ambiente, o papel volta a seu estado original entre 12 e 24 horas. A novidade pode provocar uma queda no já estagnado mercado de papéis, que cresce entre 2% e 3% ao ano. Mas ajudará a Xerox a enterrar agruras do passado recente. No começo da década, a companhia beirou a falência, com dívidas de US$ 17 bilhões. Incapaz de acompanhar o avanço da informática, viu sua receita cair exponencialmente, algo agravado pela descoberta de irregularidades em algumas de suas contas. A retomada só aconteceu quando voltou a investir em novos serviços e produtos. Na segunda-feira 19, a empresa anunciou a primeira distribuição de dividendos aos acionistas depois de seis anos. É a Xerox imprimindo seu próprio futuro.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

A Lei 2

NÃO CONFIE DEMAIS NOS AMIGOS. APRENDA A USAR OS INIMIGOS

Cautela com os amigos - eles o trairão mais rapidamente, pois são com mais facilidade levados à inveja. Eles também se tornam mimandos e tirânicos. Mas contrate um ex-inimigo e ele lhe será mais fiel do que um amigo, porque tem mais a provar. De fato, você tem mais o que temer por parte dos amigos do que dos inimigos. Se você não tem inimigos, descubra um jeito de tê-los.
Ninguém acredita que um amigo possa trair.
Amigos são como os dentes e a mandíbula de um animal perigoso, se você não toma cuidado eles acabam mastigando você.
É natural querer empregar os amigos quando você mesmo está passando por dificuldades. O mundo é árido e os amigos o suaviza. Além do mais você os conhece. Por que depender de um estranho quando se tem um amigo à mão?
O problema é que nem sempre se conhece os amigos tão bem quando se imagina. Eles costumam concordar para evitar discussões, disfarçam suas qualidades desagradáveis para não se ofenderem mutuamente. Acham graça demais nas piadas uns dos outros. Visto que a honestidade raramente reforça a amizade. Você talvez jamais saiba o que um amigo realmente sente. Eles dirão que gostam de poesia, adoram a música, injevam o seu bom gosto para se vestir – talvez estejam sendo sinceros, com freqüência não estão.
Quando você decide contratar um amigo, aos poucos vai descobrindo as qualidades que ele, ou ela, estava escondendo. Curiosamente, é o seu ato de bondade que desequilibra tudo. As pessoas querem sentir que merecem a sorte que estão tendo. O recibo por um favor pode ser opressivo: significa que você foi escolhido porque é um amigo, não necessariamente porque merece. Existe quase um ato de condenscendência no ato de contratar os amigos que no íntimo os aflige. O dano vai surgindo lentamente: um pouco mais de honestidade, lampejos de inveja e ressentimento aqui e ali e, antes que você perceba, a amizade se foi. Quanto mais favores e presentes você distribuir para reavivar a amizade, menos gratidão receberá em troco.
A ingratidão tem uma longa e profunda história. Ela tem demonstrado seus poderes há tantos séculos que é realmente interessante que as pessoas continuem subestimando-os. Melhor prestar atenção. Se você nunca espera gratidão de um amigo, vai ter uma agradável surpresa quando eles se mos¬trarem agradecidos.
O problema de usar ou contratar amigos é que isso inevitavelmente limi¬tará o seu poder. É raro o amigo ser a pessoa mais capaz de ajudar você; e, afinal, capacidade e competência são muito mais importantes do que senti¬mentos de amizade.
Todas as situações de trabalho exigem uma certa distância entre as pes¬soas. Você está tentando trabalhar, não fazer amigos; a amizade (real ou falsa) só obscurece esse fato. A chave do poder, portanto, é a capacidade de julgar quem é o mais capaz de favorecer os seus interesses em todas as situações. Guarde os amigos para a amizade, mas para o trabalho prefira os capazes e competentes.
Seus inimigos, por outro lado, são uma mina de ouro escondida que você deve aprender a explorar.
Como disse Lincoln, você destrói um inimigo quando faz dele um amigo.
Sem inimigos a nossa volta, ficaríamos preguiçosos. Um inimigo nos calcanhares aguça a nossa percepção, nos mantém concentrados e alertas. Às vezes, então, é melhor usar os inimigos como inimigos mesmo, em vez de transformá-los em amigos ou aliados.
Um inimigo nitidamente definido é um argumento muito mais forte a seu favor do que todas as palavras que você conseguir usar.
Jamais deixe que a presença de inimigos o perturbe ou aflija - você está muito melhor com um ou dois adversários declarados do que quando não sabe quem é o seu verdadeiro inimigo. O homem de poder aceita o con¬flito, usando o inimigo para melhorar a sua reputação como um lutador seguro, em quem se pode confiar em épocas incertas.

O INVERSO

Embora em geral seja melhor não misturar trabalho com amizade, há momentos em que um amigo pode ser mais eficaz do que um inimigo. Um homem de poder, por exemplo, freqüentemente precisa fazer um trabalho sujo, mas, para salvar as aparências, é melhor deixar que outros façam isso por ele: os amigos são os melhores, visto estarem dispostos a se arriscar pelo afeto que sentem por ele. Além disso, se os seus planos gorarem por algum motivo, o amigo é um bode expiatório muito conveniente. Esta “queda do favorito” era um truque usado com freqüência por reis e sobera¬nos: eles deixavam que o seu melhor amigo na corte assumisse a responsabilidade por um erro, visto que o público não acreditaria que eles delibera¬damente sacrificassem um amigo com esse propósito. E claro que, depois de fazer essa jogada, você perdeu o seu amigo para sempre. E melhor, por¬tanto, reservar o papel de bode expiatório para alguém chegado a você, mas não muito.

Finalmente, o problema de trabalhar com amigos é que isso confunde os limites e as distâncias que o trabalho exige. Mas, se ambos os parceiros no arranjo compreendem os perigos envolvidos, um amigo pode ser muito eficaz. Você não deve jamais baixar a guarda nessa aventura, entretanto, fique sempre atento a qualquer sinal de perturbação emocional, tal como inveja e ingratidão. Nada é estável no reino do poder, e mesmo os amigos mais chegados podem se transformar nos piores inimigos.

“Os homens apressam-se mais a retribuir um dano do que um benefício, porque a gratidão é um peso e a vingança um prazer.”
Tácito
“Muita gente pensa que um príncipe sábio deveria, tendo oportunidade, incentivar astuciosamente uma inimizade uma, de forma que, ao eliminá-la, ele possa aumentar a sua grandeza. Os príncipes especialmente os novos, encontraram mais fé e utilidade naqueles homens a quem, no início do seu poder, viam com suspeita, do que naqueles em quem começaram confiando.”
Nicolau Maquiavel
“Saiba tirar vantagem dos inimigos. Você precisa aprender que não é pela lâmina que se segura a espada, mas pelo punho, para poder se defender. O sábio lucra mais com seus inimigos do que o tolo com seus amigos.”
Baltasar Gracián.

domingo, 9 de dezembro de 2007

As 48 Leis de Poder

LEI 1

NÃO OFUSQUE O BRILHO DO MESTRE

Faça sempre que as pessoas acima de você se sintam confortavelmente superiores. Querendo agradar ou impressionar, não exagere exibindo seus próprios talentos ou poderá conseguir o contrário - inspirar medo e insegurança. Faça com que seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade.
Todos têm as suas inseguranças. Quando você se expõe ao mundo e mostra os seus talentos é natural que isso desperte todos os tipos de ressentimentos, invejas e outras manifestações de insegurança. É de se esperar que isso aconteça. Você não pode passar a vida preocupando com os sentimentos mesquinhos dos outros. Mas com quem está acima de você, é preciso adotar outra abordagem: quando se trata de poder, brilhar mais do que o mestre talvez seja o maior erro.
Quem conquista um alto status na vida é como os reis e as rainhas: quer se sentir seguro na sua posição e superior aos que os cercam em inteligência, perspicácia e charme. É uma falha de percepção mortal, porém comum, acreditar que exibindo e alardeando os seus dons e talentos você está conquistando o afeto do senhor. Ele pode fingir apreço, mas na primeira oportunidade vai substituir você por alguém menos brilhante, atraente e ameaçador.
Duas regras:
1ª - é possível inadvertidamente brilhar mais do que o senhor sendo simplesmente você mesmo. Existem senhores que são mais inseguros do que outros. A lição é simples se não for possível evitar ser charmoso e superior, você deve aprender a evitar esses monstros de vaidade. É isso ou descobrir um jeito de apagar as suas boas qualidades quando estiver com o superior.
2ª - não imagine que pode fazer tudo o que quiser só porque o senhor gosta de você. Livros inteiros poderiam ser escritos sobre favoritos que caíram em desgraça por considerar garantido o seu status por ousar brilhar.
Sabendo dos perigos de brilhar mais do que o seu senhor, você pode tirar vantagem desta lei. Primeiro você precisar elogiar e cortejar o seu senhor. A bajulação explícita pode ser eficaz, mas tem seus limites; é por demais direta e óbvia e causa má impressão aos outros cortesãos. Cortejar discretamente é muito mais eficaz. Se você é mais inteligente do que seu senhor, por exemplo, aparente o oposto, deixe que ele pareça mais inteligente do que você. Mostre ingenuidade. Faça parecer que você precisar da habilidade dele. Cometa erros inofensivos que não afetarão você a longo prazo, mas lhe darão chance de pedir a sua ajuda. Os senhores adoram essas solicitações. O mestre que não consegue presenteá-lo com sua experiência pode deixar cair sobre você a sua ira e má vontade.
Se a suas idéias são mais criativas do que as do seu mestre, atribua-as a ele da maneira mais pública possível. Deixe claro que seu conselho está simplesmente repetindo um conselho dele.
Se você for mais esperto do que seu mestre, tudo bem em representar o papel de bobo da corte, mas não o faça parecer frio e mal humorado em comparação. Apague um pouco o seu senso de humor se necessário e descubra com fazer parecer que é ele que está divertindo e alegrando os outros.

O INVERSO

Você não pode ficar se preocupando em não aborrecer todas as pessoas que cruzam o seu caminho, mas deve ser seletivamente cruel. Se o seu superior é uma estrela cadente não há perigo nenhum brilhar mais do que ele. Não tenha misericórdia – seu senhor não teve escrúpulos na sua ascensão a sangue frio até o topo. Calcule a força dele. Se for fraco apresse discretamente a sua queda: supere-o, seja mais encantador, mais inteligente do que ele nos momentos-chave. Se ele for muito mais fraco e estiver prestes a cair, deixe a natureza seguir o seu curso. Não arrisque brilhar mais do que um superior frágil – pode parecer crueldade ou despeito. Mas se o seu senhor está firme na sua posição e você sabe que é mais capaz do que ele, tenha paciência e espere o momento mais propício. O curso natural das coisas é o poder acabar enfraquecendo. O seu senhor cairá um dia e, se jogar direito, você vai sobreviver, e um dia brilhar mais do que ele.

“Evite brilhar mais do que o seu senhor. Toda superioridade é odiosa, mas a superioridade de um súdito com relação ao seu príncipe não só é estúpida como fatal.”
Baltasar Gracián

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Usinas no Madeira são início de grande projeto amazônico

04/12/2007 - 09h08

Se tudo correr como o governo espera, a licitação na semana que vem da primeira usina no Rio Madeira será o começo de um megaprojeto Amazônico, que envolverá algumas das maiores obras de infra-estrutura do mundo. Além das duas usinas que devem ser licitadas - no dia 10 de dezembro será a vez da hidrelétrica de Santo Antônio -, o plano prevê duas outras hidrelétricas e a criação de uma hidrovia que ligará Brasil, Peru e Bolívia e facilitará o escoamento de produtos brasileiros para os principais mercados mundiais.

"É uma barragem de geração, com possibilidade para aproveitamento de hidrovia. É uma tendência dos novos projetos, é o caso de Tucuruí (PA)", diz Afonso Goulart, gerente regional de Furnas em Rondônia, referindo-se à hidrelétrica de Santo António. "Aqui tem também essa possibilidade desde que seja possível viabilizar isso tecnicamente e ambientalmente."




Projeto torna rios navegáveis por 4.200 km

Remoção de obstáculos naturais é polêmica
MAIS SOBRE AS USINAS DO MADEIRA
MP QUESTIONA ESTUDOS DE IMPACTO
AMBIENTALISTAS PREOCUPADOS
Com a construção dos empreendimentos de Santo Antônio e Jirau, ficariam faltando apenas as usinas de Cachoeira de Ribeirão, que seria obrigatoriamente binacional pela proximidade com a Bolívia, e Cachuela Esperanza, em território boliviano, para que fosse possível navegar ao longo de 4,2 mil quilômetros pelos rios Madeira, Mamoré e Beni (Bolívia).

As obras cobririam de água as corredeiras do Rio Madeira e outros obstáculos naturais que hoje impedem a navegação. Seria ainda necessário construir eclusas, elevadores para as embarcações superarem os desníveis dos rios. Para o Brasil, a hidrovia significaria o escoamento mais barato da soja e da madeira, entre outros produtos.

O Complexo Madeira está inserido nos projetos da Iniciativa de Integração de Infra-Estrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), mecanismo firmado em 2000 pelos presidentes dos 12 países da América do Sul, para incentivar a integração física e econômica da região.

Integração

Para a Federação das Indústrias de Rondônia (Fiero), a aproximação da região amazônica com os países andinos faz mais sentido do que uma tentativa de integração com os mercados mais industrializados do sul do país.

"Para a economia de Rondônia, para o estágio em que se encontra, é muito mais razoável pensar em uma integração com esses países que têm uma economia mais parecida com a nossa. Sob certos aspectos, são complementares. Se conseguirmos essa integração, ela será mais fácil e (terá) resultados mais visíveis do que a gente pensar em produzir e levar para o mercado de Rio, São Paulo, Minas", afirma Antonio Marrocos, um dos diretores da Fiero.

Mas os críticos da iniciativa condenam o fato de que um projeto dessa magnitude esteja avançando sem o que acreditam ser um processo de discussão amplo com a sociedade dos países envolvidos.

"A sociedade está ficando a reboque desse processo. Não está discutindo os processos, está sendo levada a apoiar", diz o historiador Iremar Ferreira, da Campanha Rio Madeira Vivo, rede de organizações não-governamentais contra as usinas do Madeira.

A organização Amigos da Terra, por exemplo, afirma que, ao baratear o custo da soja, a hidrovia favoreceria ainda a substituição de ecossistemas amazônicos por lavouras - que hoje já representa uma das principais pressões pelo desmatamento.

Obstáculos naturais

A remoção de obstáculos naturais também é vista com preocupação por cientistas que trabalham na Amazônia, como o biólogo holandês Marc van Roosmalen, autor da descoberta de diversas espécies na região do rio Madeira.

"O Madeira é o mais importante rio após o Amazonas na história da Amazônia como barreira geológica para explicar todas as descobertas. Se eles mexerem lá, o rio é tão importante que mexe com tudo. Eles (os defensores do projeto) não entendem nada de sistemas geomorfológicos, é altamente perigoso mexer com isso", diz Roosmalen.

Os ambientalistas criticam ainda o fato de os estudos de impacto ambiental não terem abrangido todo o projeto, mas apenas as duas usinas do Madeira. Um exemplo, dizem eles, é o fato de que nem mesmo os 2.450 quilômetros de linhas de transmissão, indispensáveis para levar a energia produzida aos mercados do sudeste, foram incluídas nos estudos nos quais foi baseada a emissão da licença prévia, pelo Ibama.

Para os críticos, trata-se de uma estratégia de aprovar o projeto em etapas para que não seja discutido com a devida clareza os impactos que todo o complexo teria.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, diz que o debate será feito quando for proposta a construção das eclusas que viabilizariam a hidrovia.

"A eclusa não está prevista, a base, sim. É uma questão à parte, terá que haver um debate caso se considere oportuno, no momento que for, mas não existe uma decisão sobre as eclusas", afirma Tolmasquim.

Para Marrocos, da Fiero, porém, se não fossem as hidrelétricas e o Complexo do Madeira, seria preciso pensar numa forma alternativa de desenvolver a região.

"Esse é o caminho natural do avanço do homem no Brasil, a não ser que nós pudéssemos imaginar cercar a Amazônia. 'Ninguém entra, ninguém derruba, ninguém abre caminho', mas para isso nós vamos ter que encontrar solução para toda essa população no restante do Brasil."

Como projeto apoiado pela IIRSA, as usinas do Madeira deverão receber financiamento do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimenro), do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Corporação Andina de Fomento (CAF).